domingo, 31 de dezembro de 2017

Retrospectiva 2017

Sei que hoje é domingo, mas o post faz mais sentido sendo postado hoje do que ontem. Verdade seja dita, foi um sábado cheio de coisas pra fazer, então o post está saindo hoje. Não por eu querer escrever tanto ao ponto de postar hoje, não senhor, mas sim pelo fato de que, no fim das contas, o post funciona pra hoje. Vamos lá!
Esse ano foi um divisor de águas, em vários sentidos. Uma pessoa que me era importante foi atrás de sua vida, seus ideais e seus sonhos. Um amigo me apresentou um programa de voz onde conheci pessoas muito legais e, entre essas várias pessoas legais, uma em especial. Uma pessoa que começou como um amigo, com quem eu me importava, com quem eu gostava de conversar, com quem eu gostava de jogar, com quem eu gostava de dividir os momentos. Falando no passado assim parece que essa pessoa não existe mais. Não é bem isso, mas é que as coisas mudaram bastante. Ele não é mais só um amigo, ele é meu namorado. É estranho dizer isso, mas as coisas são diferentes quando você namora alguém. Nós dois ficamos tentando muito e conseguindo pouco. Me esforcei mais do que o comum esse ano por influência de outras pessoas, inclusive pessoas que eu considero muito. Vi e ouvi meu irmão me contando várias coisas, desde coisas tristes como vontades não feitas (pelo que, honestamente, agradeço), até seus dramas pessoais, como querer mudar de emprego, descobrir que nossa prima está com câncer e seu envolvimento romântico com pessoas que, de certa forma, desaprovo. Mas cada um está nesse mundo para viver da forma que deve e não vou ser eu que vou influenciar nisso. Minha mãe não está aqui. Meu pai agora sabe que meu namorado tem quase 18 anos e, como eu imaginei, ele não disse nada nem de aprovação nem de desaprovação, o que me deixa muito, mas muito aliviada. No trabalho, várias pessoas foram embora, outras vieram, relações entre as pessoas que vieram e foram embora se provaram um empecilho pra que eu conseguisse conviver de forma normal, a própria mudança de local faz com que as coisas fiquem mais complicadas devido à forma de divisão de pessoal entre as salas. Existe muita mágoa acumulada e muita dificuldade de comunicação, mas é meu emprego e é de onde tiro o dinheiro que preciso pra poder pagar meus gastos.
Fiz investimentos pessoais que, se considerado longo prazo, poderão trazer bons resultados. Ter um tipo de relacionamento novo fez com que eu visse como tenho vícios de comportamento. Nem todos bons. Honestamente, nem acho que algum possa ser bom, mas preciso parar de achar que tudo que vem de mim seja ruim. Preciso parar de tirar conclusões e de ter pensamentos ruins, suposições ruins, de me depreciar. Já passaram muitos anos desde q eu nasci mas não importa quanto tempo passe, de alguma forma, parece q eu nunca melhorei de fato. E quando paro pra pensar, não é como se, de fato, eu tivesse tentado. Mas as coisas mudam. Viajei, ri, beijei, me diverti e me apaixonei. Eu conheci pessoas que quero levar pro resto da vida e também decidi que existem pessoas que eu nunca mais quero ver ou ouvir falar pelo máximo de tempo que eu conseguir evitar. Infelizmente eu ainda sou um bichinho do mato, como dizia minha vó. Infelizmente nós aqui de casa continuamos a ter muita dificuldade de seguir em frente em vários sentidos, diferentes, para cada um de nós. Ainda assim, foi mais um ano que veio, passou e chega ao fim. Espero continuar escrevendo por muitos anos que estão por vir.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Divagações

Quando eu fazia faculdade tinha um professor que gostava muito de falar da família dele no meio das aulas. Eram suas divagações. Neste exato momento tudo que eu quero é poder divagar tbm, pra fugir um pouco dos problemas, que infelizmente são muitos. Mas como não quero falar deles, vamos divagar!
Na sexta-feira da outra semana fizemos a mudança do meu emprego de um endereço pro outro. Nunca pensei que fazer uma mudança fosse tão trabalhoso. E ouso dizer que o maior problema nem é a mudança de fato, mas sim as pessoas envolvidas no processo. Ouvir de uma pessoa de cargo superior ao seu “o que vocês ficaram fazendo durante todo esse tempo?” quando você ficou esvaziando um galão enorme, cheio de água, para que o mesmo pudesse ser transportado, além de cuidar das vagas onde o caminhão da mudança estacionaria para que não houvessem problemas depois não é nada pra ele? Pra mim é bastante coisa. Depois, no lugar novo, você tem que lidar com o falso nojo das pessoas de lidarem com uma tampa de privada que tinha que ser instalada. Já ouviram aquela frase, “se quer algo bem feito, faça você mesmo”? Pois bem, eu sou dessas. Então eu mesma peguei a privada e instalei. Um problema resolvido. Então passamos pros arquivos e pra mesa que devia ficar na cozinha, mas que é grande demais pra cozinha então deveria ficar lá fora, no relento e na chuva. O que não é uma idéia ruim já que teve a confraternização na sexta. Tudo que se fazia ou se falava era retrucado e rebatido ao ponto em que eu não via a hora de ir embora dali.
E já que mencionamos a confraternização, vamos falar um pouco de confraternizações? Mas não da minha, pois estamos divagando. Existe apenas um tipo de confraternização que eu conheço, aquela em que todas as pessoas envolvidas têm problemas com um ou outro sujeito, mas todos fazem de conta que são ótimos amigos e super camaradas, só pra não pegar mal no filme. Me lembro de quando eu era mais jovem e minha mãe ainda era viva e resolveram fazer uma confraternização no mc Donalds, com direito a levar família e tudo mais. Minha mãe levou eu e meu irmão e uma das professoras olhou pra gente e disse “não comam muito pra não fazer sua mãe gastar muito dinheiro”. Minha mãe olhou pra gente e falou “podem comer o que quiserem, eu tenho dois salários pra isso”. Tipo o Julius, pai do Chris, do seriado todo mundo odeia o Chris, mas no caso dela, uma mulher. Lembro que me segurei pra não rir, mas fiquei feliz com a atitude dela. Que importam as outras pessoas? Quero estar bem com as pessoas que amo e que quero bem. Não que esteja acontecendo. Mas esse post não é pra falar disso, e sim pra divagar. Divagar!
Sábado passado eu fui num evento de animes. Ressaca Friends. Tinha um algodão doce preto sendo distribuído no estande de Harry Potter que deixava os dentes, os lábios e inclusive o seu intestino azuis. Tinha também a Comix, que eu não via desde muito tempo atrás, e que me fez agradecer fortemente pela Yamato ter vendido o evento. E tinha um panda oferecendo abraços grátis, com um rapaz do lado distribuindo adesivos, em forma de cabeça de panda e com os dizeres “abraços grátis” dentro. E tinham vários casais. Mas meu par é tímido. E eu estou num estado choroso. Sim, choroso. Não é líquido, nem gasoso, nem sólido, é choroso. As pessoas normais são enterradas. Minha mãe foi cremada. Michael Jackson virou purpurina. Eu vou me desfazer em lágrimas. Cada um tem o fim que escolhe. E como a premissa é verdadeira, esse post tem seu fim aqui.

sábado, 2 de dezembro de 2017

Idade do Condor

Quando eu era mais nova ouvi uma piada sobre as idades e, de todas elas, teve uma que eu nunca esqueci, que foi a idade que me foi descrita como a “idade do condor”, que basicamente profetiza que, em determinado momento da sua vida, você vai sentir dor. Não importa o que você faça. O engraçado de dizer isso é que eu estou, sim, em uma idade que ando sentindo dores o tempo todo, apesar de culpar as pessoas que sempre disseram e perguntaram, espantadas, se o peso dos meus seios não fazia com que eu tivesse dores nas costas ou nos ombros. Da mesma forma, meu namorado se queixa bastante de dores, mesmo tento praticamente metade da minha idade. Não vamos esquecer, no entanto, que ele está numa idade que o corpo está sofrendo mudanças constantes, o que pode explicar um pouco das dores. Ele também gosta de sentar numa posição que ele mesmo sabe que, com o tempo, faz as costas doerem, no entanto, ele se acostumou com aquela posição. Não posso julgá-lo nem reprimi-lo pois foram coisas que estavam na vida dele antes de eu fazer parte dela. Eu fiz um curso de massagem pra poder aprender métodos de ajudar pessoas que estivessem nessa idade da vida, pois acho que deve ser muito triste sentir dor o tempo todo, não importa o que se faça. Se puder amenizar essa dor, eu o farei. O que nos leva a pergunta… O que você tem feito da sua idade?
Ouvi que a idade é só um número e, ao mesmo tempo, justifiquei muitos dos erros que as pessoas cometeram comigo por conta da idade que elas tinham. Acredito que até os 20 anos a gente não tem muita noção do que está fazendo no mundo ainda. Eu, com minha idade, após ser uma pessoa totalmente madura e comprar um celular numa promoção pra economizar dinheiro, assim que ele chegou em minhas mãos e consegui fazer ele entrar na internet, baixei dois jogos que, com certeza, qualquer pessoa consideraria de criança, que foram Animal Crossing: Pocket Camp e Pokémon Go. Também baixei Deemo pro meu namorado pois ele sempre fala tão bem do jogo e, como eu nunca baixei, resolvi dar uma olhadinha… só pra descobrir que não tenho dom pra jogar aquel jogo. A idade pode ser, no fim das contas, realmente apenas um número. As dores virão? Bem, houve uma época que eu acreditava que era balela, hoje acabo acreditando um pouco mais. O importante mesmo é que estou vivendo de uma forma um pouco mais leve desde que meu namorado entrou na minha vida. Temos problemas? Com certeza, como todo casal, como toda pessoa, como todo ser vivo. Mas também quero acreditar que promessas não são em vão e que o Condor que nos ronda sirva pra algo além de nos trazer dor.

