sábado, 22 de dezembro de 2018

Confraternização

Quando se fala em confraternização, o que vem à sua mente? Talvez gente reunida em volta de uma mesa com muita comida? Ou talvez trocando presentes? Quando você procura o significado de confraternização no google ele te retorna uma resposta vaga, “demonstração de confraternidade”. É só quando você procura o significado de confraternidade que as coisas se encaixam. “Relação amigável, estreita, fundada na similitude de condições ou de situações”. No meu caso, pessoas que trabalham no mesmo local. Basta você dividir um lugar em comum e isso já te coloca em uma situação de confrade com o outro. Isso não significa que você tenha que ser amigo do outro, mas convenhamos, ser amigo do outro faz com que a gente tenha muito mais alegria de compartilhar momentos com ele. É como se você me pedisse pra ir numa confraternização com a Giselda e o Marconi. Ambos dividem o mesmo local de trabalho que eu, no entanto eu não teria prazer nenhum em confraternizar com eles. É como o espírito natalino que, de uns tempos pra cá, se transmutou de um espírito benigno e gentil para um espírito consumista e egoísta. A evolução nem sempre é boa e, por mais que os espíritos nos tenham prometido pessoas de luz após a virada do milênio, tudo que vejo é a continuação do egoísmo das pessoas que foram criadas na minha época. Aquelas crianças malditas que esperneiam no mercado se a mãe não comprava aquilo que elas queriam, pois elas nunca se importaram em educar suas crias. Mas estou fugindo totalmente do assunto do post.
Na sexta-feira ficou combinado de irmos em um sítio. Pelo que entendi, várias pessoas foram convidadas mas se recusaram por motivos variados que não cabem neste post. O que cabe sim é o quanto eu me diverti com as pessoas que lá estavam, já que todas me eram muito queridas. Mesmo as pessoas que eu não conhecia, tive oportunidade de me aproximar o suficiente para ser gentil e amigável. Faz parte do meu trabalho, mas também é intrínseco à minha pessoa. Tinha muita comida e uma piscina maravilhosa, além de natureza por todos os lados. Foi bom, pois eu precisava me desligar um pouco de tantos problemas. Percebi que estou muito sedentária, pois algumas voltas na piscina e eu já não aguentava mais. Ver as crianças me fez querer ter uma minha logo, por mais que eu saiba que não é assim que funciona. E combinamos de voltar em breve, pois a verdade é que todo mundo gostou muito de lá. E eu realmente espero que voltemos!

sábado, 15 de dezembro de 2018

Bagunça

Vamos falar a verdade, não existe, que eu tenha visto, lugar mais bagunçado que meu quarto. Eu sei encontrar várias coisas no meio da bagunça pq ela não é algo recente, muito pelo contrário, é algo crônico. Não é assim por eu gostar mas sim por ter dificuldade de me desprender das coisas. Toda vez que resolvo limpar alguma parte do meu quarto consigo tirar pelo menos uns dois sacos de mercado de coisas que podem, sem dúvidas, ir pro lixo. Mas e o resto? O resto é um pouco de várias coisas que foram perdendo sua utilidade com o passar do tempo. Tenho uma estante cheia de livros e outra cheia de mangás. O problema é q tanto os livros quanto os mangás ocupam cerca de uma prateleira dessas estantes. O resto é cheio de outras coisas. Em uma tenho uma barsa, pois sou antiga a ponto de ter precisado de uma dessas. Existe um cesto enorme cheio de bichinhos de pelúcia que está em cima de uma cômoda que está em cima de outro móvel há não sei quanto tempo já. Em cima desse mesmo móvel existem várias caixas, pq eu resolvi separar as coisas em caixas, no entanto existe uma dessas caixas que eu não faço a menor ideia do que tem dentro. Também tem várias outras caixas em cima da cômoda, mas não mexo nelas também. Existe uma pilha de roupas que eu não coloco no meu guarda-roupas pelo simples fato de eu saber da existência de um rato no meu quarto e de eu não querer que, por essas roupas estarem no guarda-roupa, fiquem cheias de furos. Sim, pois ele rói minhas roupas, já tive roupas roídas por ele, então sei do que estou falando. Por conta da existência desse rato, meu armário é praticamente de enfeite. Não que ele não tenha nada dentro dele, pelo contrário, tem sim, mas eu não me atrevo a mexer nele. Então tem as pilhas de coisas espalhadas pelo chão mesmo. E o baú de linhas. E os sacos de linhas. E as linhas de malha.
Estamos chegando ao fim do ano e olho ao meu redor. Sinto uma tristeza, confesso. Penso que vou conseguir me livrar de toda essa bagunça mas sei que não é verdade. Não vou vender as linhas sem tecê-las, pois quero poder ganhar dinheiro com os trabalhos que fizer, mesmo sabendo que moro em Guarulhos e que nada de artesanato é valorizado como deveria aqui. Não vou me livrar de todos os papéis pois vou pensar em todos os origamis que posso fazer com eles. Não vou doar as roupas pois a maioria delas já está bem usada pra que eu venda e, as que porventura estiverem em estado bom pra vender ainda, eu não vou conseguir vender simplesmente por não existir interesse das pessoas por comprar certos produtos. Queria pelo menos poder me livrar do rato pra poder voltar a usar meu armário, ou pelo menos conseguir trocar de armário já que o meu está começando a dar sinais de que vai desmontar. Meu quarto hoje parece um lixão. Quero poder resolver cada uma das prateleiras e tudo o mais de forma definitiva, de forma que, com o tempo, eu visse alguma mudança. Essa mudança não aconteceu em 2018, então só me resta empurrar pra 2019. Talvez eu devesse ser mais rigorosa com esse ponto e menos com outros. No fim das contas, parece que é uma escolha. Uma escolha com a qual eu não estou feliz, mas que continuo convivendo diariamente. Minha amiga Eliana me fala da importância de se ter uma casa organizada e eu entendo isso, mas ainda não consigo por em prática de forma eficiente. Então, se alguém tiver algumas ideias de como organizar ambientes de forma definitiva, estou aceitando sugestões.

sábado, 1 de dezembro de 2018

Então é Natal~~

Eu tenho certeza que já falei sobre isso no meu post “A Chuva e Eu”, mas devo dizer que, de ontem pra hoje, dormi com uma chuvinha gostosa que me fez lembrar da infância. Dezembro era assim. Pensei com meus botões “eu só pensei em lavar a roupa, eu nem falei em voz alta”. Também pensei que só faltava ficar sem luz para ser perfeito. Minha luz não faltou, mas a do Henrique sim.
Todas as promoções que começaram na Black fraude vão continuar em Dezembro para fazer com que as pessoas menos atentas e mais gastonas aproveitem o décimo terceiro para sair comprando presente pra todo mundo. A propósito, eu estou querendo um Mi band, caso alguém queira uma ideia do que me dar de presente. Não é barato como um panetone mas também não é caro como um playstation 4, então acho que não é um presente ruim de se pedir. Não que eu esteja de fato esperando que alguém me dê um. São poucas as pessoas que me deram presentes na minha vida. Uma delas foi meu irmão, que hoje mesmo me surpreendeu com um Cartão Presente de Riot Points. Queria poder dar um presente para ele também, mas acho que umas das minhas dificuldades para presentear os outros é aquilo de sempre: que tipo de presente dar para agradar?
No trabalho outro dia mesmo estávamos falando sobre isso mesmo, amigo secreto. Fim de ano é uma época que as pessoas gostam mesmo de fazer essas brincadeiras. No entanto, falaram que se fosse pra dar presente, teria que ser algo de 100 reais pra cima e que, quando se estipula esse valor, tem gente que torce o nariz. É normal comprarmos, para nós mesmos, roupas e produtos que não vão durar tanto assim. É pra nós mesmos, então não tem problema. No entanto, quando você vai presentear o outro, você tende a procurar algo bom, de qualidade, que dure. Acabei de dar uma gargalhada ao perceber que realmente escrevi “que dure”. Enfim! As pessoas querem presentes bons mas não querem gastar com isso. As pessoas querem participar de festas sem ter que se preocupar com nada e reclamam se tem que pagar ou se tem que levar algo para a festa. Também me falaram sobre a festa que teve no fim do ano passado por lá. E como ela não deu certo por conta de sempre ter algum ser humano (pra não falar outra coisa) que vai reclamar que “faltou alguma coisa” ou que “não estava bom”.
Nesse momento, me preparo para uma porção de coisas que preciso de fazer antes do fim do ano: no âmbito da saúde, tenho que buscar meu raio X, fazer exame de sangue, buscar o resultado da doação de sangue e, quem sabe, começar a fazer um planejamento de exercícios. No âmbito dos problemas que precisam de solução, imprimir os orçamentos da placa de vídeo pra poder ir nas pequenas causas e arrumar… várias coisas que precisam ser arrumadas. Por fim, no âmbito do artesanato, terminar um bom tanto de peças que, se não forem entregues no natal, o serão em algum momento da vida e começar um suéter que o Henrique quer que eu faça pra mim mesma.
E agora que estamos oficialmente em dezembro, já estou me preparando psicologicamente para as demonstrações de espírito natalino que os outros me darão. Falarei disso no primeiro post que escrever depois do Natal, só para que vocês entendam exatamente o que eu quero dizer quando falo de espírito natalino. Mas por enquanto, é isso. Vejo vocês na próxima semana.

sábado, 24 de novembro de 2018

Eu não vou Terminar

Há muito, muito tempo atrás, eu tive um relacionamento. Estava exaustivo então terminei. Me deu um alívio muito grande, o peso tinha acabado, mas havia no fundo uma sensação ruim. Ele é uma pessoa boa, somos amigos até hoje, o motivo de eu ter terminado era, basicamente, o mesmo motivo pelo qual as pessoas com quem me relacionei depois dele me abandonaram: ser grudenta. Com tudo isso em mente, cheguei à conclusão de que não gostaria de ter que terminar. Oras, que tipo de casamento eu teria se, a cada briga que tivesse, existisse a ameaça do divórcio? Na minha concepção, no namoro a ameaça de término é quase como a do divórcio para o casamento, mas é muito mais fácil terminar com um namorado do que divorciar de um parceiro. Afinal, no namoro não existem taxas nem bens a serem divididos. Toma aqui o que é seu, me dá cá o que é meu, cada um vai pro seu lado e é como se nada tivesse acontecido, ou como se nenhum dos dois tivesse existido um para o outro.
“Eu nunca vou pedir para terminar”.
“Nunca diga nunca”.
Bem, eu não pedi, mas a verdade é que as coisas são mais difíceis de se fazer do que de se dizer. Eu sempre tento o que posso mas às vezes tentar não é o suficiente. Na verdade, na maioria das vezes não é. O ideal mesmo é conseguir, mas para se conseguir você precisa ser bem pontual no que faz e ter certeza que sua pontualidade vai atingir o que deseja. Como uma flecha voando para atingir o alvo. Você não ganha nada se a flecha acertar qualquer um dos círculos além do central. Todos os outros círculos representam uma falha. O problema é que isso exige perfeição, e eu não sou perfeita. É mais difícil ainda se seu alvo é móvel ou mutável.
Bem, o caso é que nos últimos tempos meu relacionamento não estava parecendo bem um relacionamento e, apesar de ter dito sim que eu nunca pediria pra terminar, a ideia começou a passar pela minha mente como a única opção que eu tinha. Nada funciona, tentativas se tornam erros, porque eu ainda estou insistindo se sinto que estou tentando sozinha? A frase que mais doeu foi quando eu disse para ele que parece que a pessoa que mais perde com o fim desse relacionamento sou eu. E a realidade dói, pois quando analisei a frase percebi que era exatamente isso. Durante todo o tempo que estivemos juntos até aqui a pessoa que investiu mais nesse relacionamento fui eu. E nem estou entrando no mérito financeiro não. Vai mais profundo que isso, envolve a coisa mais preciosa que um ser humano tem, o tempo.
No fim das contas eu falei pra ele sobre o real significado por trás da minha frase. Não terminar não significa que eu não pense e que eu não sinta vontade. Meu amigo Gilson me disse que, ele, no lugar do meu namorado, entenderia com aquela frase que ele estaria seguro pro resto da vida, pois eu realmente nunca terminaria. Queria saber se todo homem pensa assim. Seria triste descobrir que sim. Nossa conversa foi boa pelo menos pra por o relacionamento de volta nos eixos. Estamos passando por uma boa fase. Mas eu tenho plena consciência de que devo aproveitar ao máximo o período de calmaria, pois meu alvo é mutável e eu sou uma atiradora inexperiente, fadada a errar.

