sábado, 28 de outubro de 2017

Eu e Animes

Eu sou uma pessoa que lê muito, sempre fui, no entanto, apesar de quando menor ter um hábito maior de ver TV, conforme o tempo passou, ele deu lugar a outras formas visuais de entretenimento. Eu poderia falar de cinema, mas nós já falamos de cinema às segundas, então vou falar de animes. Verdade seja dita, eu não assisto tantos deles assim e, na maioria das vezes, os que assisto são de muito tempo atrás que eu descubro de alguma forma. O último anime que eu assisti acompanhando conforme ele ia sendo lançado foi Erased, ou Boku Dake Ga Inai Machi. Para se ter uma ideia de como eu gostava daquele anime eu assisti o último episódio no trabalho enquanto não tinha ninguém na agência. As primeiras pessoas iam chegando e me vendo lá, aos prantos, mas nem perguntaram nada, pelo que agradeço. Como explicar pra uma pessoa do seu trabalho que um anime te fez chorar? Ou pior, que você estava assistindo ele durante o expediente? Até tentei explicar dele pra uma de minhas colegas que não conseguiu se segurar e, em dado momento do dia, perguntou se eu estava bem. Expliquei sobre o anime e ela me disse que era “muito drama pra um desenho”.
Vamos esclarecer um ponto importante sobre animes e animação japonesa em geral… Diferente de desenhos animados infantis, onde você espera que eles mostrem lições de moral simples pra que seu pimpolho aprenda a lidar com o mundo, animes são coisinhas bem mais selvagens, que te atingem de todos os lados e de formas diferentes de pessoa pra pessoa. A cultura japonesa em si é muito rica e os japoneses, graças ao bom Kami-sama, usam muito dela, seja usando suas lendas, seu folclore, seus costumes, até sua culinária! Nesta temporada está tendo mais uma temporada de Shokugeki no Souma que é, nada mais nada menos que um anime onde os estudantes lutam usando a culinária. E é divertido, pois você vê o pobre personagem principal que tem um pai excepcionalmente bom no que faz, querendo se comparar a esse pai e sendo mandado pra uma escola de elite para expandir seus horizontes culinários. Basicamente, um crescimento pessoal. E é bom! Só é um pouco frustrante você acompanhar um anime no seu lançamento pois os episódios são lançados semanalmente. E eu não estou reclamando pois também já assisti um anime que falava exatamente dessa produção, a de animes, e mostrava como é difícil e complicado fazer com que as coisas funcionem. Chamava Shirobako e contava a história de algumas meninas que, desde que estudavam, tinham um sonho: o de produzirem um anime juntas.
Minha nova paixão nesse universo é um anime “da temporada” (sim, pois existem temporadas). Chama Mahoutsukai no Yome e conta a história da Chise, que teve um passado bem traumático, ao ponto de se vender como uma mercadoria e ser comprada por um mago para ser sua aprendiz e noiva. Existem vários fatores que fazem a trama ser grossa, como um encontro com dragões no terceiro episódio, que aliás foi o último lançado. O próximo sai hoje e eu estou pensando seriamente em assistir assim que chegar em casa ao invés de jogar league pra completar as missões do mundial que me faltam da semana.

Minha colega de trabalho chama de drama. Eu vejo como desenvolvimento de personagem, de caráter, de habilidade. Você não vê um anime onde esse tipo de traço não apareça. Mesmo os animes mais “populares” e conhecidos, como Dragon Ball e Naruto seguem essa vertente, e eu acho muito bonito ver isso. O crescimento humano. Talvez seja porque, de alguma forma, eu consiga me relacionar com os personagens até certo nível. Minha psicóloga me dizia que minha empatia é num nível um tanto quanto absurdo, mas não é como se isso me incomodasse. Eu ainda acho lindo ver, na abertura do anime, a cena em que a Chise está rodopiando no ar envolta por luzes que se erguem e cobrem sua visão dela. Tenho grandes expectativas desse anime e, provavelmente, eu faça como fiz com Donten ni Warau, que fui atrás de ler o mangá pois não aguentava de ansiedade pra saber o que ia acontecer no final. É bom quando o anime tem uma certa fidelidade ao trabalho original, mas sempre é bom ler o trabalho original pra se ter uma ideia de algumas idéias e sentimentos e pensamentos que o desenhista quis transmitir que não nos são passados no anime. E estamos apenas indo pro quarto episódio...