sábado, 25 de novembro de 2017

O Tempo Que Nos Separa

No dia trinta de setembro de mil novecentos e oitenta e cinco nascia uma criança que foi muito, muito desejada e esperada. Os pais dessa criança esperaram um bom tempo até decidirem tentar ter filhos e, quando começaram a tentar, esbarraram em várias dificuldades. O nascimento daquela criança era, por si só, uma vitória para aqueles pais. Ela demorou pra começar a ter cabelo mas, quando o teve, era invejado por conta dos cachos. Tanto que, quando o advento da escola aconteceu, não sendo suficiente que alguma criança maldosa tivesse grudado chiclete nos cabelos dela, ela acabou pegando piolho, o que resultou no jeito mais fácil de combate a essa praga, mesmo que a maioria dos pais relute muito pra fazer isso com sua garotinha: cortou o cabelo curto, como de um menino. Ao ponto que, em uma foto específica, uma garota chegou a perguntar a menina, “quem é essa garoto lindo?” Sua resposta foi “sou eu”. No ano de dois mil a garota completaria quinze anos. Foi o ano em que ela entrou no ensino médio e, também, no ensino técnico do Senai. Numa sala de trinta e dois alunos haviam três mulheres das quais uma era ela. Uma vida inteira convivendo com mulheres e, no entanto, ao começar a estudar naquele lugar e conviver com os homens, ela percebeu que era muito mais confortável viver entre eles. As meninas eram muito dissimuladas, muito atrevidas, muito maduras. Ela, apesar dos seus quinze anos, era não mais que uma garotinha inocente.
Naquele mesmo ano nascia um garoto. Sua vida foi bastante complicada com vários eventos como o divórcio de seus pais, o casamento de sua mãe com um padrasto e a nomadicidade que foi imposta à vida dele para que pudesse estudar e passar algum tempo com sua família. Quando ele completasse quinze anos sua garota estaria completando trinta. Quase uma situação daqueles problemas matemáticos que nossos professores adoram, “Luciana tem o dobro da idade de Henrique. Sabendo que seu irmão, que é onze meses mais novo que ela nasceu no ano de 1986, qual a idade de Luciana? E qual o ano de nascimento de Henrique?” Seria cômico se não fosse trágico. Naquela época, se tivéssemos nos conhecido, provavelmente nunca teríamos chegado onde estamos hoje. Ou talvez teríamos.
Estamos no ano de dois mil e dezessete. Eu tenho trinta e dois anos. Ele tem dezessete. Eu tenho o péssimo costume, desde os tempos do Edgar, de considerar a idade uma justificativa para muitos erros que o outro comete. “Ele é jovem, não sabe o que faz.” Entre outras tantas desculpas que eu dava pra mim mesma. É cômodo quando você quer continuar com alguém que você ignore os erros dela. Ou não. Aprendi que gostar de alguém é aceitar suas qualidades, defeitos e verdades. E é aqui que o tempo correu de forma cruel para nós todos. É verdade que quando estou de TPM me torno uma pessoa insuportável, tenho plena consciência disso. Talvez eu devesse ler alguns livros sobre como evitar esses sintomas. Muita gente diz que esses sintomas são invenção de nossas cabeças. Bem, não sei se é invenção ou não, mas eu percebo que fico mais briguenta. E juro que estou me esforçando pra não ser assim! Existem dias que tudo que eu quero é ficar ali, quietinha. Sozinha. Ou sozinha com meu amor. Acontece que, como era esperado com o passar do tempo, meu amor se sentiu sufocado. Brigamos muito por vários dias. Tivemos discussões bobas e inúteis que começaram a pesar. E durante essa semana ele me pediu um tempo.
Tempo.
A única vez que eu ouvi alguém me contando uma história sobre um tempo em um relacionamento foi minha amiga Liliane quando seu primeiro namorado, por motivos que hoje nem me recordo, pediu para que eles dessem um tempo no relacionamento. A resposta dela, como era de se esperar de uma pessoa com a personalidade forte que ela tem, foi a de que, se era pra que eles dessem um tempo, era melhor que eles terminassem.
Tempo.
E eu entrei em pânico. Eu achava que estava me esforçando por nós dois. Eu ficava com ele por perceber que ele tinha ciúmes quando eu ficava conversando com outras pessoas e, com o tempo, me acostumei a ficar mais com ele do que com os outros. Aos poucos fui me afastando das pessoas, parando de fazer algumas coisas que eu gosto e até mesmo tentar interagir com pessoas que não fossem ele. Isso, obviamente, sufoca uma pessoa além da conta. Eu sei disso. Mas não me dei conta disso, pois não existiam indicadores de que ele estava se sentindo assim. Até que as brigas explodiram e houve o pedido.
Tempo.
Eu me senti perdida. Abandonada. Onde eu tinha errado? Seria aquilo o fim? Ele pediu, de fato, uma semana. Apenas uma semana. Se parar pra pensar, uma semana passa rápido. Mas diga isso pra um coração que dói. Uma semana agindo apenas como amigos, depois de quase seis meses de namoro. Uma semana começou a parecer tempo demais. Minha salvação foi uma Lucimar que me pediu pra ir visitar a casa dela para pegar algumas encomendas que pedi para serem entregues na casa dela, já que eu não confio no carteiro da minha casa. Acabou, inclusive, que o pedido de tempo me foi feito enquanto eu me locomovia da casa dela pro setor. Do setor para casa já estava pensando no que eu ia fazer da vida se ele quisesse terminar comigo. Demorou um tempo até que eu conseguisse digerir a informação e aceitar que, se ele queria uma semana, seria uma semana. Se eu queria ajudar de alguma forma não seria impondo minhas vontades e minha presença que ajudaria. Então comecei a fazer planos de coisas que eu poderia fazer durante aquela semana. Até cogitei a possibilidade de ir assistir o assassinato no expresso oriente sozinha, no dia da estréia, ao invés de esperar o sábado pra ir assistir com ele. No entanto, o tempo destrói mas ele também cura. Não precisou de muito mais do que um dia longe pra ele pedir pra que a gente voltasse do jeito que era, pois ele não tinha pensado em tudo que ele estava perdendo com aquele pedido.
Tempo.

E durante o dia as coisas foram se arrumando e se organizando e agora, neste momento, posso dizer que talvez as coisas ainda estejam um tanto quanto abaladas entre nós, mas vou continuar acreditando que os 15 anos de diferença entre nós, a uma semana de TPM que tenho todos os meses ou o pedido de tempo que durou um dia serão o suficiente para que nosso relacionamento acabe. Desmoronou um pouco? Talvez. Mas da mesma forma que o tempo destrói, o tempo constrói.

sábado, 11 de novembro de 2017

Enem

Pra quem não sabe, semana passada eu fiz a primeira parte da prova do Enem. Isso significa que eu, como a pessoa que tenta ser responsável que sou, vou passar algumas horas do meu domingo numa sala de aula no quinto andar do campus da faculdade Anhanguera, tentando resolver exercícios da tecnologia tanto da ciência quanto da matemática. Não levei o caderno de questões pois honestamente achei que era muito tempo pra ficar esperando, só pra levar a prova. Quando cheguei em casa, meu pai já estava lá. Sim, caso estejam se perguntando, meu pai também fez o Enem. Meu namorado também. E, para minha surpresa, meu chefe também. Cheguei no trabalho comentando sobre o tema da redação que, apesar de eu ter tido uma mãe que era professora, foi bem difícil de desenvolver, pois ela nunca tinha dado aula para surdos. Foi quando meu chefe perguntou onde eu fiz minha prova e comentou onde ele fez a dele. Minha surpresa durou, provavelmente, alguns segundos, até que lembrei o tipo de pessoa estudiosa que ele é. Além dele soube de mais uma pessoa que fez a prova, um amigo de longa data que mora no sul, além da minha amiga Lucimar que nos deu uma carona até o local da prova. Mesmo mal ela foi, pois, segundo ela, existe uma gratuidade para pessoas de baixa renda da qual ela faz parte, no entanto essa gratuidade é perdida caso se falte na prova. Então ela se esforçou bastante pra ir.
Vamos falar da parte de humanas da prova? Vamos!
Pra começo de conversa, me pergunto se alguém esperava aquele tema de redação. O Silver me disse vários temas que podiam ser o da redação e, no entanto, nos surpreenderam com um tema desses. Acredito que pessoas que estudaram em escolas com inclusão devem ter tirado de letra. Mas eu não! Nunca estudei Libras, nem convivi com pessoas com deficiência de fala ou de audição. Já vi pessoas no ônibus se comunicando através de sinais, acredito que todos nós vimos em algum momento de nossas vidas tais pessoas. No entanto, como deve ser a convivência de pessoas “normais” com essas pessoas? Minha sorte é que deixei a redação pro final. A minha prova era a de cor rosa e eu levei bastante tempo lendo cada questão. Todas as questões tinham algum texto, quando não imagens atreladas ao texto, te forçando a ler bastante. Não que eu esteja reclamando, já que ler é uma coisa que não me incomoda. No entanto, confesso, terminei a prova sentindo cansaço nos olhos. Saí da faculdade, liguei o celular e fui recepcionada com uma mensagem instantânea da sogra, “como foi a prova?” Minha resposta que “foi divertido, mas cansativo” a deixou surpresa. “É a primeira vez que ouço alguém se referir ao Enem como divertido”. Que bom que tem uma primeira vez pra tudo!