sábado, 17 de novembro de 2018

O Tempo passa, o Tempo voa…

...e a poupança Bamerindus continua numa boa! Só que não. Para aqueles de vocês muito novos para saber, Bamerindus era um banco que faliu. O garoto propaganda era ótimo, o jingle era ótimo, mas o banco faliu. Da mesma forma, uma coisa que pode começar muito bem, muito promissora pode ir parar num buraco. É o caso do que vou contar para vocês hoje. Sentem em um lugar confortável, pois a história é um tanto quanto longa.
No dia 21 de Janeiro de 2017 eu escrevi um post entitulado “quem com ferro fere...” que se referia ao Edgar, uma das pessoas que passou pela minha vida amorosa. Por que estou falando disso? Calma, já vamos chegar lá. O caso é que esses dias o Silver me mandou mensagens desesperadas me perguntando se eu conhecia um tal de Edgar Narok. Sim, conheço. Bem, o amigo que ele tem na escola também. O nome d ele é Matheus e, pelo que entendi, ele pegou o celular da mão do Silver e começou a falar comigo sobre o Edgar e, acima de tudo, sobre a Isabela. Não são pessoas de quem eu gosto de falar, mas elas existem e, pelo jeito, o mundo é tão pequeno que serei obrigada por muitas vezes a esbarrar em pessoas que conhecem pessoas que eu conheço. E nunca são pessoas que conhecem pessoas que eu conheço que sejam pessoas que eu ficaria feliz de saber que as pessoas conheçam, não, sempre são as pessoas que dão trabalho que os outros conhecem. Talvez seja porque as pessoas que dão trabalho ficam guardadas em um lugar da nossa mente, enquanto as pessoas legais simplesmente são esquecidas. Talvez seja por isso que todo mundo lembra de chamar a Juliana pra sair, mas não lembram de mim. Tudo faz sentido agora!
Desculpem, eu desviei do assunto principal. O caso é que o rapaz comentou com a isabela sobre mim e ela disse que eu a chamei de vadia no meu blog. Isso me chocou e fui reler o post, já que não lembro de ter falado dela em outro post. Inclusive, convido ela ou qualquer outra pessoa que venha a ler meu blog que, caso encontre onde eu a chamei de vadia, por gentileza me apontem, pois eu realmente não tenho saco pra ficar desenterrando essa história. Não lembro de ter feito, mas eu sou uma pessoa que fala o que não deve quando está em circunstâncias ruins. Tipo falar a senhora quer que eu coloque uma seta luminosa?” para uma mulher que não estava enxergando o lugar vago que tinha para ela sentar enquanto esperava o médico no dia em que eu vi minha primeira morte no PA. Não que a pessoa tenha morrido lá, na verdade ele chegou morto, mas não fazia diferença, foi meu primeiro presunto humano. O primeiro presunto humano você nunca esquece.
Mas estou saindo da linha de raciocínio de novo! O caso é que depois de conversarmos e percebermos o ódio mútuo que existe entre nós, no dia seguinte apareceu nas minhas lembranças do Facebook uma com ela. A própria. E ela dizia que me colocaria em um potinho, num post que era basicamente uma imagem que dizia que “eu tenho ciumes dos meus amigos, se pudesse, colocava eles em potinhos e guardava só pra mim”. Foi interessante ver como as coisas mudaram. Foi interessante ver como sentimentos mudam, pessoas mudam, opiniões mudam. Tudo no mundo evolui e nem sempre é pra melhor. Como o banco Bamerindus, que mesmo tendo um comercial tão bonitinho, faliu. A Isabela, mesmo sendo tão bonitinha, apodreceu na minha concepção, e tenho a impressão que não existe nada nesse mundo que mude essa visão que tenho dela. Foi um caminho sem retorno. O que é triste é ouvir que ela acha que minha raiva dela nasceu do fato de eu ainda gostar do Edgar e não dela ter agido de uma forma escrota. A culpa é dos outros, nunca dela. Mas isso era um complexo que eu já sabia que ela tinha. Aliás, que todos têm. O problema de olhar pro umbigo e esquecer que vivemos no mundo com outras pessoas.

Hoje sou feliz com meu namorado, mesmo tendo nossos desentendimentos. Não sinto falta nenhuma do Edgar e, honestamente, espero do fundo do meu coração que ele não reapareça na minha vida. Ainda acho que, olhando apenas pro exterior, a Isa é uma fofa. Queria que as pessoas parassem de olhar pros seus umbigos e olhassem um pouco mais pro seu redor. Nem precisava ir muito longe, sabe? Era só levantar os olhos e - BAM - dezenas de pessoas estariam ao seu redor. Muitas seriam apenas desconhecidos, pessoas que também só olham pros próprios umbigos e seguem a vida nessa rotina. Mas às vezes você pode encontrar uma pessoa que está olhando para você ao invés de para o próprio umbigo. Pode ser que depois que você passar um tempo com essa pessoa você descubra que ela também olha demais pro próprio umbigo e que se você não estiver constantemente por perto, ela vai esquecer de olhar diretamente para você. Isso é triste, mas são situações pelas quais devemos passar na vida. O tempo passa e se encarrega de ir colocando as coisas nos seus devidos lugares, mesmo que o lugar de uma coisa que, hoje, para você, vale muito, seja o lixo.

sábado, 10 de novembro de 2018

Determinações

Ainda estamos em Novembro mas já vejo lugares com decorações natalinas, vendendo decorações natalinas, vendendo panetones, entre outras coisinhas típicas do Natal. Mas estamos em Novembro.
Lembro de quando eu era criança que chovia muito em Dezembro. Não era fora do comum ficar sem luz em algum momento do dia. As decorações de Natal só começavam a ser feitas, de fato, em Dezembro. E nós passávamos o Natal e o Ano Novo em família, na casa da minha avó.
Dezembro é o mês em que começaremos, como no ano passado, a pensar no que fizemos por nós mesmos durante esse ano e o que pretendemos fazer por nós mesmos no ano que segue. Sim, tudo tem que girar em torno de nós, pois não podemos controlar a vontade nem as ações dos outros. Fazer planos como “vou arrumar um namorado” é algo que não depende só de você, então não faça. Procure fazer promessas que você sabe que vai conseguir cumprir. Parece chato e fora de moda? Talvez. Mas acredite, quando chegar no final de 2019 e você olhar para sua listinha e ver o tanto de coisas que conseguiu realizar, você não vai se importar com a simplicidade que elas representaram, você vai simplesmente se sentir realizado, pois seu cérebro vai identificar que algo foi, de fato feito. A não ser que você seja uma daquelas pessoas que se cobra demais, então você nunca estará satisfeito, mesmo que apenas um dos itens da sua lista esteja faltando ser realizado. Aquele um é o suficiente para que você se sinta derrotado.
Tenho pensado em algumas resoluções que, com certeza, serão difíceis de se realizar, mas que penso fazerem parte de uma mudança que preciso na minha vida. Lembro, neste momento, de quando fui assistir uma palestra com minha prima, com o coach Wendell Carvalho. Chamava “Eu lidero”. Tenho a caneta até hoje e levo ela comigo pra todo lado. Um dos pontos altos da palestra, tirando aquela da madeira, é o momento em que ele te explica que para cada coisa que você faz você se promete uma recompensa. E você só se dá essa recompensa caso tenha feito o que te dava direito a essa recompensa. É um dos motivos de eu gostar tanto do Habitica, já que minhas ações na vida real me dão “experiência” no jogo. O problema desse método é que, quando chegar em um certo ponto, a recompensa de um jogo não é mais o suficiente. Nesse momento fico querendo uma recompensa de verdade.
Seguindo essa linha de raciocínio, como terminei de tricotar o cachecol rosa, que era algo que eu estava fazendo já fazia um tempo, eu merecia uma recompensa, que não me prometi. Cada vez que conseguir terminar algo que tinha me proposto a fazer devia me dar uma recompensa, de forma que isso renovasse meu ânimo para continuar fazendo mais projetos. Uma das recompensas mais simples e satisfatórias para mim seria comida, então vou explorar essa opção para me animar de terminar mais um projeto. E para iniciar muitos outros. Mês que vem vamos falar sobre nossa listinha de coisas para fazer em 2019. Por enquanto, vamos nos focar no resto do tempo que temos esse ano para, caso você tenha feito uma lista, conseguir riscar mais algumas das coisas que ainda faltam.

sábado, 3 de novembro de 2018

O que é o Futuro?

Já falei sobre esse assunto no blog antes, mas vale lembrar que, quando pequena, tinha sonhos que aconteciam. Da mesma forma, tinha aquela sensação de que, quando estivesse nos meus momentos finais, estaria sozinha. Bem, lhes pergunto caros leitores: o que é o futuro para você?
Quando você é pequeno costuma não pensar muito profundamente no assunto. Afinal, estamos crescendo e aprendendo, vemos algo que parece legal e logo queremos ser também. Certo, talvez no Brasil não funcione muito assim. Os meninos só querem ser jogadores de futebol e as mulheres… nem vamos falar sobre as mulheres. Afinal, por mais asco que eu tenha, também me incluo nessa espécie. Tanto na humana quanto na feminina.
Há um tempo atrás, meu futuro e meu presente eram basicamente minha mãe. Ela se foi e aquela sensação de liberdade que eu tive foi passando com o tempo, vendo que eu não precisava me matar, que as coisas podiam continuar. E eu continuei. E encontrei uma pessoa pra amar e pra chamar de minha.
Não sou a única pessoa no mundo que tem um relacionamento com um garoto mais jovem, mas no meu caso existe um agravante que são suas mudanças de humor. Eu pensei num futuro com ele. Eu acreditei nesse futuro. Agora, não muitos dias atrás, tive que ouvir dele que ele não é a pessoa certa para se ter um futuro, para se ter um relacionamento sério. Não nesse momento. E eu disse que não lembro de proibir ele de fazer nada. Mas esse episódio me abalou um pouco, confesso. Logo eu, que aprendi a temer o futuro, via no futuro um lugar aconchegante para se estar, e agora isso está sendo tirado de mim. Não por ele, pois ele é jovem, mas por mim mesma. Quanto mais vou me machucar se continuar me apoiando nesse futuro que, hoje, ele me nega? Não sei e tenho medo de saber. Já me prometeram um futuro que foi negado uma vez e, apesar do crescimento que isso me proporcionou, não quero continuar construindo meu caminho em areia. Hora de voltar pra de onde eu nunca devia ter saído. Planejar, sim, acreditar em algo tão incerto como o futuro, nunca mais.

