sábado, 24 de novembro de 2018

Eu não vou Terminar

Há muito, muito tempo atrás, eu tive um relacionamento. Estava exaustivo então terminei. Me deu um alívio muito grande, o peso tinha acabado, mas havia no fundo uma sensação ruim. Ele é uma pessoa boa, somos amigos até hoje, o motivo de eu ter terminado era, basicamente, o mesmo motivo pelo qual as pessoas com quem me relacionei depois dele me abandonaram: ser grudenta. Com tudo isso em mente, cheguei à conclusão de que não gostaria de ter que terminar. Oras, que tipo de casamento eu teria se, a cada briga que tivesse, existisse a ameaça do divórcio? Na minha concepção, no namoro a ameaça de término é quase como a do divórcio para o casamento, mas é muito mais fácil terminar com um namorado do que divorciar de um parceiro. Afinal, no namoro não existem taxas nem bens a serem divididos. Toma aqui o que é seu, me dá cá o que é meu, cada um vai pro seu lado e é como se nada tivesse acontecido, ou como se nenhum dos dois tivesse existido um para o outro.
“Eu nunca vou pedir para terminar”.
“Nunca diga nunca”.
Bem, eu não pedi, mas a verdade é que as coisas são mais difíceis de se fazer do que de se dizer. Eu sempre tento o que posso mas às vezes tentar não é o suficiente. Na verdade, na maioria das vezes não é. O ideal mesmo é conseguir, mas para se conseguir você precisa ser bem pontual no que faz e ter certeza que sua pontualidade vai atingir o que deseja. Como uma flecha voando para atingir o alvo. Você não ganha nada se a flecha acertar qualquer um dos círculos além do central. Todos os outros círculos representam uma falha. O problema é que isso exige perfeição, e eu não sou perfeita. É mais difícil ainda se seu alvo é móvel ou mutável.
Bem, o caso é que nos últimos tempos meu relacionamento não estava parecendo bem um relacionamento e, apesar de ter dito sim que eu nunca pediria pra terminar, a ideia começou a passar pela minha mente como a única opção que eu tinha. Nada funciona, tentativas se tornam erros, porque eu ainda estou insistindo se sinto que estou tentando sozinha? A frase que mais doeu foi quando eu disse para ele que parece que a pessoa que mais perde com o fim desse relacionamento sou eu. E a realidade dói, pois quando analisei a frase percebi que era exatamente isso. Durante todo o tempo que estivemos juntos até aqui a pessoa que investiu mais nesse relacionamento fui eu. E nem estou entrando no mérito financeiro não. Vai mais profundo que isso, envolve a coisa mais preciosa que um ser humano tem, o tempo.
No fim das contas eu falei pra ele sobre o real significado por trás da minha frase. Não terminar não significa que eu não pense e que eu não sinta vontade. Meu amigo Gilson me disse que, ele, no lugar do meu namorado, entenderia com aquela frase que ele estaria seguro pro resto da vida, pois eu realmente nunca terminaria. Queria saber se todo homem pensa assim. Seria triste descobrir que sim. Nossa conversa foi boa pelo menos pra por o relacionamento de volta nos eixos. Estamos passando por uma boa fase. Mas eu tenho plena consciência de que devo aproveitar ao máximo o período de calmaria, pois meu alvo é mutável e eu sou uma atiradora inexperiente, fadada a errar.