Não sei como vai ser minha nota, nem como vai ser a nota das pessoas ao meu redor. Verdade seja dita, não li uma linha sequer que pudesse ser considerada estudo pra essa prova, mas queria fazer a prova exatamente assim, crua. Quero saber quanto eu estou apanhando pra vida, quanto meus estudos foram defasados e quanto meu cérebro consegue me surpreender nessa prova. Como costumo dizer pro meu amor, quando você não cria expectativas, qualquer resultado te satisfaz, e é bem nessa vibe que estou encarando o Enem. Conforme for, quem sabe, eu não volte a abordar este assunto no futuro? Só a minha nota poderá dizer!

sábado, 4 de novembro de 2017

Finados

Essa semana tivemos o feriado de finados, onde pensamos nas pessoas que morreram e que nos eram importantes. Dessas pessoas conto duas na minha vida, minha vó e minha mãe, pois as outras pessoas que morreram, apesar de serem da família, não são pessoas que eu possa dizer que tiveram um impacto muito grande na minha vida. É triste, mas é verdade, nem todos os mortos nos fazem falta.
Hoje passou na minha casa dois daqueles senhores que são testemunhas de Jeová. É engraçado falar com eles pois eles sempre começam nos fazendo uma pergunta quaisquer, que se você for ver friamente, não é, de fato, religiosa. A pergunta de hoje era “existe vida após a morte?” E eles ficam esperançosos que você responda a pergunta. Como não sei se testemunhas de Jeová acreditam em reencarnação, em ressurreição ou essas  coisas, preferi simplesmente dizer que é uma pergunta que varia de religião para religião. Então fui questionada se tenho uma bíblia em casa (e responder que sim faz com que tudo fique muito mais rápido, acreditem), então eles me apontam para um trecho da bíblia que, supostamente, responde minha dúvida. Que nem era minha, pra começo de conversa. Mas achei interessante eles aparecerem falando exatamente sobre esse tema. Provavelmente foi proposital, talvez não.
Essa semana também recebi a notícia de que o Giorgio está namorando e fiquei feliz por ele. Realmente foi um ciclo que se fechou, e eu agradeço por isso. De certa forma, quando você rompe certos relacionamentos, por mais doloroso que possa parecer no início, isso te faz bem. Isso te liberta. Isso é o que sinto em relação a várias pessoas, até mesmo pessoas que me fizeram, também, muito bem. As vezes eu sinto falta dessas pessoas pela importância que elas tiveram na minha vida, por exemplo minhas colegas de trabalho cujos contratos venceram no ano passado e, desde então, conto nos dedos de uma mão quantas vezes pude revê-las. Também penso nisso quando percebo, por exemplo, que ao enviar uma mensagem pra uma pessoa, a mensagem não vai e, quando percebo, a imagem dessa pessoa no Whatsapp está cinza, o que provavelmente significa que fui bloqueada. Mas diferente de outras vezes, eu não me importo, pois finalmente passou o período de luto, de dor e de sentir tristeza pelo que aconteceu ou deixou de acontecer. De certa forma, e isso me preocupa, me sinto um tanto quanto rancorosa, mas ao mesmo tempo, aliviada. Penso que dessa vez devo serrar todo e qualquer resquício da existência de certas pessoas na minha vida. Não que eu vá esquecer, pois um elefante nunca esquece, mas já passou da hora de pôr uma pedra em cima disso. E seguir caminho, de forma que a pedra evite que o que quer que seja que saiu dali saia de novo. Quantos ques!

Dia de finados me faz pensar que ainda não dispomos das cinzas da minha mãe. Me pergunto também, no caso dela ainda estar viva, como estaria. Penso também no legado que ela me deixou e me pergunto se devo continuar a observar de longe ou se devo começar a mexer nas coisas. Não adianta pensar no que eu posso fazer se não consigo me decidir a, de fato, tomar atitudes. Mas a vida segue, então vamos seguindo. Lembrando dos mortos e dos vivos, cuidando de nossas vidas mais do que das dos outros e torcendo pra que tenhamos vidas nem longas nem curtas, mas do tamanho que tem que ser. Não sou espírita, mas gosto de pensar que nos é dado exatamente o que precisamos pra evoluir, basta querermos.

sábado, 28 de outubro de 2017

Eu e Animes

Eu sou uma pessoa que lê muito, sempre fui, no entanto, apesar de quando menor ter um hábito maior de ver TV, conforme o tempo passou, ele deu lugar a outras formas visuais de entretenimento. Eu poderia falar de cinema, mas nós já falamos de cinema às segundas, então vou falar de animes. Verdade seja dita, eu não assisto tantos deles assim e, na maioria das vezes, os que assisto são de muito tempo atrás que eu descubro de alguma forma. O último anime que eu assisti acompanhando conforme ele ia sendo lançado foi Erased, ou Boku Dake Ga Inai Machi. Para se ter uma ideia de como eu gostava daquele anime eu assisti o último episódio no trabalho enquanto não tinha ninguém na agência. As primeiras pessoas iam chegando e me vendo lá, aos prantos, mas nem perguntaram nada, pelo que agradeço. Como explicar pra uma pessoa do seu trabalho que um anime te fez chorar? Ou pior, que você estava assistindo ele durante o expediente? Até tentei explicar dele pra uma de minhas colegas que não conseguiu se segurar e, em dado momento do dia, perguntou se eu estava bem. Expliquei sobre o anime e ela me disse que era “muito drama pra um desenho”.
Vamos esclarecer um ponto importante sobre animes e animação japonesa em geral… Diferente de desenhos animados infantis, onde você espera que eles mostrem lições de moral simples pra que seu pimpolho aprenda a lidar com o mundo, animes são coisinhas bem mais selvagens, que te atingem de todos os lados e de formas diferentes de pessoa pra pessoa. A cultura japonesa em si é muito rica e os japoneses, graças ao bom Kami-sama, usam muito dela, seja usando suas lendas, seu folclore, seus costumes, até sua culinária! Nesta temporada está tendo mais uma temporada de Shokugeki no Souma que é, nada mais nada menos que um anime onde os estudantes lutam usando a culinária. E é divertido, pois você vê o pobre personagem principal que tem um pai excepcionalmente bom no que faz, querendo se comparar a esse pai e sendo mandado pra uma escola de elite para expandir seus horizontes culinários. Basicamente, um crescimento pessoal. E é bom! Só é um pouco frustrante você acompanhar um anime no seu lançamento pois os episódios são lançados semanalmente. E eu não estou reclamando pois também já assisti um anime que falava exatamente dessa produção, a de animes, e mostrava como é difícil e complicado fazer com que as coisas funcionem. Chamava Shirobako e contava a história de algumas meninas que, desde que estudavam, tinham um sonho: o de produzirem um anime juntas.
Minha nova paixão nesse universo é um anime “da temporada” (sim, pois existem temporadas). Chama Mahoutsukai no Yome e conta a história da Chise, que teve um passado bem traumático, ao ponto de se vender como uma mercadoria e ser comprada por um mago para ser sua aprendiz e noiva. Existem vários fatores que fazem a trama ser grossa, como um encontro com dragões no terceiro episódio, que aliás foi o último lançado. O próximo sai hoje e eu estou pensando seriamente em assistir assim que chegar em casa ao invés de jogar league pra completar as missões do mundial que me faltam da semana.

Minha colega de trabalho chama de drama. Eu vejo como desenvolvimento de personagem, de caráter, de habilidade. Você não vê um anime onde esse tipo de traço não apareça. Mesmo os animes mais “populares” e conhecidos, como Dragon Ball e Naruto seguem essa vertente, e eu acho muito bonito ver isso. O crescimento humano. Talvez seja porque, de alguma forma, eu consiga me relacionar com os personagens até certo nível. Minha psicóloga me dizia que minha empatia é num nível um tanto quanto absurdo, mas não é como se isso me incomodasse. Eu ainda acho lindo ver, na abertura do anime, a cena em que a Chise está rodopiando no ar envolta por luzes que se erguem e cobrem sua visão dela. Tenho grandes expectativas desse anime e, provavelmente, eu faça como fiz com Donten ni Warau, que fui atrás de ler o mangá pois não aguentava de ansiedade pra saber o que ia acontecer no final. É bom quando o anime tem uma certa fidelidade ao trabalho original, mas sempre é bom ler o trabalho original pra se ter uma ideia de algumas idéias e sentimentos e pensamentos que o desenhista quis transmitir que não nos são passados no anime. E estamos apenas indo pro quarto episódio...