sábado, 27 de outubro de 2018

A Indecisão que me Mata

Eu queria evitar de falar sobre sentimentos no Blog por um tempo, no entanto, querendo ou não aqui é como se fosse meu diário, onde confesso minhas amarguras e minhas angústias. E acontece que meus sentimentos são a maior causa de minhas angústias. Então hoje falarei sobre uma dificuldade que ando tendo e que, apesar de ter um tempo longo intervalo entre as ocorrências, está se tornando mais frequente do que eu gostaria.
Esses dias fui almoçar com minha amiga Eliana e, ao ver a aliança no meu dedo, ela me perguntou se eu ainda estou com o Henrique. Respondi que sim e que a fase de indecisão dele passou, e ela me disse que, mesmo que a fase tenha passado, ela não gostava de saber que os sentimentos dele são tão inconstantes da forma que são, ao ponto de um dia, só por ter dado na telha, ele dizer que não me ama como antes.
É como se ela tivesse invocado o acontecimento. Aconteceu depois do meu encontro com ela. Ele está sem internet, então não está em casa. Eu mal falei com ele durante essa última semana, exatamente por conta da falta de internet na casa dele. O que não justifica, pois ele tinha internet onde estava. Ainda assim, ele tinha os problemas dele pra resolver da mesma forma que eu tenho os meus. No entanto, dia desses, ele começou a me falar sobre como ele não é a pessoa certa para um relacionamento sério, que ele quer curtir, que ele já se imaginou com outra garota enquanto estava comigo e que tem medo do futuro.
Oras, medo do futuro todos temos. Eu, por exemplo, morro de medo do dia em que meu pai morrer, pois tenho consciência que com meu salário atual não consigo sustentar minha casa. Ele é jovem então ouvir que ele quer curtir não me surpreende. Eu sou uma pessoa muito caseira pois minha mãe me criou assim, mas posso entender e até simpatizar com essa vontade dele. Já conversamos antes sobre uma garota q ele gostava na escola. Segundo ele, o amor passou a ódio por conta das próprias atitudes dela. Essa informação me deixou com um pouco de medo, confesso, pois eu sei que quando passamos a ter uma convivência real ele começou a conhecer meus defeitos. Uma coisa que aprendi com meus pais é que amor de verdade não é tentar mudar a pessoa com quem você está, mas sim aceitá-la com suas qualidades e defeitos. Eu sei que às vezes é difícil aceitar alguns defeitos, tem um dia ou outro que vamos acordar com o pé esquerdo e vamos descontar no mundo. Normalmente as pessoas que amamos são as que mais sofrem, pois são as que estão mais próximas de nós e aquelas em quem confiamos para o bem e para o mal. Eu entendo isso também. No entanto, tem vezes que machuca muito ouvir essas coisas. O que foi o caso nesse momento. Quase não nos falamos já fazia uma semana e ver que a primeira conversa longa que temos é sobre algo assim é muito, muito triste. Eu queria ter mais conversas longas com ele, mas falamos pouco e agimos mais. Ou, no caso, eu prefiro agir do que esperar.
Ele é jovem. Eu sou bem mais velha que ele. Isso por si só já cria uma barreira entre nós. Eu trabalho e ele não. Eu pensava e imaginava um futuro com ele, agora me vejo obrigada a parar de pensar nesse futuro pelo bem de nós dois. Nunca cobrei nada dele, mas me sinto cobrada e pressionada por todos os lados. Isso cansa.

sábado, 20 de outubro de 2018

Limpando a casa

Desde que eu comecei a usar o Habitica eu comecei a tentar criar hábitos saudáveis e que me ajudem de alguma forma. Entre eles tem um que está me dando bastante trabalho, o de arrumar / limpar por 15 minutos. Parece algo simples e ele te dá a abertura de limpar por mais de 15 minutos. É verdade, quando se começa a limpar não se percebe o tempo passar e dificilmente se leva apenas 15 minutos, por mais simples que seja a limpeza. Imagino que para pessoas que só tem que passar um pano e uma vassoura leve mais ou menos isso. Meu quarto, no entanto, sofre de um mal chamado bagunça. Ou, como eu costumava chamar, a segunda guerra mundial, que supostamente passou no meu quarto e deixou tudo de pernas pro ar. Existe outro mal que permeia dentro de mim que chama dificuldade de me livrar de coisas velhas, que até pouco tempo atrás acabava fazendo com que eu não jogasse nada fora. Numa época em que usar a internet discada para buscar e imprimir táticas de jogos que eu não conseguia jogar sem um guia, por exemplo, deixaram várias folhas de papel impressas que, na época, podem ter sido muito úteis mas que, hoje, não fazem nada além de servir de comida pro rato e ocupar espaço. Nas minhas limpezas acabei achando vários cadernos com matérias de cursos que eu mal usei e que, agora, vão servir pra que eu continue estudando os cursos que continuo fazendo. E verdade seja dita, ainda existem até mesmo cadernos em branco, ou seja, tem espaço pra muito estudo.
Mas limpar sozinho não é a mesma coisa que limpar acompanhado. Em dias que o Bolsonaro periga a se tornar o presidente, a nova modinha do facebook são fotos de mulheres armadas obrigando seus maridos, filhos, namorados entre outros tipos de homem a lavar a louça, varrer o chão, essas coisas que são tipicamente (e erroneamente) obrigações atribuídas às mulheres. Num sábado em que meu pai  não estava em casa por ter viajado para o enterro de minha tia, lá no Paraná, eu e meu irmão estávamos juntos limpando a casa. E isso me trouxe lembranças de nosso tempo de infância, quando pegávamos vassouras enquanto nossa mãe segurava a mangueira e lavávamos o quintal. Ele saiu e foi comprar pastel, mas a felicidade de ter feito algo junto foi duradoura. Me senti mais próxima de meu irmão, coisa que não sentia desde que ele parou de passar tanto tempo comigo em detrimento de sua (ex) namorada.
Meu quarto não é bagunçado por eu gostar de bagunça. É verdade que mesmo na bagunça eu sei exatamente onde as coisas estão, mas eu não gosto de ver todas as coisas espalhadas por aí, sem um lugar certo, ou ainda coisas que eu comecei e não terminei, esperando serem terminadas. No meu quarto existem muitas coisas nesse estado. Seria ideal fazer uma lista delas e passar a trabalhar de pouco em pouco para que, em algum momento, eu consiga terminar tudo. Talvez meu quarto se tornasse um lugar melhor de se viver. É irônico pensar que meu quarto e minha casa são tão sujos quando, no meu trabalho, um mísero algodão no chão faz com que eu me mova até ele para recolhê-lo e descartá-lo. No meu quarto não tem um cesto de lixo mas no meu emprego tem. Inclusive, talvez esta seja uma coisa que eu precise adquirir para o meu quarto para ver se consigo ter um controle melhor do lixo: um cesto de lixo. Afinal, é muito melhor ter um lugar certo para pôr o lixo do que, em determinado dia, depois de resolver que devo limpar meu quarto, ir enchendo um saco de mercado com o lixo que encontro até que ele fique cheio para que, no próximo dia de lixeiro eu corra o risco de lembrar ou esquecer que tenho que levar esse lixo para descartar. Tudo isso é uma falta de costume. Não sou uma dona de casa e confesso, me envergonho um pouco de não ser o melhor exemplo de feminilidade quando se trata de limpeza e organização. Mas estou me esforçando para melhorar, nem que seja com ajuda de aplicativos e lembretes.

sábado, 13 de outubro de 2018

Professor

“Você se lembra do nome da sua primeira professora?”
Quando me perguntavam isso, minha resposta era óbvia: minha mãe. Vejam bem, além do fato de minha mãe ser, de fato, uma professora, ela era, bem, minha mãe. Um dos meus professores que me perguntou isso uma vez, em detrimento da minha resposta, disse que eu estava certíssima, pois a mãe é, de fato, a primeira professora que temos em nossa vida. E o que ele disse faz muito sentido!
No entanto, um tempo depois fui apresentada à teoria que diz que a pessoa que nos dá amor não pode ser a fonte de educação, pois de certa forma, quando ela nos dá o amor perdemos o respeito por essa figura quando ela se torna a educadora. “Como pode me punir e me amar?” Por isso, na maioria das vezes, o pai educa e a mãe ama. No meu caso minha mãe não tinha problema nenhum em ser a figura educadora e a figura que dava amor. Isso porque, para mim ao menos, nunca faltou o respeito em relação à pessoa que eu amo. A mão que afaga é a mesma que bate, e eu consigo entender isso.
Certo dia, essa semana ainda, no meu trabalho, ouvi uma das pessoas que aqui trabalham dizer “meu filho é mal educado, malcriado, mas ninguém encosta a mão nele”. Um dos outros funcionários revirou os olhos, eu simplesmente levantei e fui pra outro lugar. Depois você encontra uma pessoa mal educada na rua e pergunta se a mãe não deu educação, e é exatamente o caso. Ou não, pois existem vários casos. Nesse específico, a culpa é da mãe.
Eu me lembro do nome de praticamente todos os meus professores durante minha jornada escolar. Um dos motivos de ter agradecido estar na área da saúde e não da educação é exatamente por poder evitar de ter contato com pessoas que trabalharam com a minha mãe, pois como disse antes, ela era uma professora. Não sei onde estão meus professores daquela época pois, diferente de como é hoje, não existia whatsapp. E acho que mesmo que existisse, não pediria o dos meus professores. Existe uma certa hierarquia que deve ser cumprida quando se pensa em escola. O professor não está lá para ser nosso amigo e sim nosso instrutor, mesmo que às vezes pareça que ele é muito amigável. A frase “te pego na saída” sempre fez sentido por conta dessa hierarquia, você não briga dentro da escola para evitar levar uma detenção ou ter seus pais chamados pela diretoria. Fora da escola é de responsabilidade da polícia. Não acho que preciso dizer quão eficiente a nossa polícia é, não é mesmo? Bem, talvez tenha mudado algo desde os tempos que eu estudei.
O caso é que dia 15 é dia dos professores. Ontem foi dia das crianças e dia de Nossa Senhora Aparecida. Eu podia ter feito um post sobre qualquer um desses assuntos, mas não renderia tanto quanto falar de um professor. Afinal, todos nós, mesmo aqueles que nunca foram na escola, tivemos alguém que nos ensinou alguma coisa.

sábado, 6 de outubro de 2018

Solidão

Títulos com apenas uma palavra costumam  me impactar, pois costumam ser o suficiente para que se entenda do que se trata o que se vai ler. Nesse post, como deve parecer óbvio para alguns, nem tanto para outros, vou falar sobre meu sentimento de solidão. Possivelmente me repita, mas quando se escreve por muito tempo - quando se vive por muito tempo - é normal que algumas histórias comecem a se repetir. Sei disso pelas conversas que tenho com meu pai. Mas isso não é assunto para esse post. Foco na solidão.
Eu já contei aqui sobre a sensação de solidão que eu sentia até meus 20 e poucos anos, que me invadia de uma forma tão agressiva que quando eu percebia já estava aos prantos, acreditando com todas as minhas forças que morreria sozinha. Também contei como essa sensação passou graças a uma frase, “eu sempre vou estar do seu lado”, que acabou se mostrando uma mentira, mas que foi o suficiente para me “curar” de minhas visões e sensações de um futuro que, provavelmente, não pertencia ao meu de hoje. Aquela sensação não é mais um problema, não…
O problema agora é a solidão genuína que sinto nesse momento. Meus chefes tiraram a Camila lá do nosso posto, pelo que algumas pessoas ficaram muito aliviadas. “Ela tinha várias ferramentas aqui com que poderia se matar”, eles disseram. Faz sentido e eu entendo, mas não faz com que eu me sinta melhor por ela ter sido tirada do posto. Por ter sido tirada de mim. Eu sei que ainda posso vê-la, mas vai acabar caindo no mesmo caso de tantas outras pessoas com quem convivi enquanto trabalhava que, hoje, só consigo manter contato pelas mídias sociais. A frequência pra mim é algo importante.
Além dela, tem o fato de que, sem meu PC e com uma última avaliação para entregar, meus últimos dias foram resumidos em uma palavra: estudar. O que é bom, vamos ser honestos e realistas. Minha última faculdade eu não terminei exatamente por não ter tido o mínimo empenho no ato de estudar. É uma das armadilhas em que você cai quando conhece o conteúdo, quando tem familiaridade com o que está estudando. O que não é o caso agora e, mesmo que fosse, já ficou claro para mim que não será o suficiente me apoiar no meu próprio conhecimento. Preciso ler os textos, fazer as atividades, ter um entendimento do que ali está me sendo apresentado. Tem dias que estudar não é penoso, no entanto, nos últimos tempos, tem sido. É o principal motivo pelo qual não consigo nem conversar com meu namorado direito.
Eu até entro no discord e fico lá, aguardando que talvez em algum momento ele apareça também. Mas o noteboook dele está funcionando. Ele aparentemente foi aceito em um time competitivo então enquanto eu me esforço para estudar e conseguir boas notas para que num futuro próximo-mas-não-tanto eu possa ter um emprego melhor, ele se esforça para jogar league. Parece injusto, mas ele provavelmente está feliz. Era para eu estar feliz também, mas a verdade é que não estou, pois agora além de não poder ficar com ele por ter que estudar, terei que me adaptar aos horários dele, pois agora ele provavelmente terá horas em que terá que treinar.
No fim das contas, o que parece é que eu tenho que aceitar as coisas como elas são de verdade. E é assim que elas são. Eu não estou feliz e estou me sentindo sozinha, no entanto a tendência é que as coisas permaneçam assim. Caí na Força Estática.