sábado, 17 de novembro de 2018

O Tempo passa, o Tempo voa…

...e a poupança Bamerindus continua numa boa! Só que não. Para aqueles de vocês muito novos para saber, Bamerindus era um banco que faliu. O garoto propaganda era ótimo, o jingle era ótimo, mas o banco faliu. Da mesma forma, uma coisa que pode começar muito bem, muito promissora pode ir parar num buraco. É o caso do que vou contar para vocês hoje. Sentem em um lugar confortável, pois a história é um tanto quanto longa.
No dia 21 de Janeiro de 2017 eu escrevi um post entitulado “quem com ferro fere...” que se referia ao Edgar, uma das pessoas que passou pela minha vida amorosa. Por que estou falando disso? Calma, já vamos chegar lá. O caso é que esses dias o Silver me mandou mensagens desesperadas me perguntando se eu conhecia um tal de Edgar Narok. Sim, conheço. Bem, o amigo que ele tem na escola também. O nome d ele é Matheus e, pelo que entendi, ele pegou o celular da mão do Silver e começou a falar comigo sobre o Edgar e, acima de tudo, sobre a Isabela. Não são pessoas de quem eu gosto de falar, mas elas existem e, pelo jeito, o mundo é tão pequeno que serei obrigada por muitas vezes a esbarrar em pessoas que conhecem pessoas que eu conheço. E nunca são pessoas que conhecem pessoas que eu conheço que sejam pessoas que eu ficaria feliz de saber que as pessoas conheçam, não, sempre são as pessoas que dão trabalho que os outros conhecem. Talvez seja porque as pessoas que dão trabalho ficam guardadas em um lugar da nossa mente, enquanto as pessoas legais simplesmente são esquecidas. Talvez seja por isso que todo mundo lembra de chamar a Juliana pra sair, mas não lembram de mim. Tudo faz sentido agora!
Desculpem, eu desviei do assunto principal. O caso é que o rapaz comentou com a isabela sobre mim e ela disse que eu a chamei de vadia no meu blog. Isso me chocou e fui reler o post, já que não lembro de ter falado dela em outro post. Inclusive, convido ela ou qualquer outra pessoa que venha a ler meu blog que, caso encontre onde eu a chamei de vadia, por gentileza me apontem, pois eu realmente não tenho saco pra ficar desenterrando essa história. Não lembro de ter feito, mas eu sou uma pessoa que fala o que não deve quando está em circunstâncias ruins. Tipo falar a senhora quer que eu coloque uma seta luminosa?” para uma mulher que não estava enxergando o lugar vago que tinha para ela sentar enquanto esperava o médico no dia em que eu vi minha primeira morte no PA. Não que a pessoa tenha morrido lá, na verdade ele chegou morto, mas não fazia diferença, foi meu primeiro presunto humano. O primeiro presunto humano você nunca esquece.
Mas estou saindo da linha de raciocínio de novo! O caso é que depois de conversarmos e percebermos o ódio mútuo que existe entre nós, no dia seguinte apareceu nas minhas lembranças do Facebook uma com ela. A própria. E ela dizia que me colocaria em um potinho, num post que era basicamente uma imagem que dizia que “eu tenho ciumes dos meus amigos, se pudesse, colocava eles em potinhos e guardava só pra mim”. Foi interessante ver como as coisas mudaram. Foi interessante ver como sentimentos mudam, pessoas mudam, opiniões mudam. Tudo no mundo evolui e nem sempre é pra melhor. Como o banco Bamerindus, que mesmo tendo um comercial tão bonitinho, faliu. A Isabela, mesmo sendo tão bonitinha, apodreceu na minha concepção, e tenho a impressão que não existe nada nesse mundo que mude essa visão que tenho dela. Foi um caminho sem retorno. O que é triste é ouvir que ela acha que minha raiva dela nasceu do fato de eu ainda gostar do Edgar e não dela ter agido de uma forma escrota. A culpa é dos outros, nunca dela. Mas isso era um complexo que eu já sabia que ela tinha. Aliás, que todos têm. O problema de olhar pro umbigo e esquecer que vivemos no mundo com outras pessoas.

Hoje sou feliz com meu namorado, mesmo tendo nossos desentendimentos. Não sinto falta nenhuma do Edgar e, honestamente, espero do fundo do meu coração que ele não reapareça na minha vida. Ainda acho que, olhando apenas pro exterior, a Isa é uma fofa. Queria que as pessoas parassem de olhar pros seus umbigos e olhassem um pouco mais pro seu redor. Nem precisava ir muito longe, sabe? Era só levantar os olhos e - BAM - dezenas de pessoas estariam ao seu redor. Muitas seriam apenas desconhecidos, pessoas que também só olham pros próprios umbigos e seguem a vida nessa rotina. Mas às vezes você pode encontrar uma pessoa que está olhando para você ao invés de para o próprio umbigo. Pode ser que depois que você passar um tempo com essa pessoa você descubra que ela também olha demais pro próprio umbigo e que se você não estiver constantemente por perto, ela vai esquecer de olhar diretamente para você. Isso é triste, mas são situações pelas quais devemos passar na vida. O tempo passa e se encarrega de ir colocando as coisas nos seus devidos lugares, mesmo que o lugar de uma coisa que, hoje, para você, vale muito, seja o lixo.