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Kimi no Nawa - Your Name

Faz tempo que eu não falo de filmes, não é mesmo? Houveram vários filmes que eu assisti que quis escrever sobre, tanto filmes que se revelaram grandes blockbusters quanto filmes que não foram feitos para todos os gostos, passando por aqueles filmes que lidam com assuntos bastante delicados. Mas o filme de que quero falar aqui não se encaixa em nenhuma dessas opções. É um daqueles filmes que raramente vemos por aqui, uma animação japonesa que lida com vários elementos confusos. Graças a essa dinâmica eu até compreendo o porque as pessoas começaram a rir assim que a sessão acabou. O que ainda não entendo é essa relutância dos cinemas brasileiros de passarem animações japonesas.
Em minha humilde opinião, as animações japonesas são as melhores do mundo, fato. A última que assisti num cinema foi Ponyo e isso foi quando minha mãe ainda estava viva E conseguia enxergar, só pra ter uma ideia...
Vamos falar sobre a animação! No trailer eles abordam a forma como os personagens trocam de corpo e a passagem de um meteoro. Até aí, nada de muito inusitado. Lembra até um filme nacional, se eu fosse você, com o Tony Ramos e Glória Pires. Então você dá um jeito de arrastar seu namorado (a) pra assistir o filme com você, nem sabendo quando ele vai estrear de fato. No Facebook, que foi onde você viu o trailer, dizem que será no dia 5, no entanto a estréia de fato se dá no dia 11... em horários horríveis! Quando procurei em Guarulhos, só ia passar na terça-feira, no horário das 19:00, sendo que em São Paulo tinham um pouco mais de salas. Os horários, no entanto, eram todos horríveis, ou às 19:00 ou às 21:30. Mas sacrifícios devem ser feitos, e eu insisti. Dia 12 era feriado então fiz com que o Henrique me acompanhasse até o Santa Cruz. Enquanto estávamos no trem a caminho, eu olhava os lugares disponíveis. Só tinha os da frente da tela, mas eu pensei que, se por muita sorte, eu conseguisse dois lugares, um do lado do outro, iria ver o filme a qualquer custo. Só que não. A sala lotou. Eu podia pegar o horário seguinte, das 21:30? Claro que não... Afinal, estava em São Paulo e tinha que voltar pra Guarulhos, ele pra Osasco, e era um dia de feriado. Tudo estava contra nós. Mas resolvemos comprar os ingressos pro sábado, logo nos encontramos novamente no dia marcado pra ver o filme. Passamos o dia inteiro juntos e, de noite, lá estávamos nós. O rapaz que recebia os ingressos estava comentando com outro funcionário sobre como aquele filme devia ser bom, já que todas as salas estavam lotando. Fiz questão de dizer pra ele que aquilo ficasse de lição que eles podem, sim, trazer animações japonesas pro Brasil, pois existe público para tal. E que, se possível, colocassem em horários melhores, pois aquele era horrível. A desculpa dele é que aquele filme era uma exceção. Eu não me importo que era, pois ainda assim a lotação das salas era um fato. Então chegamos na sala. Pessoas ficavam chegando atrasadas e, para chegarem aos seus lugares, passavam na frente de onde eu lia a legenda. Além disso, tinha uma pessoa na nossa frente que era bem alta, o que significa que tinhamos que ficar fazendo malabarismo pra conseguir ler a legenda. Ainda bem que ele não era de se mexer muito! Agora, sobre o filme... Que fique claro que daqui pra frente terão spoilers, então leia por sua conta em risco. Não que faça diferença, já que o filme já saiu de cartaz...
Os assuntos abordados no filme são mais profundos que apenas uma troca de corpos, e você só se dá conta disso depois de uma certa porção do filme já ter passado. Você só entende de fato quando percebe que a garota está morta na época em que o garoto para de ter as trocas de corpo e resolve investigar. O relacionamento dos dois, se é que se pode chamar assim, é bastante significativo, já que eles estabelecem regras para não afetarem de forma negativa a vida de um e do outro enquanto estiverem com corpos trocados. É interessante ver como cada um deles encara a vida do outro enquanto estão em corpos trocados e como é tocante o esforço do garoto para encontrar uma garota que, supostamente, ele nunca viu. Supostamente. Como eu disse, o filme também lida com o espaço-tempo, o que significa que o garoto consegue, de uma forma bastante inteligente, se religar ao corpo da garota, de forma que ele consegue arquitetar um plano magistral para salvar o pequeno vilarejo de ser destruído durante a passagem do meteoro. Que ele já viu há 3 anos atrás, quando a garota foi até Tóquio para conhecê-lo pessoalmente. Problema é que ele não fazia a menor ideia de quem era ela, pois ainda não tinha tido a experiência de troca de corpos com ela. Ela no entanto já tinha vivido tudo aquilo. Vilarejo salvo e apenas um encontro pessoalmente entre os dois, devido circunstâncias diversas e misteriosas, o ritmo se acelera, nos mostrando como cada um esquece do outro, apesar de terem a noção de que perderam algo que lhes era muito querido, muito precioso. E nosso foco se apóia no personagem masculino e em como ele está, agora, crescido, ainda sentindo falta de algo. Quando os dois se vêem indo em direções opostas na linha de trem. Surpreendentemente, os dois descem de seus respectivos trens e voltam, correndo, obviamente na esperança de encontrar o outro. E quando se encontram, por um momento, você acha que eles vão passar reto um pelo outro,como na primeira vez em que a garota vai até Tóquio para falar com o garoto, mas ele não a reconhece por não ter conhecimento de sua existência naquele momento. A diferença é que, dessa vez, ele sabe sim quem é ela. Os dois já têm conhecimento da existência e da importância de um para o outro. E parte dele a iniciativa de chamá-la, dizer que pode parecer estranho, mas ele tem a impressão de que a conhece e, se possível, qual seu nome? A pergunta ressoa dos dois, e apesar do filme terminar ali, você sabe que o final será feliz. Então, por que as pessoas riram quando o filme acabou? Eu honestamente não entendi, e meu namorado disse que não gostou muito do final. Opiniões e adversidades à parte, foi bom ver uma animação japonesa no cinema depois de tanto tempo, pra variar. Só espero que aconteça de novo, de preferência não daqui há tantos anos.

sábado, 21 de outubro de 2017

Contagem Regressiva

Outro dia me pediram pra cronometrar 30 segundos. Meu cronômetro é, na realidade, um aplicativo do celular que me serve mais como despertador do que qualquer coisa, mas existe dentro dele a opção de cronometrar.  Ele não conta o tempo diminuindo, ele apenas adiciona o tempo numa contagem normal. Era o que tinha, mas serviu, pois ele só precisava ter certeza que ia terminar antes de 30 segundos, o que ele conseguiu. Dia 19 de outubro eu estava olhando meu facebook e lá tinha uma das memórias, meu primeiro dia de trabalho. E isso me fez perceber que só tenho mais um ano de contrato. As areias do tempo nunca pararam, a verdade é essa, no entanto, neste exato momento, consigo ver como ela cai e como cada grão de areia conta. Preciso me focar em conseguir um novo emprego dentro de um ano. Ou pelo menos fazer com que as massagens funcionem para que eu consiga uma certa estabilidade. Verdade seja dita, toda vez que alguém me conta uma história que começa com "perdi o emprego" ela invariavelmente passa pela dificuldade da pessoa em se adaptar à sua nova realidade, a de desempregado. Não por estar desempregado, não... Mas por ter se acostumado a gastar com um estilo de vida que não é mais sua realidade. Pois está desempregado.
Pensar em um novo emprego me faz lembrar do ano passado, quando fui pra Campinas a convite da minha prima ver aquela palestra de motivação onde o senhor disse que temos que fazer promessas não só para nós mesmos, mas para os outros, de preferência para uma pessoa que vá nos cobrar uma ação em direção ao que queremos. Na época lembro que me engajei em fazer um curso de massagem, pois era algo que minha mãe queria muito que eu fizesse. Ela morreu, mas eu ainda assim quis fazer o curso. O palestrante propunha que caso você concluísse sua "tarefa", você devia se dar uma recompensa que devia ser pré-estabelecida. No entanto, se não conseguisse, deveria se punir, tirando ou se privando de algo que queria. No meu caso, o prêmio por terminar o curso era ir pra praia, o que fiz de fato muito tempo depois que já tinha terminado o curso. Até pra me dar um prêmio eu sou devagar. Vale lembrar que, quando vi o post no Facebook, repostei lembrando a mim mesma que falta um ano. E minha prima, a mesma que me convidou pra ver a palestra, veio falar comigo. Ela é uma graça de pessoa e tenho certeza que ela quer investir em mim pra que eu trabalhe no mesmo que ela, revenda de produtos cosméticos. No entanto não sou do tipo que consegue usar muitos cosméticos, então tenho uma dificuldade muito grande em me imaginar vendendo os mesmos. No entanto, gosto de perfumes e pretendo, de certa forma, misturar essas sensações durante minhas sessões de massagem. O que eu preciso, no momento, é motivação. Meu amigo Gilson tem me ajudado muito nesse sentido desde que lhe dei uma notícia que me preocupou e que, de certa forma, me empurra na direção de cuidar mais da minha saúde.
Falando em saúde, isso me lembra que ontem, no trabalho, estávamos falando sobre dietas e como o tipo sanguíneo influencia na sua dieta. Meu tipo sanguíneo diz que não posso comer carne, que é uma das comidas que mais gosto. Fazer exercícios também não é algo que me anima muito, no entanto se quero garantir que terei saúde para ter filhos e ser mãe por um bom tempo, devo investir nessas pequenas coisas. Saúde. Vida. Emprego. Logo, devo procurar uma academia. Pra pagar a academia, preciso continuar trabalhando. E o ciclo se repete dessa forma.
Falando em emprego, tenho tudo que preciso pra fazer as massagens, mas preciso investir em propaganda. E em tirar uma carta de motorista para poder transportar todas as coisas que preciso para realizar as massagens. Afinal, estamos falando de uma maca, um aparelho que esquenta as pedras que serão utilizadas na massagem e, óbvio, as pedras em questão. Talvez alguns óleos, toalhas e perfumes pra deixar um clima mais agradável. Se achar que, no fim das contas, não consigo ser uma empreendedora, posso correr pros concursos públicos. Ou mais ainda, posso me esforçar mais para estudar nesse pouco tempo que me resta antes do ENEM e tentar tirar uma nota decente que me garanta uma vaga em alguma faculdade aqui mesmo em Guarulhos num curso de matemática ou contabilidade. Ou até economia! O importante é que tenho que estudar. Trabalhar. Ganhar dinheiro. Cuidar da saúde. Como se faz tudo isso? Eu ainda não sei. Provavelmente eu precise de um emprego do jeito que funciona para as pessoas que trabalham lá na agência, que ficam com suas bundas plantadas em suas cadeiras, usando seus computadores para fazer qualquer coisa na internet quando não existe um trabalho de fato a ser realizado e que, apesar de todas as regalias, reclamam do tédio e da falta do que fazer. Verdade seja dita, eu que saio pra rua tenho uma vida que não é tão mais agitada que a deles, mas com certeza sou uma pessoa mais feliz. Mas menos disposta a estudar, por exemplo. Isso é algo que deve ser corrigido logo, ou vou começar a sofrer as penalidades.