sábado, 29 de setembro de 2018

Amigos são Balões

Bom dia caro leitor. Hoje é dia 29 de setembro. Para muitos de vocês, em sua grande maioria, é apenas mais um dia. Para mim, no entanto, é véspera do meu aniversário. E era para ser uma coisa boa, não fossem os balões. Ah, os balões… Na verdade, começou muito antes disso. Algumas pessoas, como eu, acreditam em Karma, horóscopo e inferno astral. O meu inferno astral esse ano começou mais cedo, desde o dia em que me roubaram meu celular. Maldito seja! Desde então venho passando por uma maré de maus acontecimentos que só não me fazem sentir pior pois vejo os extremos. Se por um lado tenho um namorado maravilhoso que está comigo sempre q pode, na outra mão vejo de perto o que é ter depressão e como é difícil lidar com essa doença. Inclusive, é setembro. Setembro amarelo, como chamam. Supostamente você deveria se dispor a ouvir os problemas dos outros, ser gentil, ser solícito. E não posso reclamar da maioria das pessoas, essa é a verdade. Consigo ver claramente quem são meus amigos de verdade. No entanto, aquelas poucas pessoas que existem e fizeram parte do meu convívio diário têm atitudes que me revoltam profundamente. Voltemos aos balões, sim? Esses dias eu recebi uma mensagem sobre amizade e balões. Lembrava muito aquele ditado das coisas livres, “se voltarem é pq as conquistei, se não é pq nunca as tive”. Muito bonito de dizer, mas na prática, não é bem assim q funciona. Em uma comparação com os balões, sou um balão que as pessoas soltam muito facilmente, e isso machuca. Mandei aquela mensagem para todas as pessoas com quem ainda me importo um pouco e recebi várias de volta. Algumas pessoas até puxaram assunto. Foi bom, consegui conversar com pessoas que fazia tempo que não conversava. No entanto, da mesma forma, recebi mensagens do tipo “vc anda sumida, vamos marcar alguma coisa!”, para o que respondi que já tinha desistido. “Eu lembro mais de vocês do que vocês de mim”. É fácil dizer que eu sumi quando você nunca me manda uma mensagem. É difícil dizer que eu sumi quando, no fundo no fundo, como meu amigo Inco disse quando veio me perguntar o que estava acontecendo pois eu estava “lançando muitas indiretas para os amigos”, você é egoísta e só pensa em você. É difícil dizer que eu sumi quando, na realidade, você só está esperando a minha habilidade secreta, “bumerangue” ativar, para que eu retorne para você, querendo saber como estão as coisas ou querendo chamar para sair.
O texto dos balões rendeu frutos além do que eu imaginava. Tive a oportunidade de rever pelo menos uma pessoa que realmente tentou me ver. Isso foi bom. Tenho o carinho do meu namorado. Tenho o carinho das pessoas ao meu redor. Então por que não me sinto completa? A resposta me foi dada pelo meu namorado, que provavelmente nem percebeu o que disse. No entanto uma palavra foi o suficiente pra fazer meu mundo andar de novo. Eu sinto falta da minha mãe. Minha mãe é um balão que foi pra longe de mim, está num lugar inalcançável para sempre. Ou até eu morrer, se eu acreditar com todas as minhas forças que vou reencontrá-la no além. Ela podia não ser exatamente uma amiga, mas era mais que isso, era minha mãe, a figura educativa no meu lar, aquela que eu esticava o braço e ela pegava minha mão, aquela que quando eu procurava por conforto e por um porto seguro, estava lá para ser tudo que eu precisava. Menos minha amiga. Ela era uma mãe, não uma amiga. Hoje eu sei a diferença disso. Tenho amigas que me tratam como se eu fosse suas filhas e isso é bom também, mas não é minha mãe. Meus amigos são meus amigos e eu já entendi que, nessa vida, não posso contar com meus amigos. Meus amigos são pessoas egoístas que pensam nelas mesmas e nunca vão lembrar de me chamar quando forem sair, mesmo que eu ainda os chame. O mundo dá voltas e pessoas com quem eu convivia diariamente não estão mais no meu dia a dia. Mesmo pessoas que estão no meu dia a dia não são consideradas amigas. Setembro está acabando e, com ele, espero que minha maré de azar também. Acho que já deu, né karma?

sábado, 22 de setembro de 2018

Estudante

Eu pensei em começar esse post dizendo “como todo mundo”, mas não posso dizer, pois existem sim muitas pessoas que nunca frequentaram uma escola. Logo, direi que, como muitos, estudei. Em escola pública. Tive ótimos professores durante minha carreira escolar, da mesma forma que tive professores que me fizeram sentir ódio da matéria estudada. Lembro de uma professora de artes que, em certa aula, nos mostrou um quadro intitulado “a estudante”. É a imagem que coloquei no início do post. Lembro que ela começou a mencionar as características da jovem e, quando mencionou “encurvada”, me endireitei na cadeira. Ela percebeu e fez piada, mas não foi uma piada pejorativa nem ofensiva. Aquilo realmente atingiu meu ser, e era apenas uma característica de uma pintura num quadro que, por coincidência, naquele momento, me representava.
Quando fiz o vestibular sabia que não tinha ido bem em química. Todas as ligações químicas estavam sendo representadas de uma forma que eu, honestamente, nunca tinha visto na vida. Pensei que aquilo seria o suficiente para barrar minha entrada no mundo universitário. Seria a segunda, lembrando, pois a primeira foi frustrada pela minha falta de comprometimento e horas de jogatina com os amigos. Foi uma época de que me arrependo hoje, mas que construiu meu caráter de hoje. Me ensinou que tenho que dar valor ao que tenho. Logo, quando recebi a notícia que passei no vestibular, me esforcei para fazer a matrícula. Na primeira aula presencial passei muita raiva, pois praticamente fui lá para assinar uma lista de presença. Nos disseram algo que eu já tinha ouvido em certo momento da minha vida: quando nos tornamos estudantes, passamos a agir como estudantes. E eles tinham razão. Perdi semanas de aula por conta do meu computador não estar em casa e, agora, estou me esforçando para alcançar o resto. Não que isso seja verdade, percebo que não sou a única que estou com matéria atrasada. Vi um vídeo sobre o assunto que me ajudou a manter o foco e não me desesperar, pois em dado momento, eu confesso, me desesperei. É difícil trabalhar, estudar, namorar e, recentemente, cuidar dos problemas de saúde. Tudo parece se juntar num grande emaranhado de fios que vão se emaranhando e que fica difícil de desfazer os nós. O problema é que, na verdade, não dá pra se desfazer os nós. Não posso desistir de nenhum desses pilares em detrimento do outro. Hoje está difícil, é verdade, mas tenho consciência de que não vai ser sempre assim. Hoje dei prioridade ao coração, amanhã eu trabalho então a prioridade é a mente. Alternando as formas e tonalidades vou tecendo meu trabalho com tudo que tenho. Vez por outra vou achar que tudo está muito confuso, mas uma coisa que eu já decidi é que não vou abrir mão de nada. Não sou mais aquela estudante encurvada que assistia aulas de arte na escola. Ser adulto traz um certo peso pras suas costas e as responsabilidades que se acumulam junto com a idade parecem não ter fim. No entanto, se eu desistir, que mérito terá? Nem comecei a me esforçar ainda!

sábado, 15 de setembro de 2018

O Tabu Chamado Amizade

Por conta do meu computador ter ficado mais de duas semanas na manutenção, eu me atrasei com a matéria da faculdade. Isso se mostrou ser um problema muito grande, já que tive que correr com a matéria de três semanas. Escolhi como primeira matéria a ser estudada uma que se chama “Fundamentos Históricos, Filosóficos e Sociológicos da Educação”. Me arrependi por vários motivos. Um deles é o que vou expor aqui essa semana.
Como eu não sabia se a avaliação referente à terceira semana seria, de fato, referente apenas à terceira semana ou se seria de todo o conteúdo prévio também, resolvi ler tudo. No texto intitulado “Filosofia e Educação: amizade na sala de aula” comecei a desenvolver o que chamo de asco em relação à educação. Na outra mão, esse mesmo texto me fez começar a questionar meus valores em relação aos meus amigos. Já faz um tempo que eu estava com essa ideia na cabeça e, depois de ler o texto, cheguei à conclusão que, na verdade, é assim mesmo que funciona a amizade, por mais que a gente diga o contrário.
Vantagens de se ser amig@ da Luciana: Ela te chama pra sair. Ela não se importa de pagar sua entrada no cinema ou a comida que vocês comem. Você sempre vai ter um ombro amigo com quem pode contar. Apesar de falar alto, ela é uma pessoa adorável e divertida. Não é sofrível estar com ela.
Vantagens que a Luciana tem em relação aos seus amigos: se ela não liga, não vai atrás, não pede, são raras as pessoas que fazem algo por ela.
Não sei se posso bem chamar isso de vantagem. Minha psicóloga me dizia que eu não podia esperar que as pessoas adivinhem o que eu quero, no entanto, acredito que todos nós na condição de seres humanos queremos nos atenção, diria eu até mesmo carinho, daqueles que nos são queridos. E isso não acontece. As pessoas costumam me dizer, de tempos em tempos, que eu “sumi”. Bem, amigo… Você também! Amizade é uma relação e, como qualquer relação, não pode ser unilateral. Eu procuro, tento, corro atrás, por um tempo. Chega uma hora que cansa. A verdade é que eu estou MUITO cansada. No texto da faculdade pude perceber que relações que são construídas na escola são efêmeras. Não posso pedir durabilidade para algo que não foi feito para durar. Você é chamado para ser madrinha de casamento de sua amiga que, pouco antes de se casar, te avisa para “não convidar para nada, pois o casamento foi caro”. E você fica na eterna espera de que, um dia, ela ou o marido (que também é seu amigo) venham até você dizer que você já pode sim chamá-los para sair. Eles nem precisavam vir até mim, uma mensagem no facebook, no whatsapp, em qualquer lugar já servia. Uma palavra bastava. Mas não recebi nada. E, honestamente, não espero receber.
É assim com a maioria das pessoas. Por isso que dou tanto valor a algumas pessoas na minha vida. Existe uma pessoa que sempre que volta para Guarulhos me avisa, para que possamos, nem que seja por um dia, por algumas horas, poder conversar, colocar os assuntos em dia, reclamar das nossas aflições. Tenho outro amigo que sempre me manda mensagens, às vezes imagens também, que afirma que me vê como um homem. Tenho minha amiga aqui do trabalho, mas honestamente, não sei até que ponto nossa amizade se resume ao local de trabalho e até que ponto vai além. Tenho amigos do meu antigo trabalho que nem sei mais se posso considerar amigos, já que a convivência não existe mais e o interesse de ambas as partes de tentar se ver não existe. O que me revolta mais ainda, pois por um tempo eu corri, sim, atrás. Sem resultados a longo prazo.
Se um amigo é um irmão que a gente escolhe, creio estar escolhendo mal as pessoas que chamo de amigo. Meu pai tem uma frase muito cabível para essa situação, “meus amigos eu conto nos dedos de uma mão e sobram dedos”. Senhor Leonildo é uma mente incompreendida. Um filósofo em estado bruto. Um gentleman. A pessoa para quem, hoje, eu chego e conto sobre meu dia. Eu fazia isso com a minha mãe, mas ela não está mais aqui. São atitudes simples e pequenas que fazem toda a diferença para uma pessoa. Pelo menos para mim. Eu não vou mentir, sinto falta dos meus amigos. No entanto, cansei de ser a única que corre atrás. Eu estou trabalhando, é verdade, mas isso nunca me impediu de responder o whatsapp, por exemplo. Demoro mais, é verdade (meu namorado que o diga) mas respondo. Ainda assim, a procura por mim é escassa. Se eu fosse uma caça, nunca entraria em extinção, pois a procura por mim é nula, quase inexistente. Numa comparação tosca, eu poderia ser um unicórnio e, ainda assim, não seria procurada. Unicórnios de verdade não existem, seria bom demais pra ser verdade. Ninguém acredita na existência de tal ser. Ainda assim, ele existe. E está lá, esperando.

