segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Desafio dos 30 Dias - Julgamento

Todos fazemos isso, mesmo sem perceber. É fácil julgar os outros. Mas e quando a vítima de nossos julgamentos somos nós mesmos? Hoje vou contar uma história real envolvendo pessoas reais. 

Era uma vez uma garota. Essa garota era bastante quieta, bastante responsável e tinha um sorriso lindo, dentre outras qualidades. Ela tinha uma paixão secreta que tinha acabado de uma forma trágica e, por conta disso, havia, inconscientemente, se fechado para o amor. O medo de que ela amasse novamente e que desse errado era grande e ela não queria se arriscar.
Mas essa garota tinha uma amiga que gostava de arrastá-la pra todos os lados. E ela lhe apresentou muitas pessoas novas. Algumas eram apenas pessoas que passariam por sua vida e não fariam diferença nenhuma. Outras, no entanto, se encantariam com ela e tentariam conquistar seu coração. Só não sabiam  da grande barreira que existia em seus caminhos. Ela também não era uma garota fácil. No entanto, se pegou pensando em um dos pretendentes. E se desesperou pela lembrança do que tinha acontecido com o primeiro e único.
Procurou a amiga e confessou seus medos, suas lembranças e sua dor. E a amiga ofereceu ajuda para lhe dar confiança. Começaram a trocar emails. Então resolveram sair as duas junto com o pretendente escolhido. Existia um abismo entre eles durante as conversas, e a amiga fez o trabalho de mediadora. Era como se não se entendessem direito. Precisavam trabalhar naquele problema, e, se pretendiam mesmo dividir uma vida juntos, tinha que ser entre eles.
Começaram a namorar e passaram a ir pra todos os lugares juntos. Onde um ia, o outro também. Um par de vasos. Ficavam juntos ao ponto de quase não verem mais os amigos. Mas se tinham que ir pra algum lugar, iam juntos.
Noivaram. Casaram. E começaram a morar juntos. Tão concentrados em suas próprias vidas que esqueciam completamente dos outros ao redor. No entanto, os outros ao redor, por mais que sentissem falta, também não se mexiam para tentar uma reaproximação.
Nós, pessoas que vimos o relacionamento deles nascer e se desenvolver, desejamos do fundo do coração que eles fiquem juntos para sempre. Mas o final dessa história só pode ser definida por eles próprios, que vivem hoje isolados mas felizes. Não que eu, que escrevo essa história possa julgá-los, já que meus pais viveram assim por todo o tempo depois de terem filhos. E foram felizes até que a morte os separasse.

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