Como disse no início do post, o tempo está correndo. Sinto as areias do tempo correrem mais do que antes, por saber que meu tempo no IBGE está acabando. Isso é bom, pois significa o fim de um ciclo, como meu irmão costuma dizer. É um ciclo bom, mas como todo ciclo tem que ter um fim. Só espero que meu próximo ciclo me seja tão gentil quanto este foi, mesmo que eu tenha tido todos os tipos de entreveros que tive. Que eu consiga continuar me comunicando e convivendo com as pessoas de forma melhor do que convivi neste meu primeiro emprego. Que a experiência que tive não seja só pro IBGE, mas que me sirva para toda a vida, não só na área profissional mas como para tudo que eu conseguir usar. Amém?

sábado, 14 de outubro de 2017

Ser Pensante

Existe uma frase que digo muito quando estou “brigando” com uma máquina e consigo fazer com que ela funcione da forma que eu queria, que é “eu sou o ser pensante dessa relação”. Essa frase inusitadamente funciona também para várias pessoas que conheço e que, acreditem, eu preferia não ter que lidar. Mas não estamos no mundo pra escolher se vamos ou não conviver com esse ou aquele problema. Se você ignorar um problema por muito tempo, em algum momento ele vai voltar e te obrigar a lidar com ele. A não ser que o problema não tenha solução, então ele não é mais um problema. Mas isso é tema pra outro momento. Vamos nos focar no ser pensante.
Existem momentos em que o ser pensante não funciona como deveria, por exemplo, quando você vai assistir um filme que todas as pessoas ao seu redor lhe recomendam prestar atenção no dito filme. E você vai e presta atenção pra não deixar nada passar. As cenas do filme ficaram bem gravadas em minha mente, no entanto não pude sair dele dizendo “nossa, que filme lindo!”, na verdade eu saí bem confusa e esperando que, de alguma forma, as coisas fizessem sentido depois. Acabou que elas fizeram sentido depois que meu namorado relatou as idéias que ele ouviu num site e também depois que meu irmão me ligou, logo após ter visto o filme, indignado. “Jura que você não relacionou uma coisa com a outra?” e ainda aproveitou pra zombar da minha fé. A verdade é que o filme foi tão brutal que eu não conseguia de fato ligar ele com nada religioso, mas depois de fazer a primeira ligação, todas as outras coisas se tornaram bem mais claras. A verdade é que a bíblia é um livro cheio de passagens brutais que, no entanto, você parece fazer questão de ler sem perceber. Com exceção do apocalipse. Não, esse livro as pessoas parecem fazer questão de ler e procurar em cada palavra um fogo ou uma tortura ou uma penitência. O homem não se importa com o passado, só com o futuro. Não aprende com o que já aconteceu e o que já passou, mesmo que sejam passagens de um livro. Como em qualquer livro de fantasia, acreditam nas histórias que querem, da forma que bem entendem. Interpretação de texto já é uma coisa bem sofrível em nosso país, você entrega a bíblia pra uma dessas pessoas ler e espera para colher as pérolas.

Saindo dos livros e voltando pras máquinas, seria mais fácil lidar com elas depois de se ler um manual. Pessoas não vêm com um manual. Graças a isso você precisa sair testando, e o problema de testar é que pessoas, diferente de máquinas e cachorros, não costumam esquecer quando você lhes dá um tapa pra que elas funcionem direito. Não. Elas olham pra você e, como diria meu amigo Silver, “vai ter volta”. Então você tem colegas de trabalho que considera mais que isso. Amigos, se eu puder lhes chamar dessa forma. E eles se ofendem mais do que você quando as outras pessoas do seu trabalho, que supostamente também deviam saber do seu aniversário, nem te cumprimentam. Na verdade, aquilo não me ofendeu nem um pouco, pois a essa altura, depois de tanta coisa que aconteceu e que eu tive que ouvir e lidar, eu prefiro inclusive que as pessoas mantenham uma certa distância. Pessoas, diferente de máquinas e cachorros, te machucam em lugares que não é só desinfetar ou fazer um curativo. Elas conseguem ser cruéis em momentos que, o que você precisava de fato, era um ombro amigo. Mas infelizmente hoje em dia parece que os seres humanos esqueceram que são os seres pensantes e preferem agir como animais e máquinas. Mas não como cachorros. Cachorros te amam e são fiéis. Essa ideia me veio depois de ver um trailer de um filme onde Murilo Rosa vai interpretar o Diabo e, em uma conversa com Deus, ouve que os humanos não são fiéis, pra isso que Ele criou os cachorros. Triste realidade? Eu prefiro acreditar que meu querido Hakion vai continuar me amando pro resto da vida, mesmo que eu esteja entrando em desespero pensando que a irmã dele venha a fazer uma festa de debutante e que alguma das amigas dela venha a dar em cima dele. Prefiro pensar que dos problemas que enfrento hoje, tudo é passageiro, pois problemas têm solução. E prefiro pensar, sim, que sou um ser pensante, não só mais um na massa acéfala que constitui a nossa atual “humanidade”.

sábado, 7 de outubro de 2017

As Três Tentativas

Tenho um amigo que se chama Gilson. Ele me conheceu através de um outro amigo nosso em comum, em uma situação bem peculiar que nos colocou em situações bem complicadas. Ainda assim, diferente do amigo que nos apresentou, conseguimos manter uma relação de amizade bem duradoura. Quando o conheci ele tinha alguns vários problemas e uma paixão. Essa garota em questão fez da vida dele um inferno e, depois dela, ele se interessou por uma das minhas amigas que hoje está casada com outro amigo meu. Talvez um dia eu fale deles aqui, mas hoje o post tem outro foco. O foco é no Gilson e em várias coisas que aprendi com ele durante o tempo. E algumas coisas que também pude mostrar pra ele. Não sei se vocês sabem, mas para algumas pessoas (eu inclusa) problemas são como furacões. Você não consegue resolver direito pois está no meio dele. Pessoas de foram conseguem ver a solução claramente, mas para você, a solução é uma incógnita. Também tem a visão da minha amiga Lucimar de que, se um problema não tem solução, então não é um problema. Você pode continuar se torturando com ele, mas se você não consegue resolver, talvez a melhor atitude que você pode tomar é exatamente a de parar de tentar e partir pra outra coisa. Às vezes a solução não está visível pra você hoje, mas vai estar em algum momento.
Nosso amigo Gilson tinha uma frase que gostava muito de dizer, que era sobre você não poder dizer que não gosta de algo se não tentou três vezes. Consigo relacionar isso pra comida, por exemplo, e lembro de um exemplo real, vulgo bife de fígado, que eu comi pela primeira vez na casa de uma amiga da minha vó e, apesar de ter terminado de comer todos os dois bifes que peguei (de gula), jurei que nunca mais ia comer daquela carne em minha vida. No entanto, no ano passado, quando fui no aniversário da Ana Carolina Brum, era um churrasco e, coincidentemente, tinham iscas de fígado sendo servidas. E acredite quem quiser, estava bom. Comi que até pensei se podia, de fato, aquela ser a mesma carne que comi na casa da dita amiga da minha vó. E era, pois fígado tem um gosto bem particular. Verdade seja dita, toda carne tem um gosto bem peculiar se você consegue ter paladar e vontade de conhecer o gosto das carnes. No entanto, voltemos à frase. Três tentativas. Um dia eu perguntei pra ele se isso significava que uma pessoa tem que dar o cu três vezes pra decidir se é gay ou não. E ele, como macho alfa que é, ficou quieto.
Ele é uma pessoa que passou por muitos problemas durante a vida e até hoje continua passando. Também é muito trabalhador, ao ponto de não parar de trabalhar nem para cuidar da saúde, o que honestamente me preocupa. Por ele, eu já estaria casada e com uma penca de filhos enorme há muito, muito tempo. Ele sinceramente deseja minha felicidade, então quando disse pra ele que estava namorando, obviamente ele quis conhecer o felizardo. Por mais que Osasco não seja ali do lado, ele continua se esforçando por mim, então fiz com que se encontrassem. Meu namorado é tímido, o senhor Gilson, por outro lado, é bastante comunicativo. Ele conseguiu encher o Henrique de perguntas, ao ponto que eu pedi inclusive pra que ele pegasse leve com o inquérito. Por sorte, os dois gostaram-se mutuamente.

A frase das três tentativas faz com que eu pense em todos os problemas que estou tendo ultimamente, desde dores até problemas no meu relacionamento. Nenhum relacionamento está livre de problemas e eu sei bem disso, mas sinto que estou precisando voltar a frequentar minha psicóloga, pois estou passando por várias situações novas que, honestamente, não sei como lidar. Existem momentos que lembro da minha mãe e penso em como as coisas podiam ser diferentes se ela estivesse aqui. Lembro de como o Henrique me disse que não queria que eu me isolasse das outras pessoas pelo bem dele e como eu tenho tentado desde então voltar a interagir com todo mundo, mas como às vezes isso faz com que eu me sinta bastante mal. Ontem eu me irritei com ele e já faz algum tempo que sinto que as coisas não estão bem entre nós. Houve a primeira tentativa de algo, agora estou planejando a segunda e rezando pra que, dessa vez, dê certo. Se não der, tudo bem, a terceira tentativa é um charme. Se existe um problema aqui eu honestamente não estou conseguindo pinçá-lo e olhar pra ele pra poder resolvê-lo, então encaro como se não existisse problema algum, mesmo que eu sinta com todos os meus poros que existe sim um problema. Quero ter fé que, se tiver algum problema, que a gente consiga resolver o mais breve possível e que, se não puder resolver, que pelo menos a gente consiga deixar as coisas bem. Nesse momento percebo que preciso fazer uma lista de várias coisas que quero falar com ele, que ele precisa saber e que precisam ser esclarecidas, já que quando começo a falar não é incomum me desviar do assunto com outro assunto. E está chovendo lá fora. Que Deus me ajude.