sábado, 8 de setembro de 2018

Meu Eu Gamer - Habitica

Esses dias eu estava falando com um amigo com quem não falava faz tempo, o Brenno. Ele falou que eu sumi e eu, sem minha defesa, disse que ele que foi sugado pro mundo do jogo chamado vida real de uma forma tão voraz que nunca mais entrou em contato com nós, pessoas que fazíamos parte do mundo não real. É uma alusão com animes no estilo Sword Art Online, Overlord ou até mesmo esse anime novo que estou acompanhando chamado, traduzindo em português, “como não invocar um lorde demônio”. Só que ao contrário. Em todos esses anime a pessoa foi transportada para o mundo do jogo. Aqui a pessoa saiu do mundo dos jogos para se dedicar ao mundo real.
Nesse sentido, existe um aplicativo chamado Habitica - Gamify your life, ou seja, torne sua vida um jogo. Lembrei dele outro dia e procurei nos aplicativos de celular, onde o encontrei. Baixei e já comecei a usar. Depois de um tempo de uso eu lembrei que já tinha uma conta e resolvi tentar encontrá-la. Bem, foi com dor no coração que me desfiz do meu personagem level 15, de várias quests que nem abri e de equipamentos de bardo que, apesar de não serem tão poderosos assim, não deixavam de ter a aparência bárdica, que eu tanto amo. Ainda assim, deletei o link da conta com o Google e abri novamente a conta vinculada com o Facebook, logo em seguida tentando vincular a mesma ao google, o que foi feito com sucesso. Voilá! Agora tenho uma conta com um personagem level 12 (que nem é tão mais baixo que 15, vamos falar a verdade) que tem um pet (coisa que eu não tinha na outra, apesar de ter os ovos) e que tem itens exclusivos de um evento que aconteceu em 2016, ano em que eu criei a conta. Tudo está indo bem. A não ser pelo fato de que eu sou a única pessoa que conheço que joga isso.
Habitica é um jogo relativamente fácil. Ele tem as tarefas divididas em hábitos, diários e afazeres. A diferença de cada uma é sutil, mas de extrema importância para você conseguir jogar sem se frustrar. Tentei convencer algumas pessoas a jogarem comigo mas… bem… Vou guardar os comentários pertinentes para um próximo post.
Os hábitos se encaixam como coisas que você quer ou não fazer. Por exemplo, se você quer parar de fumar você poderia adicionar uma tarefa de hábito com o título “fumar” e adicionar um marcador negativo a ela. Dessa forma, toda vez que você fumasse você clicaria nesse marcador, que faria com que você perdesse algo. Da mesma forma, no caso de um hábito positivo, vamos supor, comer uma fruta, você colocaria este título e um marcador positivo. Nos dias em que você comesse uma fruta você adicionaria o marcador, no entanto, caso não comesse, não te traria nenhum prejuízo. A não ser que você queira de fato desenvolver esse hábito, então você pode colocar os dois marcadores para, assim, nos dias em que conseguir você adicionaria um marcador positivo enquanto nos dias em que você não conseguisse, esse marcador seria negativo.
Tarefas diárias seriam aquelas que você realmente faz ou gostaria de fazer todos os dias. Por exemplo, levantar da cama antes das 8, mesmo nos seus dias de folga. E em um dia que você não conseguisse, como foi meu caso hoje, você não marcaria essa tarefa como concluída, o que te fará perder vida ao fim do dia. Nesse ponto Habitica também mexe com a sua honestidade, pois não existe uma forma deles saberem se você fez ou não de fato o que disse que fez. Cabe à sua consciência saber e aceitar. Você também pode usar as tarefas diárias como lembretes caso você jogue um jogo que te dá bônus diários mas você nem entre direito nesse jogo. Ou caso você escreva no seu blog e perceba q está sendo muito displicente com ele e resolva adicionar uma tarefa para escrever em seu blog que se repita semanalmente a partir de hoje, já que o dia que você supostamente escreve é aos sábados. É bem funcional, acreditem. Se você usar sua imaginação Habitica pode ser uma ótima ferramenta de auxílio no seu próprio crescimento, seja ele profissional, estudantil ou… bem, de qualquer coisa, realmente.
Por fim, explicando os afazeres, são coisas que você tem que fazer mas que não precisa fazer todos os dias, nem que precisa tornar um hábito. Pode sser algo como comprar seu condicionador que acabou mas você vive esquecendo ou aquela limpeza no seu armário que você sabe que precisa fazer mas vive postergando.
Se você achar que não tem criatividade suficiente para criar suas próprias tarefas você pode (se tiver um entendimento razoável de inglês) tentar adicionar tarefas pertinentes a desafios, que costumam durar por todo o mês e te recompensam com gemas. Se você gostar da brincadeira você pode adicionar aquela tarefa permanentemente ao seu repertório. Às vezes os desafios também te ajudam a ter ideias de outras tarefas que você pode adicionar. Também existem muitas, muitas outras coisas em Habitica. Equipamentos, pets, montarias, grupos, guildas… O jargão que ele usa para se auto vender é exatamente o que ele faz. E eu gosto muito. Como a maioria das coisas na internet, existem privilégios para pessoas que pagam. Mas você não precisa pagar pra ser melhor que ninguém. Não com moedas reais, mas sim com as moedas do jogo, que você ganha junto de experiência quando completa uma tarefa. Para uma pessoa viciada em jogos como eu, que precisa de ser lembrada de coisas simples e corriqueiras como arrumar a cama, vale muito a pena. Eu recomendo!

sábado, 18 de agosto de 2018

Subindo nas Paredes

Já faz tempo, não é mesmo? Não me culpem, a vida anda difícil do lado de cá. Ao invés de me desculpar, vou lhes contar algumas novidades que andam acontecendo na minha vida e que, como diz o título, andam me fazendo querer subir pelas paredes. Ou, em referência a Michael Kail, personagem icônico da minha vida e do seriado “Eu, a Patroa e as Crianças”, segurar o mundo pelos ombros, sacudí-lo e dizer “você está ficando louco!”
Passei no vestibular. Vou voltar a estudar. Soltem os fogos, os rojões e o confeti. A primeira aula era presencial e em um dia de plantão. Descobri isso num sábado, de noite. A aula seria na terça-feira. Corri atrás de uma boa alma que aceitasse fazer permuta comigo. Para aqueles que não sabem ou não conhecem o termo, permuta é o nome que damos para a troca de plantões entre dois agentes. No meu caso, procurei alguém que pudesse trabalhar na terça. Como estava em cima do prazo não fiz nenhuma reivindicação além de me manter os domingos livres. Isso resultou em um fim de semana inteiro trabalhando. Tudo bem, foi por uma boa causa, pensei. Fui pra aula na terça, anotei várias coisas que achei pertinentes, nada relativo à matéria e, às 20:00 horas, fui dispensada. Caso eu tivesse decidido que trabalharia e, apenas após isso, iria para lá, provavelmente teria dado com a cara na porta. Passei duas horas lá para, basicamente, assinar uma lista. Se arrependimento matasse…
Como saber se uma pessoa é honesta? Venda comida no seu trabalho. Ou qualquer tipo de produto, na verdade. Então aquela garota gordinha que adora comer vai comprar de você. E se você for uma pessoa justa, quando ela for te pagar no fim do dia pelos 4 doces que ela comprou, você vai lembrar que ela comprou 4 doces, não 5. E você não vai correr o risco de perder uma freguesa, pois ela decidiu que não vale o risco de ficar com a fama de caloteira por um doce a mais que ela nem comeu. Por outro lado, você também pode vender cupcakes! E a garota gordinha também vai comprar de você. E, quando ela for te pagar e você der a ela o troco, ela vai te perguntar por quantos cupcakes você a cobrou. E você vai perceber que deu troco por um, não dois cupcakes. Ela podia ter ficado quieta, mas ela te avisou sobre o troco a mais que você estava entregando. “Que bom que você é honesta”. Ou ainda, você pode vender tortas salgadas e pedaços de bolo. E, mais uma vez, lá está a gordinha, comprando. Passou um plantão e ela não te pagou. No plantão seguinte ela nem está lá. Mas você nem sente a falta dela. Tem tanta gente que é normal você não perceber que tem uma pessoa faltando. Verdade seja dita, você mesma nem sabe o nome de todas as pessoas que trabalham com você. Ainda assim, no plantão seguinte te avisam que estão te procurando. Quem Alguma das agentes de portaria, te respondem. E quando você as procura para saber sobre o que é, a garota gordinha te entrega o dinheiro que você nem lembrava mais. As pessoas se surpreendem com atitudes como essas. Eu me surpreendo na verdade é com o fato de que as pessoas se surpreendem com a honestidade do outro. Não que eu não saiba que vivemos num mundo sujo e corrupto, mas ainda assim é uma realidade triste.
“O mundo não está preparado pra você”, ela me dizia. Eu achava que era eu que não estava preparada pra viver no mundo. Esperava o ônibus com meu celular na mão, vendo quanto tempo faltava pra que ele passasse quando, tarde demais pro meu próprio bem, percebi que seria abordada por um ladrão. “Tô com a oito na cintura, não faz escândalo e passa o celular vagabunda”. Vagabundo é você, sujeito maldito, que vem aqui roubar meu celular! Provavelmente pra comprar drogas. E eu trabalhando no pronto atendimento ali do lado. Durante alguns plantões após aquilo, tinha medo de ir pro ponto sozinha. Ainda hoje tenho medo das pessoas que chegam no pronto atendimento, achando que a qualquer momento aquele sujeito pode aparecer lá. E me ver. E me reconhecer. Ou pior, que eu o reconheça. Outro dia minha colega de trabalho passou mal só de ver o nome no documento de uma garota que, há alguns poucos anos atrás, a agrediu. Ela lembrava e aquilo a afetou. Eu estou afetada, ao ponto de que minhas costas doem todos os dias de tensão. Obviamente já arrumei um celular novo, dessa vez tive o cuidado de fazer um seguro contra roubo, assalto e furto.
Em que mundo eu vivo? Aquela mulher que era meu mundo era forte e, ainda assim, morreu. Eu não me acho tão forte quanto ela, por mais que digam q eu sou forte. Não duvido, mas não sinto. Me achava apenas uma pessoa um pouco diferente no meio dessa grande massa que habita o mundo.