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Kimi no Nawa - Your Name

Faz tempo que eu não falo de filmes, não é mesmo? Houveram vários filmes que eu assisti que quis escrever sobre, tanto filmes que se revelaram grandes blockbusters quanto filmes que não foram feitos para todos os gostos, passando por aqueles filmes que lidam com assuntos bastante delicados. Mas o filme de que quero falar aqui não se encaixa em nenhuma dessas opções. É um daqueles filmes que raramente vemos por aqui, uma animação japonesa que lida com vários elementos confusos. Graças a essa dinâmica eu até compreendo o porque as pessoas começaram a rir assim que a sessão acabou. O que ainda não entendo é essa relutância dos cinemas brasileiros de passarem animações japonesas.
Em minha humilde opinião, as animações japonesas são as melhores do mundo, fato. A última que assisti num cinema foi Ponyo e isso foi quando minha mãe ainda estava viva E conseguia enxergar, só pra ter uma ideia...
Vamos falar sobre a animação! No trailer eles abordam a forma como os personagens trocam de corpo e a passagem de um meteoro. Até aí, nada de muito inusitado. Lembra até um filme nacional, se eu fosse você, com o Tony Ramos e Glória Pires. Então você dá um jeito de arrastar seu namorado (a) pra assistir o filme com você, nem sabendo quando ele vai estrear de fato. No Facebook, que foi onde você viu o trailer, dizem que será no dia 5, no entanto a estréia de fato se dá no dia 11... em horários horríveis! Quando procurei em Guarulhos, só ia passar na terça-feira, no horário das 19:00, sendo que em São Paulo tinham um pouco mais de salas. Os horários, no entanto, eram todos horríveis, ou às 19:00 ou às 21:30. Mas sacrifícios devem ser feitos, e eu insisti. Dia 12 era feriado então fiz com que o Henrique me acompanhasse até o Santa Cruz. Enquanto estávamos no trem a caminho, eu olhava os lugares disponíveis. Só tinha os da frente da tela, mas eu pensei que, se por muita sorte, eu conseguisse dois lugares, um do lado do outro, iria ver o filme a qualquer custo. Só que não. A sala lotou. Eu podia pegar o horário seguinte, das 21:30? Claro que não... Afinal, estava em São Paulo e tinha que voltar pra Guarulhos, ele pra Osasco, e era um dia de feriado. Tudo estava contra nós. Mas resolvemos comprar os ingressos pro sábado, logo nos encontramos novamente no dia marcado pra ver o filme. Passamos o dia inteiro juntos e, de noite, lá estávamos nós. O rapaz que recebia os ingressos estava comentando com outro funcionário sobre como aquele filme devia ser bom, já que todas as salas estavam lotando. Fiz questão de dizer pra ele que aquilo ficasse de lição que eles podem, sim, trazer animações japonesas pro Brasil, pois existe público para tal. E que, se possível, colocassem em horários melhores, pois aquele era horrível. A desculpa dele é que aquele filme era uma exceção. Eu não me importo que era, pois ainda assim a lotação das salas era um fato. Então chegamos na sala. Pessoas ficavam chegando atrasadas e, para chegarem aos seus lugares, passavam na frente de onde eu lia a legenda. Além disso, tinha uma pessoa na nossa frente que era bem alta, o que significa que tinhamos que ficar fazendo malabarismo pra conseguir ler a legenda. Ainda bem que ele não era de se mexer muito! Agora, sobre o filme... Que fique claro que daqui pra frente terão spoilers, então leia por sua conta em risco. Não que faça diferença, já que o filme já saiu de cartaz...
