sábado, 11 de novembro de 2017

Enem

Pra quem não sabe, semana passada eu fiz a primeira parte da prova do Enem. Isso significa que eu, como a pessoa que tenta ser responsável que sou, vou passar algumas horas do meu domingo numa sala de aula no quinto andar do campus da faculdade Anhanguera, tentando resolver exercícios da tecnologia tanto da ciência quanto da matemática. Não levei o caderno de questões pois honestamente achei que era muito tempo pra ficar esperando, só pra levar a prova. Quando cheguei em casa, meu pai já estava lá. Sim, caso estejam se perguntando, meu pai também fez o Enem. Meu namorado também. E, para minha surpresa, meu chefe também. Cheguei no trabalho comentando sobre o tema da redação que, apesar de eu ter tido uma mãe que era professora, foi bem difícil de desenvolver, pois ela nunca tinha dado aula para surdos. Foi quando meu chefe perguntou onde eu fiz minha prova e comentou onde ele fez a dele. Minha surpresa durou, provavelmente, alguns segundos, até que lembrei o tipo de pessoa estudiosa que ele é. Além dele soube de mais uma pessoa que fez a prova, um amigo de longa data que mora no sul, além da minha amiga Lucimar que nos deu uma carona até o local da prova. Mesmo mal ela foi, pois, segundo ela, existe uma gratuidade para pessoas de baixa renda da qual ela faz parte, no entanto essa gratuidade é perdida caso se falte na prova. Então ela se esforçou bastante pra ir.
Vamos falar da parte de humanas da prova? Vamos!
Pra começo de conversa, me pergunto se alguém esperava aquele tema de redação. O Silver me disse vários temas que podiam ser o da redação e, no entanto, nos surpreenderam com um tema desses. Acredito que pessoas que estudaram em escolas com inclusão devem ter tirado de letra. Mas eu não! Nunca estudei Libras, nem convivi com pessoas com deficiência de fala ou de audição. Já vi pessoas no ônibus se comunicando através de sinais, acredito que todos nós vimos em algum momento de nossas vidas tais pessoas. No entanto, como deve ser a convivência de pessoas “normais” com essas pessoas? Minha sorte é que deixei a redação pro final. A minha prova era a de cor rosa e eu levei bastante tempo lendo cada questão. Todas as questões tinham algum texto, quando não imagens atreladas ao texto, te forçando a ler bastante. Não que eu esteja reclamando, já que ler é uma coisa que não me incomoda. No entanto, confesso, terminei a prova sentindo cansaço nos olhos. Saí da faculdade, liguei o celular e fui recepcionada com uma mensagem instantânea da sogra, “como foi a prova?” Minha resposta que “foi divertido, mas cansativo” a deixou surpresa. “É a primeira vez que ouço alguém se referir ao Enem como divertido”. Que bom que tem uma primeira vez pra tudo!

Não sei como vai ser minha nota, nem como vai ser a nota das pessoas ao meu redor. Verdade seja dita, não li uma linha sequer que pudesse ser considerada estudo pra essa prova, mas queria fazer a prova exatamente assim, crua. Quero saber quanto eu estou apanhando pra vida, quanto meus estudos foram defasados e quanto meu cérebro consegue me surpreender nessa prova. Como costumo dizer pro meu amor, quando você não cria expectativas, qualquer resultado te satisfaz, e é bem nessa vibe que estou encarando o Enem. Conforme for, quem sabe, eu não volte a abordar este assunto no futuro? Só a minha nota poderá dizer!

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