sábado, 14 de julho de 2018

Arrependimentos

Eu me arrependo de ter sido uma menina tão inocente e por tanto tempo. Me arrependo de ter idolatrado minha mãe por tanto tempo e, ao mesmo tempo, ter tido medo dela por tanto tempo. Me arrependo por nunca ter conseguido fazer dela além de minha mãe minha amiga. Me arrependo de ter me apaixonado tanto por um homem de outro país. Me arrependo de não ter insistido nele. Me arrependo de não ter ido atrás dele. Me arrependo de ter perdido minha virgindade com uma pessoa que não amava. Me arrependo de não ter conseguido fazer os estágios que eu precisava pra terminar minha faculdade. Me arrependo de ter perdido tanto tempo da minha vida jogando ragnarok. Me arrependo das coisas erradas que fiz naquele jogo. Me arrependo de ter gasto tanto tempo com o computador. Me arrependo de não ter internado minha mãe mais cedo. Me arrependo de não ter arrumado um emprego mais cedo. Me arrependo de não ter ido em uma psicóloga mais cedo na minha vida. Me arrependo de ter parado de ir na psicóloga. Me arrependo de ser forte. Me arrependo de me pôr no lugar dos outros e tentar entender como eles se sentem. Me arrependo de não ser mais egoísta e pensar mais em mim que nos outros. Me arrependo de ter ido conhecer quem seria meu namorado com mais pessoas além dele. Me arrependo de não ter insistido mais no cinema. Me arrependo de ficar dando tantas coisas pra ele, ao ponto dele ter que me dizer q se tornou uma pessoa que não queria se tornar. Me arrependo de ter sido responsável por transformar ele nessa pessoa. Me arrependo por não conseguir impor minha vontade. Me arrependo de sempre achar que a culpa das coisas estarem dando errado ser minha. Me arrependo por não perguntar mais. Me arrependo de não pedir mais. Me arrependo de não insistir mais no que eu quero. Me arrependo por desistir. Me arrependo por ter cometido erros no meu trabalho que me obrigaram a ter que pedir demissão. Me arrependo de não ter nenhuma outra opção de emprego além da Proguaru. Me arrependo de não conseguir pagar aluguel e sustentar uma casa com duas pessoas com meu salário. Me arrependo por estar decepcionando meu pai. Me arrependo de não conseguir construir uma casa com o dinheiro que tenho. Me arrependo por pensar que meu futuro realmente será morrer sozinha. Me arrependo por querer continuar vivendo. Me arrependo por ser eu.
Viver não é um mar de arrependimentos, só que eu precisava dizer os meus. Ontem foi sexta-feira 13. Dia 13, há 2 anos atrás, minha mãe morreu. Perdão.

sábado, 7 de julho de 2018

Dinheiro

“Dinheiro não traz felicidade” é um ditado muito popular. Nos dias de hoje ele é rebatido com a famosa “mas compra o que traz”. Até que ponto isso é verdade para alguns de nós isso é um mistério, mas pra mim ficou notável que muitos dos meus problemas poderiam ser resolvidos com dinheiro. Vamos fazer uma listinha básica, só pra exemplificar.
A casa da minha vó está invadida. Se eu tivesse dinheiro poderia subornar os policiais a irem lá e forçarem as pessoas a sair. Isso seria amoral da minha parte e antiético da parte deles, mas resolveria meu problema. Eu poderia vender a casa da minha vó pra uma construtora e meu tio teria o dinheiro da parte dele e eu nunca mais teria que falar com ele. Também resolveria um dos meus problemas. Se pudesse incluir um apartamento nessa transação, melhor ainda, mataria dois coelhos com uma cajadada. Quando eu era criança me perguntava o que era uma cajadada, até que um belo dia a minha mente fez a relação do cajado com a cajadada. Devo confessar que isso só aconteceu quando eu já era bem adulta.
Outro problema que poderia ser resolvido com dinheiro é morar junto com meu namorado. Esse simples fato resolveria um número tão grande dos problemas que tenho hoje que eu nem sei por onde começar. Ele poderia usar meu computador enquanto eu estivesse trabalhando e poderia jogar os jogos que ele não consegue no notebook dele, o que o tornaria uma pessoa mais feliz e menos entediada. A gente economizaria com as saídas pra gastar com outras coisas. Se pudéssemos ter nossa própria casa então, eu não precisaria me preocupar com o aluguel. Seria perfeito.
Eu queria ter um emprego que me desse mais dinheiro, mas estamos em época de eleição. Tudo já estava um caos, agora então é um caos em dobro. Vou ter que esperar pacientemente por um emprego melhor. Ou estudar muito, muito mesmo, pra poder começar a dar aulas, o que não significa de fato uma vida melhor nem mais rica. Seria ideal conseguir um emprego melhor, ter uma casa, uma criança, paz de espírito, felicidade e, claro, dinheiro. Mas, neste momento, me falta muito de tudo. Menos de felicidade. Eu estaria mais feliz se tivesse como suprir todas as demandas que caem sobre meus ombros, mas sou apenas humana, não um cheque em branco com uma assinatura para se sacar de uma conta com dinheiro infinito.

sábado, 30 de junho de 2018

Enganada

Vamos falar sobre a Proguaru? Vamos!
Pra quem não sabe, a Proguaru é uma empresa de economia mista. O que isso significa? Que tem gente tanto do governo quanto do particular trabalhando nela. Isso é bom ou ruim? Bem, depende do ponto de vista de quem vê. Quando eu entrei no IBGE me lembro do que me disseram sobre o trabalho, “um trabalho de empresa pública que te cobra os prazos como uma empresa particular”. A Proguaru vai nesses moldes, uma empresa que trata de vários problemas e necessidades do município que tem uma política de empresa privada. Por política estou me referindo à situações básicas como condições de trabalho, pagamento, chefia e até mesmo sobre a atitude dos funcionários. O título desse post é para demonstrar como estou me sentindo em relação a essa empresa e, também, ao local onde fui designada.
Existem dois tipos de locais onde a maioria de nós, agentes de portaria, trabalham: educação e saúde. Eu, pelo bem ou pelo mal, estou na área da saúde. Você pensa que o adicional de insalubridade vai compensar a vida dura que você vai ter nesse lugar. Você começa a conhecer seus colegas de trabalho, que inicialmente seriam seus companheiros por apenas 3 dias de plantão. Você decide que é um lugar totalmente suportável, mesmo sendo longe da sua casa e você tendo que pegar um ônibus lotado pra ir pra lá. Você então recebe a notícia de que vai ficar por lá por mais um mês, pois vai cobrir as férias de uma das pessoas que estava com você durante esses três dias. Você pensa que isso é uma coisa boa. Mas esquece de alguns detalhes muito importantes. Você não conhece a pessoa que você estava inicialmente cobrindo férias. Você não conhece a pessoa que fazia horas extras no seu lugar e que, agora, está fazendo sua caveira pra todos que trabalham naquele lugar, nada me tira da cabeça que para poder me tirar de lá e voltar a fazer as horas extras. Você não sabe quem vai vir no lugar da outra pessoa que também está tirando férias. E todas as instruções que te foram dadas, que são muitas, diga-se de passagem, 
Parecem ser a chave que decide se você fica ou se sai. A verdade é que lá tem muitas pessoas legais, mas elas acabam abusando de suas posições e da gentileza que lhes é mostrada para lhe dar tarefas que não cabem na sua atribuição. Chamar os pacientes pelas fichas, por exemplo, é uma das funções que não é minha, mas que faço quando me pedem, pois estou em período de avaliação e tenho medo de que, se não fizer o que me pedem, isso acabará acarretando em uma queda no valor da minha avaliação. Ao mesmo tempo, a gerência tem o péssimo hábito que meu antigo chefe tem: reclamar de mim pelas costas. Tinha me decidido a fazer uma reclamação na ouvidoria mas, ao entrar no site, lá estava escrito, bem dessa forma, “procure as pessoas diretamente envolvidas com a resolução do seu problema ou questionamento que são os responsáveis pelos estabelecimentos”. Decidi então falar com a gerente do estabelecimento no meu próximo plantão de dia de semana. Só por precaução, pretendo também conversar com a senhora do fim de semana. Ela reclamou pra mim que a chamaram de dedo duro oficial na cara dura. O que eu penso é que, se as pessoas tem coragem de dizer isso pra ela, talvez eu consiga falar com ela e expor meus problemas na esperança de que eles cheguem aos ouvidos da gerente pra que, no dia de semana, quando eu for falar com ela, ela já esteja um pouco ciente do que eu preciso falar com ela. Afinal, acho injusto que eles estejam me cobrando perfeição quando eu mal comecei nesse emprego. Ninguém nunca ouviu falar em erros?
O que mais me magoa em tudo isso na verdade é a falta de interesse da empresa pra qual trabalho de resolver as situações, que acreditem, não são difíceis de se resolver. Ontem, quando voltei pra casa, meu vale transporte não recarregou, o que significa que tive que pagar do bolso. Ainda tenho que ver meu holerit, mas tenho certeza quase absoluta de que não me pagaram o proporcional de insalubridade que tenho direito. Por fim, quando lembro de segunda-feira, dia 25, tenho vontade de chorar. Você acha que vai trabalhar num hospital e que as coisas vão funcionar, nem que seja no tranco. O problema é que, nesse caso, o tranco não é o suficiente. Hoje estou desabafando. Enquanto uma parte de mim quer brigar pra continuar lá, pelo simples gosto de lutar contra as injustiças que estão sendo cometidas contra mim, a outra me diz para deixar tudo como está e que o melhor seria mesmo que eu saísse de lá. Qual caminho vai se abrir na minha frente, por enquanto, é um mistério.