Os assuntos abordados no filme são mais profundos que apenas uma troca de corpos, e você só se dá conta disso depois de uma certa porção do filme já ter passado. Você só entende de fato quando percebe que a garota está morta na época em que o garoto para de ter as trocas de corpo e resolve investigar. O relacionamento dos dois, se é que se pode chamar assim, é bastante significativo, já que eles estabelecem regras para não afetarem de forma negativa a vida de um e do outro enquanto estiverem com corpos trocados. É interessante ver como cada um deles encara a vida do outro enquanto estão em corpos trocados e como é tocante o esforço do garoto para encontrar uma garota que, supostamente, ele nunca viu. Supostamente. Como eu disse, o filme também lida com o espaço-tempo, o que significa que o garoto consegue, de uma forma bastante inteligente, se religar ao corpo da garota, de forma que ele consegue arquitetar um plano magistral para salvar o pequeno vilarejo de ser destruído durante a passagem do meteoro. Que ele já viu há 3 anos atrás, quando a garota foi até Tóquio para conhecê-lo pessoalmente. Problema é que ele não fazia a menor ideia de quem era ela, pois ainda não tinha tido a experiência de troca de corpos com ela. Ela no entanto já tinha vivido tudo aquilo. Vilarejo salvo e apenas um encontro pessoalmente entre os dois, devido circunstâncias diversas e misteriosas, o ritmo se acelera, nos mostrando como cada um esquece do outro, apesar de terem a noção de que perderam algo que lhes era muito querido, muito precioso. E nosso foco se apóia no personagem masculino e em como ele está, agora, crescido, ainda sentindo falta de algo. Quando os dois se vêem indo em direções opostas na linha de trem. Surpreendentemente, os dois descem de seus respectivos trens e voltam, correndo, obviamente na esperança de encontrar o outro. E quando se encontram, por um momento, você acha que eles vão passar reto um pelo outro,como na primeira vez em que a garota vai até Tóquio para falar com o garoto, mas ele não a reconhece por não ter conhecimento de sua existência naquele momento. A diferença é que, dessa vez, ele sabe sim quem é ela. Os dois já têm conhecimento da existência e da importância de um para o outro. E parte dele a iniciativa de chamá-la, dizer que pode parecer estranho, mas ele tem a impressão de que a conhece e, se possível, qual seu nome? A pergunta ressoa dos dois, e apesar do filme terminar ali, você sabe que o final será feliz. Então, por que as pessoas riram quando o filme acabou? Eu honestamente não entendi, e meu namorado disse que não gostou muito do final. Opiniões e adversidades à parte, foi bom ver uma animação japonesa no cinema depois de tanto tempo, pra variar. Só espero que aconteça de novo, de preferência não daqui há tantos anos.

