sábado, 20 de outubro de 2018

Limpando a casa

Desde que eu comecei a usar o Habitica eu comecei a tentar criar hábitos saudáveis e que me ajudem de alguma forma. Entre eles tem um que está me dando bastante trabalho, o de arrumar / limpar por 15 minutos. Parece algo simples e ele te dá a abertura de limpar por mais de 15 minutos. É verdade, quando se começa a limpar não se percebe o tempo passar e dificilmente se leva apenas 15 minutos, por mais simples que seja a limpeza. Imagino que para pessoas que só tem que passar um pano e uma vassoura leve mais ou menos isso. Meu quarto, no entanto, sofre de um mal chamado bagunça. Ou, como eu costumava chamar, a segunda guerra mundial, que supostamente passou no meu quarto e deixou tudo de pernas pro ar. Existe outro mal que permeia dentro de mim que chama dificuldade de me livrar de coisas velhas, que até pouco tempo atrás acabava fazendo com que eu não jogasse nada fora. Numa época em que usar a internet discada para buscar e imprimir táticas de jogos que eu não conseguia jogar sem um guia, por exemplo, deixaram várias folhas de papel impressas que, na época, podem ter sido muito úteis mas que, hoje, não fazem nada além de servir de comida pro rato e ocupar espaço. Nas minhas limpezas acabei achando vários cadernos com matérias de cursos que eu mal usei e que, agora, vão servir pra que eu continue estudando os cursos que continuo fazendo. E verdade seja dita, ainda existem até mesmo cadernos em branco, ou seja, tem espaço pra muito estudo.
Mas limpar sozinho não é a mesma coisa que limpar acompanhado. Em dias que o Bolsonaro periga a se tornar o presidente, a nova modinha do facebook são fotos de mulheres armadas obrigando seus maridos, filhos, namorados entre outros tipos de homem a lavar a louça, varrer o chão, essas coisas que são tipicamente (e erroneamente) obrigações atribuídas às mulheres. Num sábado em que meu pai  não estava em casa por ter viajado para o enterro de minha tia, lá no Paraná, eu e meu irmão estávamos juntos limpando a casa. E isso me trouxe lembranças de nosso tempo de infância, quando pegávamos vassouras enquanto nossa mãe segurava a mangueira e lavávamos o quintal. Ele saiu e foi comprar pastel, mas a felicidade de ter feito algo junto foi duradoura. Me senti mais próxima de meu irmão, coisa que não sentia desde que ele parou de passar tanto tempo comigo em detrimento de sua (ex) namorada.
Meu quarto não é bagunçado por eu gostar de bagunça. É verdade que mesmo na bagunça eu sei exatamente onde as coisas estão, mas eu não gosto de ver todas as coisas espalhadas por aí, sem um lugar certo, ou ainda coisas que eu comecei e não terminei, esperando serem terminadas. No meu quarto existem muitas coisas nesse estado. Seria ideal fazer uma lista delas e passar a trabalhar de pouco em pouco para que, em algum momento, eu consiga terminar tudo. Talvez meu quarto se tornasse um lugar melhor de se viver. É irônico pensar que meu quarto e minha casa são tão sujos quando, no meu trabalho, um mísero algodão no chão faz com que eu me mova até ele para recolhê-lo e descartá-lo. No meu quarto não tem um cesto de lixo mas no meu emprego tem. Inclusive, talvez esta seja uma coisa que eu precise adquirir para o meu quarto para ver se consigo ter um controle melhor do lixo: um cesto de lixo. Afinal, é muito melhor ter um lugar certo para pôr o lixo do que, em determinado dia, depois de resolver que devo limpar meu quarto, ir enchendo um saco de mercado com o lixo que encontro até que ele fique cheio para que, no próximo dia de lixeiro eu corra o risco de lembrar ou esquecer que tenho que levar esse lixo para descartar. Tudo isso é uma falta de costume. Não sou uma dona de casa e confesso, me envergonho um pouco de não ser o melhor exemplo de feminilidade quando se trata de limpeza e organização. Mas estou me esforçando para melhorar, nem que seja com ajuda de aplicativos e lembretes.

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