sábado, 16 de junho de 2018

Fases

Há não muito tempo atrás eu estava num emprego em que trabalhava 8 horas por dia, 40 horas semanais, o que significava que eu tinha o sábado e o domingo livres. Era bom. Mas por motivos que já foram explicados, tive que deixar aquele emprego. O que não foi de todo ruim, pois me chamaram para dois empregos, um de pesquisas e outro de portaria. O de pesquisas não foi tão bem e, depois de várias decepções com as pessoas que supervisionavam a pesquisa além da paralisação dos caminhoneiros, que afetou todo mundo inclusive os ônibus, desisti de fazer pesquisas. Foco em ser porteira, pensei.
Bem, seria fácil não fosse o fato que trabalharei numa escala de 12/36. Isso se explica como trabalhar 12 horas em um dia e folgar o dia seguinte, para no outro dia ir trabalhar novamente, no mesmo período que você trabalhou, as mesmas 12 horas. Essa semana que passou ficamos praticamente todos os dias indo ter treinamento, ouvindo sobre a empresa, sentindo tédio pela bagunça generalizada que estava naquele lugar. Eles contrataram muita gente, foi o que eles disseram. Um rapaz na fila que se formou para entrar disse que essa contratação gigante se deu por conta das eleições. De uma forma ou de outra, essa contratação de gente demais culminou em muita gente indo trabalhar longe de casa. Culminou em gente que não tem posto fixo e em gente que nem posto tinha, logo tiveram que ir para a base e aguardar serem chamados. Isso porque pessoas faltam ao serviço ou se atrasam. De qualquer forma, ontem foi meu primeiro dia de trabalho e hoje, por definição, é meu dia de folga.
Eu vou contar pra vocês um pouco da minha experiência no primeiro dia. Uma das frases que pensei é que chegaria a meia noite mas não as sete da tarde. Eu levei uma marmita leve, só com arroz, pro caso do local pra onde fui mandada não ter onde esquentar a comida. Mas fui mandada pra uma policlínica. Vocês sabem o que é uma policlínica? Bem, é quase como um pronto socorro, mas com especialidades específicas. Lá, no caso, tinha o clínico e o pediatra. Também tiravam o raio X. Várias das pessoas que iam lá buscavam esses tipos de serviço. Outras ainda vinham buscar exames e também tinham as que vinham buscar remédios. Como era de esperar, apareceram também as pessoas que diziam ser emergências e que queriam atendimento preferencial. Estávamos sem sistema então não é como se fosse algo possível de ser feito. Sei que vou ficar lá até terça, pois foram os dias que me foram dados. O lugar é meio longe e meio ruim de se ir, quando pesquisei no google ele me mostrou apenas um ônibus pra ir pra lá e mesmo saindo de casa bem cedo, o ônibus demorou mais do que eu gostaria pra chegar. Estava frio e escuro e eu estava sozinha no ponto a maior parte do tempo. O ônibus veio cheio de gente, mesmo sendo apenas 6 da manhã. Lá, no entanto, tive a oportunidade de observar os ônibus passando na rua e tive a chance de notar alguns outros ônibus que eu poderia pegar, caso aquele ônibus não passe. São ônibus novos, então eu não sabia que ele passava ali. Na real, eu nem sei qual o itinerário dele, mas provavelmente, se ele passar antes do que eu estava esperando, vou testar. Mesmo que isso me custe alguns minutos de atraso. Não acredito que um será pior que o outro, muito pelo contrário, já que o outro passou antes do que eu peguei e, além disso, bem mais vazio.
Quando cheguei lá eu confesso que não sabia onde ir nem a quem me apresentar. Entrei pela emergência e fui recebida pela Joana, que me informou que ela está para sair de férias. Ela e o Valdir, que também é porteiro. Lá trabalham em quatro pessoas. Ela estava super feliz, pensando que eu vou substituir ela em suas férias. Eu, por outro lado, tenho plena noção de que estou apenas cobrindo as férias da quarta pessoa. O lugar é longe. O ônibus que eu sabia que vai pra lá estava cheio, mesmo de manhã. Ficar tendo que revezar o lugar que se fica significa que você vai passar uma boa parte do dia de pé. Os médicos não vão se importar que você é apenas um agente de portaria e vão te pedir pra chamar os pacientes. Você pode ou não dizer que essa não é sua função, mas esteja ciente de que você estará se indispondo com o doutor no seu primeiro dia de trabalho, no meu caso específico. Sua garganta vai começar a fechar, pois está frio. Muito frio. A recepção é o melhor lugar pra se trabalhar em questão de fugir do tédio mas, por outro lado, é o posto mais frio dos quatro. E confesso que não fui preparada pra tanto frio. Se tivesse levado um cachecol talvez não tivesse passado tanto frio. Meu celular morreu depois da carga horária ter terminado mas antes de eu ter chegado em casa. Avisei meu amor que cheguei e me deitei. “Só um cochilo”, pensei. Meu pai até chegou a vir ver se eu queria jantar, mas percebeu que eu estava cansada e me deixou lá. Eu me enrolei em minhas cobertas como se elas fossem um casulo. E apaguei. Acordei hoje às quase 5 da manhã. Quase cinco pois ainda eram quatro. Olhei no whatsapp e percebi que meu amor até tentou me acordar, mas foi inútil, eu realmente não acordei. Pensei que nesse momento é quando mais sinto falta da minha mãe, pois não posso pedir nem pro meu pai nem pro meu irmão me ajudarem a colocar um emplasto de salompas nas costas. Ou que seria bom morar com meu amor, pois ele poderia fazer isso por mim. Pensei que seria legal trabalhar lá, já que as pessoas foram bem receptivas comigo. Pensei também que será horrível se tiver que trabalhar sempre lá, já que é, sem dúvidas, um lugar longe. Mas não me importaria de cobrir as férias da Joana ou do Valdir. Queria ter um posto fixo perto de casa, mas não é o que vou ter. Já estou começando a me acostumar com a ideia de trabalhar em lugares da saúde, mesmo que meu sonho de consumo fossem escolas. Posso pensar em fazer permutas com pessoas que trabalham em escolas mais pra frente, quando estiver mais acostumada com o trabalho, mas agora, com certeza, é sem chances que eu tente. Meu primeiro dia me deixou moída. Vamos ver até semana que vem como vai ser minha vida. E boa sorte pra mim em minha nova jornada.

sábado, 2 de junho de 2018

Verdade

Há muito tempo atrás eu participei de palestras de um grupo chamado Gnosis. Eles falavam, entre outras coisas, sobre religiosidade. Coincidentemente naquela época eu comecei a ter contato com o espiritismo através da minha amiga Lucimar. Os ensinamentos da Gnosis, se é que posso chamá-los dessa forma, eram muito parecidos com os do espiritismo em vários níveis, no entanto, eram diferentes. O espiritismo diz que nós podemos sim estagiar em animais. A Gnosis dizia que nós temos que passar por essa fase e, inclusive, fases antes dessa, para podermos ter o que chamamos de evolução, e que essa se dá através de dor e sofrimento. Então, após passar por todas as palestras preparatórias, que confesso, eram muito boas de se assistir, você é convidado para participar da segunda câmara. Não é algo obrigatório, veja bem, e você pode sempre assistir as palestras, quantas vezes quiser. No entanto a chance de poder entrar na segunda câmara só é lhe dado duas vezes. Essa informação eu tenho pois, na época que minha mãe morreu, enquanto eu fui procurar uma psicóloga, meu irmão procurou a religiosidade, e lá teve essa informação. Não vou entrar em detalhes da cerimônia de iniciação nem nada assim, mas vou, finalmente, chegar no ponto que o post converge para o título. Todas as perguntas que me foram feitas eu respondi com a verdade.. Não que me perguntassem, por exemplo, minha idade e eu respondesse com o número 32. Não. A verdade. Era o que eu procurava.
Meu irmão não gostava de ler quando era mais novo, no entanto, conforme o tempo passou, eu, que amava ler, parti para os lados das leituras de ficção e histórias. Já meu irmão, que nunca teve um gosto muito grande por esse tipo de leitura, começou a ler livros de um ramo mais estudioso. Filosofia, economia, religião. Dentre esses livros, um em especial sempre chamou minha atenção mas eu nunca consegui ler por completo. Quase não precisava, pois meu irmão tem o costume de citar os livros que lê, ou descrever trechos. Tantas vezes ele me falou do que leu no livro que eu quase sentia como se tivesse lido o livro em si. Um dia ele me emprestou os exilados da Capela, o livro em questão. Mal comecei a ler e minha colega de trabalho ficou super interessada. Emprestei o livro pra ela. Bem, o contrato dela terminou, eu tive que pedir pra sair do IBGE e, só com isso, ela me mandou uma mensagem, dizendo que tinha deixado o livro com a Nadir. Mas eu não ia lá só pra buscar um livro, certo?
Bem, quando eu deixei meu emprego eu lembro de ter me sentido bastante mal por vários motivos. Existem, sim, coisas que eu precisava buscar, mas não me sinto compelida a ir lá só por isso. Essa semana, no entanto, a Lara, uma das minhas amigas de lá que já conseguiu um emprego público melhor, nos convidou pra almoçar. Obviamente que todas aceitaram e, quando nos vimos, a Nadir me trouxe o livro. Aqui está ele, em minhas mãos. E mal comecei a ler  novamente e percebi que ele toca nessa questão. A verdade. A busca por ela. Querer a verdade. O livro esclarece que ele não tem base em nenhum estudo científico mas, se formos olhar pelo prisma da ciência, a religião é em sua maioria refutada. Eu gosto de pensar na ciência e na religiosidade como algo da mesma liga, da mesma forma, mas eu não uma cientista, nem conheço nenhum para poder doutriná-lo nessa vertente. Só posso ter minhas próprias convicções. Falei pro meu irmão sobre como o livro já começava falando da verdade e, quando ele foi tentar me corrigir, tive que explicar que não era que o assunto do livro fosse a verdade mas que as palavras usadas eram a verdade.
A verdade que eu buscava era para entender o porquê de eu ter sonhos premonitórios. Era para entender porquê eu tinha aquelas sensações de solidão que, de tão fortes, me faziam chorar. A verdade que eu procurava não era a verdade universal, mas a minha verdade. Quem me deu a resposta mais próxima do que eu buscava foi, novamente, a Lucimar. Ela perguntou se eu não achava que devia trabalhar minha espiritualidade, minha religiosidade, minha fé. Minha fé existe, sim, não achem que não. Mas existe uma diferença berrante na minha fé, que considero uma fé bruta, e na fé de pessoas como a Lucimar e a Liliane. Existem pessoas que definitivamente se dedicam a essa religiosidade e recebem sim as graças que necessitam. Minha fé não é ambiciosa. Estava contando para meu irmão um dia dessa semana o motivo real de eu ter pedido as contas do trabalho. Ele não sabia ainda. E contei também de como quase fui atropelada. E nesse momento, enquanto contava, lembrei de minha mãe. O anjo da guarda dela não descansava nunca. O meu é igual. Minha verdade ainda está escondida e, talvez, se eu de fato me dedicasse a alguma religião, eu visse os efeitos de forma mais nítida. Nunca pedi que Deus se materializasse na minha frente mas também nunca duvidei da força maior que eu que existe nesse mundo. Essa força maior que tirou meu corpo da frente do ônibus que eu não vi antes que ele passasse por cima de mim. E eu aqui, falando que queria morrer. Agora que penso, me sinto até envergonhada por dizer essas coisas. Perdão. Sou humana e não sei o que digo às vezes. O fato é que a verdade está lá fora e, em algum momento da minha vida, se quiser de fato encontrá-la, vou ter que correr atrás. Um dia. Não hoje.