sábado, 30 de setembro de 2017

Aniversários

Hoje, pra quem não sabe, foi meu aniversário. Eu pensei em não postar, mas existe uma pessoa que sentiria falta se eu não postasse. Esse post é um pouco mais pra você do que todos os outros, pois hoje foi um dia que eu esperei muito em todos os sentidos, esquecendo o conselho que meu irmão sabiamente me deu há muito tempo: não espere nada de ninguém.
Sexta meus colegas de trabalho não me desejaram feliz aniversário. Até aí, nada de anormal, afinal, meu aniversário é hoje. Mas uma de minhas colegas, a Eliana, me deu uma xícara de presente. Escrito “Be Happy”. Ela disse que achou minha cara, pois, segundo ela, eu sempre digo “vamos ser feliz”. Eu vi a pasta do meu colega e achei ela legal, então, como a Eliana o lembrou que ‘amanhã’ era meu aniversário. Ele me ofereceu um papel. Negociei um caldo de cana junto com o pastel e ele disse que tudo bem. Eu sorri e ele disse “você fica feliz com pouco”. Quando me deixaram na Dutra pra que eu pudesse voltar pra casa, me desejaram feliz aniversário e se foram.
Os planos pra hoje eram apresentar meu namorado pro meu pai, no entanto além dele estar ansioso ele acabou ficando doente. Qualquer possibilidade que existia deles se conhecerem hoje se foi. Mas tudo bem! É só mais um dia. Haverão outras oportunidades. No lugar de ver a pessoa que amo, saí com meu pai e meu irmão para almoçarmos fora e assistirmos um filme. Foi bom, mas eu ainda queria mais. Então chegando em casa fui pro computador e entrei no canal onde ele estava conversando com outro amigo nosso. Só podiam entrar duas pessoas então entrei em outro e esperei até que me vissem e me chamassem. Demorou um pouco mas me chamaram. O problema é que nosso amigo é complicado de lidar às vezes. E quando você é eu e criou várias expectativas e não viu nenhuma delas se concretizar, você começa a ficar triste. Eu queria um pouco de carinho. Ao invés disso recebi um convite pra ir jogar ranked. Eu preciso mesmo jogar ranked no League, então fui, mesmo sabendo que isso significava não estar com ele. E jogamos e perdemos, ganhamos e perdemos. Isso foi o suficiente pra eu desistir de rankeds pelo dia. Nos juntamos ao povo que também estava jogando e fomos um normal game que, pra não variar, também perdemos. E ele saiu.
Hoje eu acordei várias vezes durante a manhã e confesso, em uma delas eu vi uma mensagem que ele me mandou. Tinha as datas e reforçava como eu faço ele feliz. E um pedido de desculpas. Mas não ouvi a voz dele. Tinham poucas coisas que eu queria de presente pra hoje. Uma skin nova que saiu pra Janna, um abraço de uma pessoa que não posso mais ver e o desejo falado da pessoa que eu amo de um feliz aniversário. Eu não precisava ver ele, um áudio do whatsapp servia. Eu acabei dando essa indireta pra ele mas ele estava desanimado e acho que não percebeu. Mas tudo bem. É só mais um dia. Que está passando, diga-se de passagem.

Eu só queria dizer que te amo, meu namorado. Esse post é pra te dizer que eu te amo e que não precisa se sentir mal. Provavelmente quando você ler esse post já não vai ser dia 30 e não vai adiantar mais me mandar um áudio, e você vai ficar bravo com vc mesmo e triste e talvez mais desanimado do que está. Me desculpe se isso for, de fato, o que vai acontecer. Não estou dizendo pra te fazer sentir mal. Só quero que se lembre do que escrevi no início desse post e que já te disse uma vez: eu me contento com poucas coisas. Você só precisava me dizer “feliz aniversário” e teria feito meu dia ter valido e muito a pena. Mas o dia passou e agora, só no ano que vem. Mas eu vou esperar, com fé e acreditando que vamos sobreviver por mais um ano pra comemorarmos esse aniversário. E muitos outros. Fique bem.

sábado, 23 de setembro de 2017

Psyduck usou confusão!

Fazem alguns dias que eu ando jogando Pokémon Moon. Eu poderia estar jogando Pokémon Go, mas para isso preciso de um celular novo que não estou disposta a comprar ainda. O mês que vem é o último que eu tenho pra fazer dívidas no cartão com 12 meses de prestação, já que, infelizmente, em Outubro do ano que vem acaba meu contrato no IBGE. Isso nos leva a vários problemas que estou enfrentando nesse momento, e vou citar alguns deles. Logo vocês vão entender que confusão é um golpe mais potente do que parece.
Apesar de nos amarmos muito, eu e meu namorado andamos tendo tempos difíceis. Um dos motivos foi o golpe confusão que, após ter sido lançado nele, deixou ele confuso e sem saber o que estava fazendo por alguns vários dias. Foram dias tristes onde a gente discutiu, se irritou e ficou triste um com o outro. O pior é não saber direito o motivo de tudo isso estar acontecendo. Eu sei que não moramos perto o suficiente pra eu dizer q vou ali na casa dele ver como ele está e de lá ir pro meu setor, nem que posso dar pra ele tudo que ele quer. Eu acredito do fundo do meu coração que estou dando tudo que ele precisa. Até me dou a alguns luxos quando estou com ele, pois ainda trabalho e quero que ele se divirta. Nossas últimas conversas foram muito sérias, com temas como morar junto, filhos e dinheiro. Acho que por si só esses assuntos levaram à crise que passamos. Felizmente ontem, em algum momento do dia, entre a hora que eu tinha me decidido a encher a cara e a hora que eu estava ponderando ir pra casa ao invés disso, ele falou que sentia falta de falar comigo e, por algum milagre muito bem-vindo, ele voltou. Hakion has snapped out of confusion.
Essa seria a segunda semana que eu estaria presa na masmorra. Pra quem não sabe a origem do termo, deixem eu contar uma história curta. No ano de 2016 a chefia da agência era outra e, apesar de minha função ter sido bem definida como realizar a PNAD Contínua, eu ainda estava à mercê das vontades da chefia, o que significa que em Outubro do ano passado, quando eu finalmente poderia tirar minhas férias, fui “proibida” de ir na PNAD para ficar na agência e ajudar com as pesquisas econômicas anuais. Eu não sabia como a pesquisa funcionava mas as pessoas que naquela época lá trabalhavam eram gentis e ensinavam com boa vontade. Logo, com o tempo, eu consegui resolver alguns problemas. O que é importante de se apontar, no entanto, é que minha função não era ficar na agência. E me deixava profundamente triste ter que ficar na agência e ver meus dois companheiros de PNAD irem fazer as pesquisas sem mim. Castigo? Com certeza. Minha antiga chefia e eu tivemos inúmeros entreveros e com isso, por mais que digam que não, a relação ficou abalada. Este ano, no entanto, a chefia é outra. De todas as pessoas que lá estavam só sobraram eu e mais dois, cujos contratos vencem em fevereiro e julho do ano que vem. O meu também vence ano que vem, mas em Outubro. De qualquer forma, estávamos falando da masmorra. Eu passei uma semana inteira na masmorra, pois não tinha setor pra mim. Eu ficaria ainda mais uma semana lá não fosse pelo meu boss me dar uma função: tentar conseguir as entrevistas que todos nós sabemos que serão difíceis de se conseguir. Difíceis pois são em dois condomínios residenciais e em um prédio onde a maioria dos moradores trabalham no aeroporto. O resultado disso foi um dia da semana em que eu pude ficar em casa pra ir de noite no setor e que não foi aproveitado da forma que poderia, pois ainda estávamos sob o efeito da confusão.
Os moradores desse prédio em questão também parecem estar sob o efeito de confusão, pois eles te pedem pra ir no sábado de manhã e você é barrado já na portaria, pois, segundo o porteiro, “só interfonamos depois das 10 horas”. Você mora num condomínio e não sabe passar o horário de funcionamento da portaria dele? Que morador legal você é! Eu sei que a maioria das pessoas não devem saber essas coisas, mas ainda assim é um problema você ter que se indispor com um porteiro, pois eles são a sua comunicação direta com os moradores. Um porteiro sob o efeito da confusão não quis nem me deixar falar, logo, no dia seguinte, levamos um ofício pro condomínio e explicamos o que acontece quando você barra o IBGE. No dia seguinte, o mesmo porteiro me atendeu de uma forma totalmente diferente. O golpe jato de água foi super efetivo!
Durante as visitas presenciais fomos num lugar aqui de Guarulhos chamado Choupana. Esse era um lugar bem clássico que, por alguma razão, se mudou do lugar onde sempre esteve. Tem vezes que uma empresa não responder a pesquisa deixa a gente feliz, pois temos que fazer a visita presencial. Esse era um deles. A batida de morango com vinho deles é uma delícia e recomendo para todos que quiserem experimentar. “Quantas cervejas se pode tomar durante o horário de trabalho?” Nenhuma, meu caro. Em minha defesa, de lá íamos todos para casa. E foi ontem, o dia em que eu queria encher a cara. Eu encheria a cara com aquela batida sem nem reclamar, fácil, fácil.

Jogar pokémon, assim como jogar o jogo da vida real, é bem complicado. Às vezes você vai ficar queimado ou congelado, outras vai envenenar ou paralisar alguém, vai tentar fugir de lutas que não quer lutar e não vai conseguir, vai ficar confuso e vai errar em momentos cruciais. Mas todo status negativo passa, seja com o remedinho da caixa de cuidados ou com uma poção, toda vida é renovada seja num centro pokémon ou no conforto do seu lar. E quando você for um bicho selvagem, tenha certeza de ser capturado por uma pessoa que vai ser boa pra vc, mesmo que algum de vocês fique sob o efeito de algum status negativo. Mesmo que seus pontos de vida cheguem a zero. O que importa mesmo é continuar em frente, mesmo que seu objetivo hoje não seja o mesmo de amanhã. Continue.

sábado, 2 de setembro de 2017

Ciúmes

Eu queria poder dizer que sou uma pessoa bastante resolvida, com uma autoestima razoavelmente boa e confiança suficiente pra não ter que passar por certas situações. O que acontece, de fato, é que eu passo por essas ditas situações, seja por falta de confiança em mim mesma, seja por cair vítima de minhas próprias brincadeiras, seja por não ter uma avaliação muito boa da minha pessoa. O caso é que essa semana, por motivos que quando analisados friamente são absolutamente imbecis, eu senti ciúmes de novo, depois de muito tempo.
Vamos ser realistas, aquela última pessoa que passou pela minha vida tinha todos os defeitos do mundo mas eu não conseguia sentir ciúmes dele. Na verdade, sentia mais medo das pessoas ao redor dele pela insistência dele em dizer que nós não nos conhecíamos há muito tempo. Comparada àquelas pessoas, quem era eu? A última vez que me lembro de ter sentido ciúmes foi, quem diria, com o Edgar. Eu sentia ciúmes até do tempo que ele passava com os amigos dele ao invés de mim. E olha que eu passava por tudo aquilo calada. Mas nessa última ocorrência eu acabei na verdade colhendo as palavras que eu mesma plantei, tão logo as plantei.
No sábado passado meu namorado me deu uma aliança. Estou feliz da vida, andando com ela pra cá e pra lá. É minha felicidade e meu orgulho. Tenho alguém que amo e que me ama também, o que poderia dar errado? Bem, ele é tímido. E sempre que conversamos ele sempre me fala dos amigos homens dele. Nada estranho até aí, todos nós até certo período da vida tínhamos essa divisão de meninos andarem com meninos e meninas andarem com meninas. Na real, não importa a idade sempre vão ter pessoas que vão olhar amizades mistas com maus olhos. O que é bizarro, pois nos dias de hoje ver dois homens ou duas mulheres andando juntos levanta questões sobre a sexualidade deles. Mas isso é assunto pra outro post! No meu caso em questão, devido nossas circunstâncias, eu devo confessar que fiquei um tanto quanto em choque quando ele me convidou pra jogar com ele e convidou, também, outra pessoa. Que eu não conhecia. E que tinha um apelido feminino. Brinquei dizendo que ele já estava me trocando e ele disse que estava apenas ajudando ela a subir de elo. Eu entendo isso completamente. Também entendo que não estou em casa pra jogar com ele de dia, pois trabalho, e ele não está aqui de noite pois tem que ir estudar. Nossos horários são extremamente opostos e é óbvio que ele vai conhecer pessoas e jogar com outras pessoas. Mas pelo simples fato de ser uma menina e dele nunca ter me falado de nenhuma amiga ou coisa do tipo, eu saí da minha zona de conforto. E passei para uma zona bem perigosa de se andar, que é a zona da insegurança. Não dele, mas de mim mesma.