sábado, 21 de outubro de 2017

Contagem Regressiva

Outro dia me pediram pra cronometrar 30 segundos. Meu cronômetro é, na realidade, um aplicativo do celular que me serve mais como despertador do que qualquer coisa, mas existe dentro dele a opção de cronometrar.  Ele não conta o tempo diminuindo, ele apenas adiciona o tempo numa contagem normal. Era o que tinha, mas serviu, pois ele só precisava ter certeza que ia terminar antes de 30 segundos, o que ele conseguiu. Dia 19 de outubro eu estava olhando meu facebook e lá tinha uma das memórias, meu primeiro dia de trabalho. E isso me fez perceber que só tenho mais um ano de contrato. As areias do tempo nunca pararam, a verdade é essa, no entanto, neste exato momento, consigo ver como ela cai e como cada grão de areia conta. Preciso me focar em conseguir um novo emprego dentro de um ano. Ou pelo menos fazer com que as massagens funcionem para que eu consiga uma certa estabilidade. Verdade seja dita, toda vez que alguém me conta uma história que começa com "perdi o emprego" ela invariavelmente passa pela dificuldade da pessoa em se adaptar à sua nova realidade, a de desempregado. Não por estar desempregado, não... Mas por ter se acostumado a gastar com um estilo de vida que não é mais sua realidade. Pois está desempregado.
Pensar em um novo emprego me faz lembrar do ano passado, quando fui pra Campinas a convite da minha prima ver aquela palestra de motivação onde o senhor disse que temos que fazer promessas não só para nós mesmos, mas para os outros, de preferência para uma pessoa que vá nos cobrar uma ação em direção ao que queremos. Na época lembro que me engajei em fazer um curso de massagem, pois era algo que minha mãe queria muito que eu fizesse. Ela morreu, mas eu ainda assim quis fazer o curso. O palestrante propunha que caso você concluísse sua "tarefa", você devia se dar uma recompensa que devia ser pré-estabelecida. No entanto, se não conseguisse, deveria se punir, tirando ou se privando de algo que queria. No meu caso, o prêmio por terminar o curso era ir pra praia, o que fiz de fato muito tempo depois que já tinha terminado o curso. Até pra me dar um prêmio eu sou devagar. Vale lembrar que, quando vi o post no Facebook, repostei lembrando a mim mesma que falta um ano. E minha prima, a mesma que me convidou pra ver a palestra, veio falar comigo. Ela é uma graça de pessoa e tenho certeza que ela quer investir em mim pra que eu trabalhe no mesmo que ela, revenda de produtos cosméticos. No entanto não sou do tipo que consegue usar muitos cosméticos, então tenho uma dificuldade muito grande em me imaginar vendendo os mesmos. No entanto, gosto de perfumes e pretendo, de certa forma, misturar essas sensações durante minhas sessões de massagem. O que eu preciso, no momento, é motivação. Meu amigo Gilson tem me ajudado muito nesse sentido desde que lhe dei uma notícia que me preocupou e que, de certa forma, me empurra na direção de cuidar mais da minha saúde.
Falando em saúde, isso me lembra que ontem, no trabalho, estávamos falando sobre dietas e como o tipo sanguíneo influencia na sua dieta. Meu tipo sanguíneo diz que não posso comer carne, que é uma das comidas que mais gosto. Fazer exercícios também não é algo que me anima muito, no entanto se quero garantir que terei saúde para ter filhos e ser mãe por um bom tempo, devo investir nessas pequenas coisas. Saúde. Vida. Emprego. Logo, devo procurar uma academia. Pra pagar a academia, preciso continuar trabalhando. E o ciclo se repete dessa forma.
Falando em emprego, tenho tudo que preciso pra fazer as massagens, mas preciso investir em propaganda. E em tirar uma carta de motorista para poder transportar todas as coisas que preciso para realizar as massagens. Afinal, estamos falando de uma maca, um aparelho que esquenta as pedras que serão utilizadas na massagem e, óbvio, as pedras em questão. Talvez alguns óleos, toalhas e perfumes pra deixar um clima mais agradável. Se achar que, no fim das contas, não consigo ser uma empreendedora, posso correr pros concursos públicos. Ou mais ainda, posso me esforçar mais para estudar nesse pouco tempo que me resta antes do ENEM e tentar tirar uma nota decente que me garanta uma vaga em alguma faculdade aqui mesmo em Guarulhos num curso de matemática ou contabilidade. Ou até economia! O importante é que tenho que estudar. Trabalhar. Ganhar dinheiro. Cuidar da saúde. Como se faz tudo isso? Eu ainda não sei. Provavelmente eu precise de um emprego do jeito que funciona para as pessoas que trabalham lá na agência, que ficam com suas bundas plantadas em suas cadeiras, usando seus computadores para fazer qualquer coisa na internet quando não existe um trabalho de fato a ser realizado e que, apesar de todas as regalias, reclamam do tédio e da falta do que fazer. Verdade seja dita, eu que saio pra rua tenho uma vida que não é tão mais agitada que a deles, mas com certeza sou uma pessoa mais feliz. Mas menos disposta a estudar, por exemplo. Isso é algo que deve ser corrigido logo, ou vou começar a sofrer as penalidades.

Como disse no início do post, o tempo está correndo. Sinto as areias do tempo correrem mais do que antes, por saber que meu tempo no IBGE está acabando. Isso é bom, pois significa o fim de um ciclo, como meu irmão costuma dizer. É um ciclo bom, mas como todo ciclo tem que ter um fim. Só espero que meu próximo ciclo me seja tão gentil quanto este foi, mesmo que eu tenha tido todos os tipos de entreveros que tive. Que eu consiga continuar me comunicando e convivendo com as pessoas de forma melhor do que convivi neste meu primeiro emprego. Que a experiência que tive não seja só pro IBGE, mas que me sirva para toda a vida, não só na área profissional mas como para tudo que eu conseguir usar. Amém?

