sábado, 15 de setembro de 2018

O Tabu Chamado Amizade

Por conta do meu computador ter ficado mais de duas semanas na manutenção, eu me atrasei com a matéria da faculdade. Isso se mostrou ser um problema muito grande, já que tive que correr com a matéria de três semanas. Escolhi como primeira matéria a ser estudada uma que se chama “Fundamentos Históricos, Filosóficos e Sociológicos da Educação”. Me arrependi por vários motivos. Um deles é o que vou expor aqui essa semana.
Como eu não sabia se a avaliação referente à terceira semana seria, de fato, referente apenas à terceira semana ou se seria de todo o conteúdo prévio também, resolvi ler tudo. No texto intitulado “Filosofia e Educação: amizade na sala de aula” comecei a desenvolver o que chamo de asco em relação à educação. Na outra mão, esse mesmo texto me fez começar a questionar meus valores em relação aos meus amigos. Já faz um tempo que eu estava com essa ideia na cabeça e, depois de ler o texto, cheguei à conclusão que, na verdade, é assim mesmo que funciona a amizade, por mais que a gente diga o contrário.
Vantagens de se ser amig@ da Luciana: Ela te chama pra sair. Ela não se importa de pagar sua entrada no cinema ou a comida que vocês comem. Você sempre vai ter um ombro amigo com quem pode contar. Apesar de falar alto, ela é uma pessoa adorável e divertida. Não é sofrível estar com ela.
Vantagens que a Luciana tem em relação aos seus amigos: se ela não liga, não vai atrás, não pede, são raras as pessoas que fazem algo por ela.
Não sei se posso bem chamar isso de vantagem. Minha psicóloga me dizia que eu não podia esperar que as pessoas adivinhem o que eu quero, no entanto, acredito que todos nós na condição de seres humanos queremos nos atenção, diria eu até mesmo carinho, daqueles que nos são queridos. E isso não acontece. As pessoas costumam me dizer, de tempos em tempos, que eu “sumi”. Bem, amigo… Você também! Amizade é uma relação e, como qualquer relação, não pode ser unilateral. Eu procuro, tento, corro atrás, por um tempo. Chega uma hora que cansa. A verdade é que eu estou MUITO cansada. No texto da faculdade pude perceber que relações que são construídas na escola são efêmeras. Não posso pedir durabilidade para algo que não foi feito para durar. Você é chamado para ser madrinha de casamento de sua amiga que, pouco antes de se casar, te avisa para “não convidar para nada, pois o casamento foi caro”. E você fica na eterna espera de que, um dia, ela ou o marido (que também é seu amigo) venham até você dizer que você já pode sim chamá-los para sair. Eles nem precisavam vir até mim, uma mensagem no facebook, no whatsapp, em qualquer lugar já servia. Uma palavra bastava. Mas não recebi nada. E, honestamente, não espero receber.
É assim com a maioria das pessoas. Por isso que dou tanto valor a algumas pessoas na minha vida. Existe uma pessoa que sempre que volta para Guarulhos me avisa, para que possamos, nem que seja por um dia, por algumas horas, poder conversar, colocar os assuntos em dia, reclamar das nossas aflições. Tenho outro amigo que sempre me manda mensagens, às vezes imagens também, que afirma que me vê como um homem. Tenho minha amiga aqui do trabalho, mas honestamente, não sei até que ponto nossa amizade se resume ao local de trabalho e até que ponto vai além. Tenho amigos do meu antigo trabalho que nem sei mais se posso considerar amigos, já que a convivência não existe mais e o interesse de ambas as partes de tentar se ver não existe. O que me revolta mais ainda, pois por um tempo eu corri, sim, atrás. Sem resultados a longo prazo.
Se um amigo é um irmão que a gente escolhe, creio estar escolhendo mal as pessoas que chamo de amigo. Meu pai tem uma frase muito cabível para essa situação, “meus amigos eu conto nos dedos de uma mão e sobram dedos”. Senhor Leonildo é uma mente incompreendida. Um filósofo em estado bruto. Um gentleman. A pessoa para quem, hoje, eu chego e conto sobre meu dia. Eu fazia isso com a minha mãe, mas ela não está mais aqui. São atitudes simples e pequenas que fazem toda a diferença para uma pessoa. Pelo menos para mim. Eu não vou mentir, sinto falta dos meus amigos. No entanto, cansei de ser a única que corre atrás. Eu estou trabalhando, é verdade, mas isso nunca me impediu de responder o whatsapp, por exemplo. Demoro mais, é verdade (meu namorado que o diga) mas respondo. Ainda assim, a procura por mim é escassa. Se eu fosse uma caça, nunca entraria em extinção, pois a procura por mim é nula, quase inexistente. Numa comparação tosca, eu poderia ser um unicórnio e, ainda assim, não seria procurada. Unicórnios de verdade não existem, seria bom demais pra ser verdade. Ninguém acredita na existência de tal ser. Ainda assim, ele existe. E está lá, esperando.

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