sábado, 26 de maio de 2018

(Quase) Dois Anos

Já faz um tempo mas eu gosto de lembrar daquele dia, no teatro Adamastor da minha cidade, quando eu fui compelida pelo meu amigo Giorgio a ir assistir uma palestra que um senhor escritor, senhor Ignacio Loyola, faria. Foi mais como uma entrevista e uma das respostas que ele deu, de escrever e simplesmente escrever, nem que seja pra deixar os pensamentos saírem, têm dado certo pra mim. Meu post “conselhos de um autor” foi postado no dia 28 de maio, há dois anos atrás. No dia de hoje, fiz um levantamento dos posts que escrevi desde então. Escrevi 80 posts, a maioria deles tem algo sobre as pessoas de quem eu gostei. Isso só mostra o tipo de pessoa que eu sou, o amor, pra mim, é um sentimento importante. Talvez o mais importante.
Pouco tempo depois que eu comecei a escrever, minha mãe morreu. Essa semana que passou, inclusive, seria o aniversário dela. Eu lembrei, meu pai também, mas nenhum de nós mencionou para o outro até o dia seguinte. Acho que nenhum de nós gosta de ficar cutucando as feridas, mesmo que elas ainda estejam lá. Um bom tempo depois disso, o Giorgio, que era meu pilar de apoio, decidiu ir estudar em Minas Gerais e isso me abalou fortemente. No entanto, graças a isso, conheci várias pessoas novas, dentre elas meu atual namorado.
Verdade seja dita, eu nunca namorei antes. Não considero minha experiência com o Luciano um namoro, por mais que ele tenha dito que sente minha falta e que “se o destino nos der outra chance”. Eu sei bem que não vai existir outra chance pois minha decisão já foi feita desde aquela época, eu nunca voltaria pra ele. Meu namoro é conturbado até demais e eu tenho plena noção dos porquês. Ele é mais novo que eu, tem uma mentalidade diferente, é homem, tem vários caminhos que pode tomar na vida ainda. Minha felicidade é poder ouvir a voz dele, estar perto dele, ver ele. Eu não sei o que é a felicidade dele. Eu odeio tomar decisões e ele parece odiar também, então me lembro da minha mãe e do meu pai quando eu queria algo difícil. “Pede pro seu pai” ela dizia, e quando eu pedia pra ele, ele me dizia “pede pra sua mãe”. No fim das contas, quem decidia era mesmo minha mãe. Hoje quando paro e penso, acho que ela só nos dirigia a ele para ter mais tempo pra decidir, de fato. Sempre foi ela que tomou as decisões e, hoje, eu queria que ela estivesse viva pra poder perguntar como ela conseguia.
Quando comecei a escrever no blog eu lembro que pensei que, talvez, isso me ajudasse a pôr meus sentimentos pra fora e me deixasse mais leve. Hoje escrevo este post ainda com essa esperança. Não é como se escrever hoje fosse apagar a péssima semana que eu tive, nem me fazer esquecer como dói que um pedido simples não possa ser atendido e o quanto isso me afeta. Como já foi escrito em um post, as pessoas me consideram forte, mas não é fácil ser forte o tempo todo. Eu já mudei várias vezes desde o começo e não pretendo parar, mas estou cansada. Hoje acordei com a garganta doendo, mas tenho que ir trabalhar, pois já não fui no sábado passado, não posso me dar ao luxo de não ir hoje de novo. O Brasil está em um estado de caos por conta dos caminhoneiros e seu protesto pela redução dos combustíveis. Quem se importaria comigo no meio disso tudo? Ontem eu fui esquecida, hoje eu estarei sozinha e amanhã, por decisão minha, estarei calada. Não posso mudar a atitude dos outros, mas posso mudar a minha. Não posso forçar uma pessoa a estar comigo então, ao invés de lutar contra ela, aceitarei a solidão. Não existem dúvidas sobre o que eu estou fazendo aqui. As palavras que não consigo dizer, consigo escrever.. Se minha voz não atinge as pessoas, talvez minhas palavras escritas atinjam. Não que eu ache que faria alguma diferença, mas com certeza o momento em que eu termino de postar me faz sentir mais leve. Um pequeno peso foi deixado pra trás. Hoje queria deixar minha vida pra trás, mas não tenho tempo pra isso. O trabalho me espera.

sábado, 5 de maio de 2018

Primeiros Erros

Esse post está sendo escrito hoje, no sábado, de madrugada, pois me lembrei que já é sábado e que eu posso escrever. Também está sendo escrito agora pois, verdade seja dita, por mais vontade que eu tenha de ir dormir, estou com mais vontade de escrever, pois na quinta-feira tive que pedir as contas do meu emprego, e isso me fez pensar na vida como um todo. Vamos por partes?
O título era pra ser meus erros, uma música que eu gosto muito de ouvir na versão CPM22 que eles cantaram na MTV. Mas a letra da música é romântica, não combinava com o que eu precisava de fato. Então lembrei dessa música do Capital Inicial, primeiros erros, e ela sim cai como uma luva para a situação toda. A situação será explicada em breve, por favor tenham paciência, eu quero divagar um pouco neste momento. “Meu caminho em cada manhã, não procure saber onde vou. Meu destino não é de ninguém e eu não deixo os meus rastros no chão. Se você não entende e não vê, se não me vê não entende”. Tudo vai fazer sentido em breve. O título foi explicado, agora devo lhes falar sobre o que, afinal, foi meu erro. Então, honrarei o nome da música que emprestou seu nome pra esse post e começarei do começo.
Quando comecei a trabalhar no IBGE foi uma alegria. Já tinha deixado de acreditar que seria chamada. Mas fui, e seria meu primeiro emprego. Lembro inclusive que mantive segredo de algumas pessoas na época, pois queria evitar o que eu chamo de olho gordo. Não que eu achasse que as pessoas me invejariam por quaisquer motivos que fossem, não me acho uma pessoa digna de inveja. Mas a inveja não parte de mim e sim dos outros, e eu sou um bichinho medroso por natureza. Logo que entrei fui alertada por todos os lados de todas as pessoas que lá trabalhavam. Lembro que falei pro meu irmão como era impressionante o quanto se falava mal uns dos outros naquele lugar e ele, sabiamente, me avisou que eu, também, deveria ser mal falada pelas costas. Nunca duvidei, mas também nunca me importei. E houveram os primeiros entreveros com o sujeito que tinha entrado na mesma data que eu. Não durou muito tempo, pois ele foi mandado embora. Reza a lenda que é muito raro alguém ser mandado embora do IBGE, no entanto, desde que entrei naquele lugar, duas pessoas foram mandadas embora.
Outro dos erros que eu cometia bastante era brigar com meus superiores. Eu não fazia por mal, acredite, mas pra mim, se eu acho algo errado, está errado e ponto. Então era inevitável, era mais forte que eu. Começar a ir na psicóloga ajudou a amenizar e muito minhas brigas com a chefia, no entanto foi também um dos motivos que, fiquei sabendo muito tempo depois, eu quase fui mais uma das pessoas mandadas embora. O engraçado é que quando você escuta as histórias, cara uma aponta a outra pessoa como o autor do pedido da minha cabeça. No final das contas, ela não rolou ali.
Agora, vamos entrar num terreno bastante complicado, o da confiança. Lembro como se fosse hoje e sempre conto essa história pra quem quiser ouvir, sobre como num belo dia cheguei na agência e fui questionada pelo Thiago, que viria a se tornar meu superior e depois meu chefe, se eu preferia trabalho de agência. Minha confiança nele me fez responder o q meu coração sentia: agência. No entanto, eu sabia que ia ser colocada na PNADC, pois meu rendimento na PNAD Anual tinha sido satisfatório. Foi o dia que eu cheguei chorando em casa e avisei minha mãe, pro que ela disse que eu conseguiria, pois sou sua filha. Suas palavras me deram força e, por muito tempo, eu me esforcei pra fazer um trabalho limpo, correto e direito. Mas os tempos mudam e o IBGE tem o péssimo hábito de cobrar mais de quem faz mais. Eu gostava de ajudar na agência mas meu superior começou a me cortar de ajudar na agência. “Seu trabalho é a PNAD”. Conforme fomos alcançando metas foram cobrando mais e mais dele e, não sei se por querer mostrar serviço ou se por querer desmoralizar a antiga chefia, ele nos cobrava mais. E, obviamente, nós fazíamos. Não por medo de perder o emprego, mas por simpatia ao nosso superior. Por confiança.
Então a confiança se quebrou. E, como meu irmão diz, a confiança é algo que, uma vez perdido, é muito difícil de se reconstruir.
Quando voltei das minhas últimas férias no início do ano levei uma bronca, pois as entrevistas tinham que ser todas entregues na quarta-feira. Meus dois outros companheiros de PNAD eram perfeitos e só eu continuava a dar trabalho com isso, então fiz uso de uma artimanha que já fazíamos no fim do mês para alcançar as metas para alcançar as metas no fim de cada semana. O resultado disso foi começar a não me importar mais com a qualidade e sim com a quantidade, com resultados. Era o que eles queria, e foi o que eu passei a entregar. Tudo estaria bem não fosse uma ligação de denúncia. E uma investigação. Contando Maio, faltavam 6 meses pro meu contrato vencer. Eu passei em um concurso e estou esperando ser chamada, o que espero que aconteça dentro de dois a 3 meses no máximo. Então meu chefe me disse que, caso eu continuasse no IBGE corria o risco de abrirem um processo contra mim e que, para evitar tanto o processo quanto qualquer outro tipo de agravante que pudesse ser gerado por ele, eu devia pedir a recisão do meu contrato.
Honestamente? As pessoas ao meu redor pareciam mais chocadas do que eu, mais abaladas do que eu. Só fui começar a ficar angustiada de fato quando voltava para casa, mais por não saber como dar a notícia pro meu pai e pro meu namorado do que por ter perdido o emprego. Minha amiga Lucimar confessou que se sentiu aliviada, pois estava com medo que eu desenvolvesse uma úlcera se continuasse trabalhando naquele lugar. “Você está certa disso?” foi o que meu chefe perguntou quando me trouxe o papel pra assinar. “Tenho outra alternativa?” foi o que eu perguntei pra ele. Nós dois sabíamos que não. Ele me aconselhou a tomar cuidado pra não cometer mais erros no futuro. Não posso dizer que nunca mais vou errar, pois sou humana, mas uma coisa é certa. Eu ganhei e perdi muita coisa nesse emprego. Ele me serviu de aprendizado em muitos sentidos e por isso eu agradeço. Nunca mais vou deixar que minha confiança num chefe me cegue a ponto de me fazer cometer quaisquer erros que forem. E viramos a página.

sábado, 28 de abril de 2018

Suficiente...?

Hoje acordei cedo com vários barulhos e, depois de duas horas brigando com a cama, com os barulhos e com as cobertas, acabei por me decidir a levantar e sair. Combinei de ver o filme dos vingadores com meu namorado. Devo confessar que é muito bom poder dizer meu namorado. Não seu, não dela, não dele. Meu.
Já o meu problema é não saber como lidar com várias coisas q acontecem. Eu nunca namorei então é tudo novo pra mim, e a verdade é que estou numa altura da vida que mudar já não acontece tão naturalmente nem com tanta facilidade como vinha, por exemplo, nos tempos de escola. Lembro até hoje daquela cartinha que recebi de uma “amiga”, “obrigada por ter mudado tanto por mim”. Era pra ser uma coisa boa, mas pra mim soou ruim. Era mesmo preciso mudar? Hoje eu preciso pesar as coisas que estão me prejudicando e ver se vale mesmo a pena continuar com elas pelo simples fato de que é uma característica minha ou se essa dita característica pode se tornar algo melhor.
Esse post foi planejado faz bastante tempo, fruto de vários problemas que passo e que, de tempos  tempos, fazem com que eu me pergunte se estou fazendo o suficiente. Se estou tentando o suficiente. Se estou me esforçando o suficiente. Tem horas que eu acho q faço mais do que qualquer pessoa faria e outras em que acho que não estou fazendo mais do que minha obrigação. Existem até os momentos em que eu queria fazer mais, mas sinto que não consigo. Eu mesma tenho meus fantasmas, minhas neuras e meus problemas, todos frutos da minha mente problemática. Não tem uma receita de bolo pra resolver isso, então vou partir pra tentativa e erro. Uma hora, quem sabe, funcione?
O que eu queria agora era expor que eu também não estou recebendo tanto feedback quanto preciso. Outro dia fiquei sabendo que falo algo que incomoda meu namorado por não ser algo que ele ouça mulheres falando. É mais ou menos como minha reação a quando eu escuto a palavra top ou a palavra véi. Eu peguei nojo. Também é engraçado pensar em como você pode gostar de algo hoje, não se importar com a mesma coisa amanhã e, de repente, pegar um asco tão profundo que isso se torna irritante em todos os sentidos. Penso especificamente em uma colega de trabalho enquanto escrevo isso.
De qualquer forma! Por um tempo eu me questionei se eu seria suficiente. A pergunta correta não é se eu sou suficiente e sim o que me tornaria suficiente. Obviamente sei que é um caminho longo, tortuoso e que no fim das contas pode não surtir os efeitos desejados. Ainda assim penso que se eu não tentar, ninguém vai fazer isso no meu lugar.