sábado, 14 de outubro de 2017

Ser Pensante

Existe uma frase que digo muito quando estou “brigando” com uma máquina e consigo fazer com que ela funcione da forma que eu queria, que é “eu sou o ser pensante dessa relação”. Essa frase inusitadamente funciona também para várias pessoas que conheço e que, acreditem, eu preferia não ter que lidar. Mas não estamos no mundo pra escolher se vamos ou não conviver com esse ou aquele problema. Se você ignorar um problema por muito tempo, em algum momento ele vai voltar e te obrigar a lidar com ele. A não ser que o problema não tenha solução, então ele não é mais um problema. Mas isso é tema pra outro momento. Vamos nos focar no ser pensante.
Existem momentos em que o ser pensante não funciona como deveria, por exemplo, quando você vai assistir um filme que todas as pessoas ao seu redor lhe recomendam prestar atenção no dito filme. E você vai e presta atenção pra não deixar nada passar. As cenas do filme ficaram bem gravadas em minha mente, no entanto não pude sair dele dizendo “nossa, que filme lindo!”, na verdade eu saí bem confusa e esperando que, de alguma forma, as coisas fizessem sentido depois. Acabou que elas fizeram sentido depois que meu namorado relatou as idéias que ele ouviu num site e também depois que meu irmão me ligou, logo após ter visto o filme, indignado. “Jura que você não relacionou uma coisa com a outra?” e ainda aproveitou pra zombar da minha fé. A verdade é que o filme foi tão brutal que eu não conseguia de fato ligar ele com nada religioso, mas depois de fazer a primeira ligação, todas as outras coisas se tornaram bem mais claras. A verdade é que a bíblia é um livro cheio de passagens brutais que, no entanto, você parece fazer questão de ler sem perceber. Com exceção do apocalipse. Não, esse livro as pessoas parecem fazer questão de ler e procurar em cada palavra um fogo ou uma tortura ou uma penitência. O homem não se importa com o passado, só com o futuro. Não aprende com o que já aconteceu e o que já passou, mesmo que sejam passagens de um livro. Como em qualquer livro de fantasia, acreditam nas histórias que querem, da forma que bem entendem. Interpretação de texto já é uma coisa bem sofrível em nosso país, você entrega a bíblia pra uma dessas pessoas ler e espera para colher as pérolas.

Saindo dos livros e voltando pras máquinas, seria mais fácil lidar com elas depois de se ler um manual. Pessoas não vêm com um manual. Graças a isso você precisa sair testando, e o problema de testar é que pessoas, diferente de máquinas e cachorros, não costumam esquecer quando você lhes dá um tapa pra que elas funcionem direito. Não. Elas olham pra você e, como diria meu amigo Silver, “vai ter volta”. Então você tem colegas de trabalho que considera mais que isso. Amigos, se eu puder lhes chamar dessa forma. E eles se ofendem mais do que você quando as outras pessoas do seu trabalho, que supostamente também deviam saber do seu aniversário, nem te cumprimentam. Na verdade, aquilo não me ofendeu nem um pouco, pois a essa altura, depois de tanta coisa que aconteceu e que eu tive que ouvir e lidar, eu prefiro inclusive que as pessoas mantenham uma certa distância. Pessoas, diferente de máquinas e cachorros, te machucam em lugares que não é só desinfetar ou fazer um curativo. Elas conseguem ser cruéis em momentos que, o que você precisava de fato, era um ombro amigo. Mas infelizmente hoje em dia parece que os seres humanos esqueceram que são os seres pensantes e preferem agir como animais e máquinas. Mas não como cachorros. Cachorros te amam e são fiéis. Essa ideia me veio depois de ver um trailer de um filme onde Murilo Rosa vai interpretar o Diabo e, em uma conversa com Deus, ouve que os humanos não são fiéis, pra isso que Ele criou os cachorros. Triste realidade? Eu prefiro acreditar que meu querido Hakion vai continuar me amando pro resto da vida, mesmo que eu esteja entrando em desespero pensando que a irmã dele venha a fazer uma festa de debutante e que alguma das amigas dela venha a dar em cima dele. Prefiro pensar que dos problemas que enfrento hoje, tudo é passageiro, pois problemas têm solução. E prefiro pensar, sim, que sou um ser pensante, não só mais um na massa acéfala que constitui a nossa atual “humanidade”.