Acho que todo mundo já passou por isso. Pensar que não se é bom o suficiente pra outra pessoa ou que vai ser trocado e abandonado por X ou Y motivos. Eu penso isso e muito. Todas as pessoas com quem me relacionei, pela internet ou pessoalmente, especificamente no campo amoroso, falhou miseravelmente pelos mais diversos motivos. Ou a pessoa me sufocava, ou eu sufocava a pessoa; ou eu amava demais ou a pessoa amava demais; ou eu tinha ciúmes, ou a outra pessoa tinha ciúmes. E por conta de eu ter tido essa crise de ciúmes e ter tido plena consciência de que estava com ciúmes aquilo me afetou de forma negativa. Me irritei e acabei descontando nos jogos, coisa que fez com que ele ficasse chateado. Eu sei q ele não gosta de me ver brava, mas tem momentos que eu preciso por pra fora de alguma forma. Aquele era um momento e eu espero que você entenda isso. No entanto o ciúmes e a incapacidade de controlar meus nervos fez com que eu me sentisse culpada e passei um dia inteiro sem saber como falar com ele. E ele tentou. Muito. E pela primeira vez desde que o conheci consegui me colocar um pouco no lugar dele. Existem vários momentos em que ele se fecha e se isola. Não importa quanto eu venha a pedir pra que ele fale comigo ou me diga se eu posso ajudar. Não adianta me preocupar, pq é algo que ele sente e vai sentir e ele prefere passar por isso sozinho. A minha única opção é esperar. Foi a opção que ele teve naquele dia, só que isso fez com que ele se sentisse inútil e, no dia seguinte, quem estava se sentindo mal era ele. Conversamos e as coisas voltaram aos seus lugares direitos. Mas me pergunto se toda vez que eu sentir ciúmes vai ser assim. Não que eu vá ter ciúmes toda hora, longe de mim. Mas foi um sentimento tão angustiante que eu espero, do fundo do meu coração, que eu consiga ter um pouco mais de confiança. Não nele, pois nele eu tenho, mas em mim. Confiar que ele está comigo e vai continuar comigo. Se não pra sempre, que pelo menos não seja uma crise de ciúmes que nos separe.

sábado, 12 de agosto de 2017

Meu Namorado

As pessoas que seguem meu blog sabem que eu tenho o péssimo hábito de gostar de pessoas que não me fazem bem. Muito raramente alguém gosta de mim e me diz como se sente, normalmente essas pessoas também levam foras por eu estar focada demais em não querer nada além de sofrer por um amor não correspondido. No entanto, as coisas mudaram. E tenho que agradecer a ele, de novo. Se ele não tivesse sido a pessoa que foi desde o início ele não teria a importância que ele tem, isso eu tenho certeza. Mas hoje eu não sofro por ele. Hoje ele não está na posição de pessoa que eu amo. Essa posição está ocupada por uma pessoa que conheci graças ao Silver ser a pessoa que ele é, por se preocupar comigo e ter me trazido pro lado Discord da força. Se não fosse ele, nada de tudo isso teria acontecido. Vamos aos fatos.
Depois que o Giorgio foi embora eu fiquei bem arrasada e isso era bem nítido em todos os aspectos da minha vida. Não só por ele estar indo embora, mas pelo jeito que ele foi embora. O Silver não mostra muito mas é uma pessoa que se preocupa com a gente. Do jeito dele. Como minha mãe e minha vó, então não é como se fosse algo que eu não estivesse acostumada a perceber. Ele me atraiu com promessas de jogar um jogo que desde o lançamento eu gostava muito mas não tinha jogado o suficiente por falta de companhia, que era Tree of Savior. Lá fui eu, criar um personagem e começar a jogar. Então tinha essa pessoa que me ajudava muito, que sempre conversava comigo mas não por voz porque, segundo ele, a família dele é barulhenta. E eu na época até instalei o Discord no celular pra poder conversar com ele enquanto estava no trabalho. Conseguir o Whatsapp dele foi um avanço em tanto. E ele me contou que gostava de alguém. Todos sabem que eu sou totalmente pró amor, então estava dando o maior apoio pra ele contar pra pessoa. Contei minhas próprias experiências, na esperança de que ele se animasse. Na época, me lembro bem, eu estava interessada em outra pessoa, sem nenhum prospecto de que desse certo por vários motivos. E quando ele respondeu que, mesmo depois de eu ter contado tudo aquilo pra ele, ele ainda não sabia se devia, eu resolvi perguntar “sou eu?”
E veio o silêncio.
E ele nem precisava mais responder, pois o silêncio respondeu por ele. Ainda assim, ele disse que sim, era eu. E foi quando tudo mudou entre a gente, pois ele é uma daquelas pessoas legais que você conhece de tempos em tempos e que você deseja, do fundo do coração, que ele seja feliz. Comigo? Bem… Realidade seja dita, eu nunca fui muito adepta de acreditar que eu trago felicidade pra qualquer pessoa que seja, mas ainda assim, alguns dias depois ele disse que me amava. E eu percebi que as coisas seriam sérias. Foi quando resolvi dizer pra pessoa em quem eu estava interessada sobre meus sentimentos, já que sabia que não aconteceria nada. Foi como o previsto e, depois de levar  um fora oficialmente, pude me virar para a pessoa que, de fato, me amava e tentar fazer dar certo.
Confesso, foi difícil no início. Ele se fecha quando tem algum problema e eu sou o tipo de pessoa que, se você tem um problema, eu quero te ajudar, então pra mim era muito dolorido ver ele se fechando daquele jeito. Mas era como ele sempre tinha lidado com os problemas, então a primeira coisa que eu tive q aprender foi que existem momentos em que insistir só atrapalha, eu tinha q esperar que ele mesmo lidasse com seus problemas e voltasse pra mim. Até agora, ele sempre voltou. Tem o choque de gerações, pois querendo ou não, temos uma diferença de idade razoável. Já fui chamada de pedófila e, no trabalho, uma colega que tem filhos da mesma idade que ele disse com todas as letras que, se fosse ela, não permitiria. Conheci a mãe dele e ela me perguntou se meu pai sabe sobre ele. Não, meu pai não sabe. Então, para completar, ela perguntou se eu o considero um namorado. Nunca fui pedida formalmente, mas sei que ele me considera. Eu mesma não sabia mas aquele não era um momento para titubear e minha resposta foi sim. Aquela resposta formalizou um pouco mais as coisas entre nós e meio que me senti na obrigação de falar com meu pai. No entanto, eu nunca tive um namorado, então não fazia ideia de como abordar meu pai. Fiz como todas as outras vezes em que o abordei sobre algo relacionado a sentimentos; “o que o senhor diria…?”

Tenho um namorado. Meu primeiro namorado. Estou morrendo de medo, mas estou feliz. Quero acreditar com todas as minhas forças que tudo vai dar certo, pois ele vive falando dos planos dele comigo e sei como ele é sério com essas coisas. “Não vou desistir de você tão fácil” foi algo que ele já me disse e que me deixou muito, mas muito emocionada de ouvir. Como vai ser o nosso futuro? Não sei. Prefiro não pensar, honestamente, apesar de eu mesma me pegar fazendo planos de tempos em tempos. Quero que ele viva plenamente e seja feliz, se eu puder acompanhá-lo durante um período dessa jornada, então tudo bem. Não importa quanto tempo dure, o importante é que está acontecendo.