sábado, 7 de outubro de 2017

As Três Tentativas

Tenho um amigo que se chama Gilson. Ele me conheceu através de um outro amigo nosso em comum, em uma situação bem peculiar que nos colocou em situações bem complicadas. Ainda assim, diferente do amigo que nos apresentou, conseguimos manter uma relação de amizade bem duradoura. Quando o conheci ele tinha alguns vários problemas e uma paixão. Essa garota em questão fez da vida dele um inferno e, depois dela, ele se interessou por uma das minhas amigas que hoje está casada com outro amigo meu. Talvez um dia eu fale deles aqui, mas hoje o post tem outro foco. O foco é no Gilson e em várias coisas que aprendi com ele durante o tempo. E algumas coisas que também pude mostrar pra ele. Não sei se vocês sabem, mas para algumas pessoas (eu inclusa) problemas são como furacões. Você não consegue resolver direito pois está no meio dele. Pessoas de foram conseguem ver a solução claramente, mas para você, a solução é uma incógnita. Também tem a visão da minha amiga Lucimar de que, se um problema não tem solução, então não é um problema. Você pode continuar se torturando com ele, mas se você não consegue resolver, talvez a melhor atitude que você pode tomar é exatamente a de parar de tentar e partir pra outra coisa. Às vezes a solução não está visível pra você hoje, mas vai estar em algum momento.
Nosso amigo Gilson tinha uma frase que gostava muito de dizer, que era sobre você não poder dizer que não gosta de algo se não tentou três vezes. Consigo relacionar isso pra comida, por exemplo, e lembro de um exemplo real, vulgo bife de fígado, que eu comi pela primeira vez na casa de uma amiga da minha vó e, apesar de ter terminado de comer todos os dois bifes que peguei (de gula), jurei que nunca mais ia comer daquela carne em minha vida. No entanto, no ano passado, quando fui no aniversário da Ana Carolina Brum, era um churrasco e, coincidentemente, tinham iscas de fígado sendo servidas. E acredite quem quiser, estava bom. Comi que até pensei se podia, de fato, aquela ser a mesma carne que comi na casa da dita amiga da minha vó. E era, pois fígado tem um gosto bem particular. Verdade seja dita, toda carne tem um gosto bem peculiar se você consegue ter paladar e vontade de conhecer o gosto das carnes. No entanto, voltemos à frase. Três tentativas. Um dia eu perguntei pra ele se isso significava que uma pessoa tem que dar o cu três vezes pra decidir se é gay ou não. E ele, como macho alfa que é, ficou quieto.
Ele é uma pessoa que passou por muitos problemas durante a vida e até hoje continua passando. Também é muito trabalhador, ao ponto de não parar de trabalhar nem para cuidar da saúde, o que honestamente me preocupa. Por ele, eu já estaria casada e com uma penca de filhos enorme há muito, muito tempo. Ele sinceramente deseja minha felicidade, então quando disse pra ele que estava namorando, obviamente ele quis conhecer o felizardo. Por mais que Osasco não seja ali do lado, ele continua se esforçando por mim, então fiz com que se encontrassem. Meu namorado é tímido, o senhor Gilson, por outro lado, é bastante comunicativo. Ele conseguiu encher o Henrique de perguntas, ao ponto que eu pedi inclusive pra que ele pegasse leve com o inquérito. Por sorte, os dois gostaram-se mutuamente.

A frase das três tentativas faz com que eu pense em todos os problemas que estou tendo ultimamente, desde dores até problemas no meu relacionamento. Nenhum relacionamento está livre de problemas e eu sei bem disso, mas sinto que estou precisando voltar a frequentar minha psicóloga, pois estou passando por várias situações novas que, honestamente, não sei como lidar. Existem momentos que lembro da minha mãe e penso em como as coisas podiam ser diferentes se ela estivesse aqui. Lembro de como o Henrique me disse que não queria que eu me isolasse das outras pessoas pelo bem dele e como eu tenho tentado desde então voltar a interagir com todo mundo, mas como às vezes isso faz com que eu me sinta bastante mal. Ontem eu me irritei com ele e já faz algum tempo que sinto que as coisas não estão bem entre nós. Houve a primeira tentativa de algo, agora estou planejando a segunda e rezando pra que, dessa vez, dê certo. Se não der, tudo bem, a terceira tentativa é um charme. Se existe um problema aqui eu honestamente não estou conseguindo pinçá-lo e olhar pra ele pra poder resolvê-lo, então encaro como se não existisse problema algum, mesmo que eu sinta com todos os meus poros que existe sim um problema. Quero ter fé que, se tiver algum problema, que a gente consiga resolver o mais breve possível e que, se não puder resolver, que pelo menos a gente consiga deixar as coisas bem. Nesse momento percebo que preciso fazer uma lista de várias coisas que quero falar com ele, que ele precisa saber e que precisam ser esclarecidas, já que quando começo a falar não é incomum me desviar do assunto com outro assunto. E está chovendo lá fora. Que Deus me ajude.