sábado, 29 de julho de 2017

Pessoas e Escolhas

Outro dia ouvi uma informação que me deixou sem saber como reagir, basicamente por eu gostar muito das duas pessoas envolvidas. Uma era aquela pessoa de quem eu gostava do trabalho e outra é uma pessoa nova no trabalho. O problema em questão era sobre o relacionamento que eles tinham tido. Que não existe mais. Lembro que ele havia dito com muita convicção que “todas as namoradas que tive me traíram”. Não que fizesse diferença se é o caso dela, ele também não é uma das pessoas mais confiáveis que eu conheço. Ainda assim, a informação me deixou um pouco abalada. E por um segundo eu pensei se devia mudar de alguma forma meu tratamento com algum dos dois. A resposta foi até bem fácil de achar: não. Não é como se eu ainda goste dele como gostava e, verdade seja dita, ela é uma gracinha. Tenho uma dificuldade imensa de achar defeitos em pessoas que são fofas. Mesmo que elas se revelem, no long run, serem cobras peçonhentas.
Ontem teve reunião na agência. E todas as pessoas novas na agência que ainda não tinham participado de uma reunião puderam ver como as coisas funcionam. E depois que terminou a agência estava em tumulto. Existe de fato a possibilidade de sermos despejados. A mudança de chefes é iminente, pois o Dagnaldo vai se aposentar. Estava quase na hora do almoço e, como faço naturalmente, perguntei onde o Thiago ia almoçar. Não que tenhamos muitas opções ali onde estamos, então optamos pela padaria. E só depois que chamei ele para almoçar me peguei pensando se ainda posso chamar ele pra almoçar como sempre fazia quando ele era só meu supervisor da PNADC. Agora ele é chefe. Segundo ele, não tem problema nenhum em fazer isso, o que me deixou bastante tranquila. E ele perguntou se eu estava falando com o Giorgio, o que confesso não tenho feito desde o dia que fomos beber com o Jonas e o Sérgio. Era um dia atípico por qualquer ângulo que você olhasse. E lá estava eu, ignorando completamente a existência da pessoa que tem sido rude e cruel comigo de graça, até que em dado momento, ao estar voltando para minha mesa, ela me chamou pra me mostrar fotos de bichinhos feitos de pano. Artesanato. Se tem algo que eu gosto de fazer é artesanato. E eu achei fofo, pois eram elefantinhos. Mas continuo sem saber como reagir a essas atitudes. Uma hora ela é rude, outra é um doce. Como minha nova colega de trabalho diz, “ela é bipolar”.
Meu setor dessa semana tinha o número 899. Minha comanda quando fui comer na padaria era, pasmem, 899. Na hora mandei uma mensagem pro Jonas dizendo que ele devia jogar naquele número. Ele me disse, no dia em que saímos para beber, para eu não ficar com raiva. Eu respondi que achava que quem estava com raiva era ele. Nós dois não mudamos, fizemos várias promessas antes dele sair da agência mas não cumprimos nenhuma. Nem as mais simples, como por exemplo, o cinema no caso dele e a praia no meu caso. O Sérgio não parava de cutucar feridas que já estavam cicatrizadas. “Amor é um sentimento que dura pra sempre”. Que bom que o que eu sentia não era amor então. Eliana, que para aqueles que não sabem, é a minha nova colega de PNAD, disse que você deve conviver com uma pessoa por, pelo menos, 2 anos. Se continuar sentindo o que sente, então de fato é amor. O corpo não aguenta por muito tempo a sensação da paixão. Eu consigo entender o por quê. Paixonites doem demais. O que me leva a ele.
Quando olho pra trás, vejo que muitas pessoas que passaram pela minha vida não eram ideais para convivência, mas precisavam passar pela minha vida pois, com elas, consegui aprender alguma coisa. Costumo me apoiar nas pessoas erradas. Costumo confiar demais, me entregar demais, me preocupar demais. Tudo isso faz parte da minha personalidade. Hoje, tenho uma pessoa ao meu lado que se importa e que cuida de mim. Não passa um dia sem que ele me deseje bom dia. Nem um dia que passe sem que ele me diga que está com saudade ou que pergunte como estão as coisas. Pra mim, que nunca tive alguém que se importasse dessa forma, é uma sensação agradável. Eu podia me acostumar com isso. Falei com a mãe dele ontem sobre o almoço que tínhamos combinado. Ele quer me apresentar pra mãe dele. Confesso que tenho um pouco de medo, mas um dia esse momento ia chegar na minha vida. Não posso correr disso pra sempre. Esse post ficou cheio de coisas e nada específico, ainda assim, me sinto leve ao terminar de escrever tudo isso. Existe uma parte de mim que sente falta de muita coisa. Enquanto existe outra que finge não ligar pra nada. Só sei de uma coisa: minha vida está sendo construída em cima das minhas escolhas. Elas podem não ser as melhores, mas são minhas.

sábado, 8 de julho de 2017

Papai

Silver disse uma vez “tenha filhos, mas não case”. Filhos é algo que eu realmente quero ter na minha vida. Mas para se ter filhos é preciso de um pai. Um pai que pode não querer ter filhos. Um pai que pode ser muito jovem para ser pai. Um pai que tem sonhos que poderiam ser destruídos pela paternidade. “Todo mundo sabe fazer bebês mas ninguém sabe como fazer papais”. É um trecho da letra da música Papaoutai, do Stromae. Obviamente, traduzida pro português. Eu poderia por um filho no mundo? Com certeza. Eu poderia sustentar esse filho sozinha? Obviamente que não. E é aí que entra a importância de um pai, tanto nos dias de hoje como em toda a história da humanidade.
Estou de férias. Minhas boas e merecidas férias. Mais do que merecidas, necessárias. Meu pai já havia me perguntado quando seriam minhas férias e, por sorte, isso foi depois que eu tive que trocar a primeira data das minhas férias. Julho é um mês delicado pra nossa família. Ele pedir uma semana das minhas férias foi, pra mim, mais que um pedido. Acho que um dos motivos de eu ter ficado com tanta raiva da minha antiga chefe na famigerada reunião mensal foi mais por ele do que por mim. De que me importa os outros quando meu pai me pediu uma semana de férias? Das minhas férias, quando ele podia ter pedido pro meu irmão ao invés disso. Pra mim esse pedido foi um voto de confiança. Claro, não limpo a casa como ele, prefiro deixar os cães do lado de fora, mesmo sabendo que eles vão fazer muito barulho de noite e ligo pro meu irmão pedindo pra ele trazer pizza na volta do trabalho por ter tido preguiça de cozinhar. Quem nunca? Não sou perfeita, nem tenho tal pretensão.
Meu pai é o tipo de pessoa antiga. Criação antiga, habitos antigos, costumes antigos. Ainda assim, é uma pessoa bastante simpática. Costumo dizer que gostaria que todas as pessoas no mundo pudessem ter uma conversa com meu pai, pelo menos uma vez na vida, pois isso seria bom pra ambas as partes. Quando minha mãe morreu uma das minhas maiores preocupações era essa, a dele ficar isolado. Ele veio de uma família de vários irmãos, sendo o mais velho entre os homens. Ajudou a cuidar de vários deles. Carrega culpas e remorsos que só de ouvir ele falar parte o coração. Ele admirava o tanto que nós éramos amáveis e carinhosos com minha mãe, já que ele não era muito com a mãe dele. Não é que ele não gostasse dela, vejam bem, mas como eu disse, hábitos de gente antiga. Existem coisas de que nós nos arrependemos só depois que já é tarde demais pra voltar e consertar. Como um dia dessa semana onde uma das várias previsões da minha mãe se concretizou. Uma pessoa que dependia dela nos momentos difíceis recorreu a nós. Mas ele não podia ficar sabendo, obviamente. O problema é que somos uma família endividada. Estamos consertando isso aos poucos, mas neste momento, somos. Queria eu poder recorrer a todas as pessoas que me devem dinheiro (que não são muitas, mas devem quantias razoáveis) pra ver se conseguia resolver um pouco mais rápido esses problemas. Minha mãe não está mais aqui. Não é à toa que na santíssima trindade existe o pai, o filho e o espírito santo. O que me lembra que assistir a cabana com meu pai foi muito mais emotivo do que se tivéssemos ido assistir só eu e meu irmão. Posso precisar de uma mãe às vezes e me desesperar por saber que ela não está mais aqui pra que eu possa recorrer a ela, no entanto, ainda tenho meu pai, que tem seu desejo de viver até os 100 anos. Que assim seja. Pai, venha a nós que recorremos a vós.

sábado, 17 de junho de 2017

Felicidade

Seguindo com os títulos de sentimentos, não tinha muito como fugir desse. É engraçado pois percebi a sequência depois que postei o segundo título. Não foi proposital, mas… Funcionou. Semana passada saí daqui me sentindo ansiosa e com medo, no entanto, como a maior parte das coisas que eu queria fazer foram feitas com sucesso, o dia valeu e muito. Por alguns momentos me arrependi de ter ido de vestido e decidi que na próxima, vou com calça jeans mesmo. Jeans é vida. E me faz feliz. Não que vestidos não me façam feliz, mas acho que demorei tanto tempo da minha vida pra usar um que hoje sinto um pouco de dificuldade de me adaptar a eles. A abordagem do guarda e sua frase “pelo jeito que descreveram, achei que ia encontrar algo pior” faz com que eu pense que a minha felicidade transborda tanto que faz com que as pessoas sintam inveja. Se fosse em outro momento eu realmente ficaria me perguntando se eu estava errada. No entanto, a felicidade que eu senti foi tamanha que nem a bronca do guarda conseguiu me tirar daquele estado.
Juntando um sábado agradável com uma semana curta graças ao feriado e fica difícil de fugir da felicidade. Eu li mangás que, apesar de terem histórias um tanto tristes, eram muito fofas. Comecei a ir na Igreja Universal. Não sei como se chama a celebração religiosa que eles fazem lá. Missa não deve ser, culto também não parece. De qualquer forma, é bom ir lá e ouvir a pregação. Faz eu me sentir bem. Ainda mais q posso ver a Liliane. Ela também é um dos motivos que me faz sentir feliz ultimamente. Ela é minha amiga que casou, no qual eu fui a única amiga que ela convidou. E depois do casamento ela teve uma filha. Por motivos óbvios, nos afastamos. Quem sou eu pra ficar insistindo em pedir atenção quando a pessoa tem um bebê pra tomar conta? No entanto, depois da morte da minha mãe, ela prometeu estar mais presente na minha vida. E houve certo momento em que ela me pediu desculpas por ter ficado tanto tempo longe. Eu entendi e respeitei isso, no entanto, ela se desculpou mesmo assim. O mesmo acontece hoje com meus amigos que estão pra casar. Eles me pediram que não chamasse eles para fazer nada, pois a parcela do casamento ficou cara. E assim tem sido. Estou esperando pacientemente até que eles me deem algum sinal de que posso me aproximar novamente. Conhecendo os dois, provavelmente isso leve alguns anos. Mas tudo bem, pois eu finalmente consigo procurar abrigo, conforto, apoio e atenção em outras pessoas. Em várias pessoas. Acho que a mudança mais importante que aconteceu nos últimos tempos foi essa, aprender a me apoiar em outras pessoas, em várias pessoas, aprender a dizer não, mesmo que eu não tenha de fato dito não para muita gente. O vazio com que a Liliane anda tão preocupada já faz tempo que não existe. Talvez um pouquinho, mas estamos trabalhando nisso. Meu potinho de pequenas felicidades, que anda parado e deixado de lado desde certo evento da minha vida esse ano, já pensou em ser revivido várias vezes. Talvez quando julho começar eu volte a adicionar as pequenas felicidades. Tenho certeza que elas acontecerão. Uma página foi virada. Que comecem os novos tempos.