sábado, 10 de novembro de 2018

Determinações

Ainda estamos em Novembro mas já vejo lugares com decorações natalinas, vendendo decorações natalinas, vendendo panetones, entre outras coisinhas típicas do Natal. Mas estamos em Novembro.
Lembro de quando eu era criança que chovia muito em Dezembro. Não era fora do comum ficar sem luz em algum momento do dia. As decorações de Natal só começavam a ser feitas, de fato, em Dezembro. E nós passávamos o Natal e o Ano Novo em família, na casa da minha avó.
Dezembro é o mês em que começaremos, como no ano passado, a pensar no que fizemos por nós mesmos durante esse ano e o que pretendemos fazer por nós mesmos no ano que segue. Sim, tudo tem que girar em torno de nós, pois não podemos controlar a vontade nem as ações dos outros. Fazer planos como “vou arrumar um namorado” é algo que não depende só de você, então não faça. Procure fazer promessas que você sabe que vai conseguir cumprir. Parece chato e fora de moda? Talvez. Mas acredite, quando chegar no final de 2019 e você olhar para sua listinha e ver o tanto de coisas que conseguiu realizar, você não vai se importar com a simplicidade que elas representaram, você vai simplesmente se sentir realizado, pois seu cérebro vai identificar que algo foi, de fato feito. A não ser que você seja uma daquelas pessoas que se cobra demais, então você nunca estará satisfeito, mesmo que apenas um dos itens da sua lista esteja faltando ser realizado. Aquele um é o suficiente para que você se sinta derrotado.
Tenho pensado em algumas resoluções que, com certeza, serão difíceis de se realizar, mas que penso fazerem parte de uma mudança que preciso na minha vida. Lembro, neste momento, de quando fui assistir uma palestra com minha prima, com o coach Wendell Carvalho. Chamava “Eu lidero”. Tenho a caneta até hoje e levo ela comigo pra todo lado. Um dos pontos altos da palestra, tirando aquela da madeira, é o momento em que ele te explica que para cada coisa que você faz você se promete uma recompensa. E você só se dá essa recompensa caso tenha feito o que te dava direito a essa recompensa. É um dos motivos de eu gostar tanto do Habitica, já que minhas ações na vida real me dão “experiência” no jogo. O problema desse método é que, quando chegar em um certo ponto, a recompensa de um jogo não é mais o suficiente. Nesse momento fico querendo uma recompensa de verdade.
Seguindo essa linha de raciocínio, como terminei de tricotar o cachecol rosa, que era algo que eu estava fazendo já fazia um tempo, eu merecia uma recompensa, que não me prometi. Cada vez que conseguir terminar algo que tinha me proposto a fazer devia me dar uma recompensa, de forma que isso renovasse meu ânimo para continuar fazendo mais projetos. Uma das recompensas mais simples e satisfatórias para mim seria comida, então vou explorar essa opção para me animar de terminar mais um projeto. E para iniciar muitos outros. Mês que vem vamos falar sobre nossa listinha de coisas para fazer em 2019. Por enquanto, vamos nos focar no resto do tempo que temos esse ano para, caso você tenha feito uma lista, conseguir riscar mais algumas das coisas que ainda faltam.

sábado, 3 de novembro de 2018

O que é o Futuro?

Já falei sobre esse assunto no blog antes, mas vale lembrar que, quando pequena, tinha sonhos que aconteciam. Da mesma forma, tinha aquela sensação de que, quando estivesse nos meus momentos finais, estaria sozinha. Bem, lhes pergunto caros leitores: o que é o futuro para você?
Quando você é pequeno costuma não pensar muito profundamente no assunto. Afinal, estamos crescendo e aprendendo, vemos algo que parece legal e logo queremos ser também. Certo, talvez no Brasil não funcione muito assim. Os meninos só querem ser jogadores de futebol e as mulheres… nem vamos falar sobre as mulheres. Afinal, por mais asco que eu tenha, também me incluo nessa espécie. Tanto na humana quanto na feminina.
Há um tempo atrás, meu futuro e meu presente eram basicamente minha mãe. Ela se foi e aquela sensação de liberdade que eu tive foi passando com o tempo, vendo que eu não precisava me matar, que as coisas podiam continuar. E eu continuei. E encontrei uma pessoa pra amar e pra chamar de minha.
Não sou a única pessoa no mundo que tem um relacionamento com um garoto mais jovem, mas no meu caso existe um agravante que são suas mudanças de humor. Eu pensei num futuro com ele. Eu acreditei nesse futuro. Agora, não muitos dias atrás, tive que ouvir dele que ele não é a pessoa certa para se ter um futuro, para se ter um relacionamento sério. Não nesse momento. E eu disse que não lembro de proibir ele de fazer nada. Mas esse episódio me abalou um pouco, confesso. Logo eu, que aprendi a temer o futuro, via no futuro um lugar aconchegante para se estar, e agora isso está sendo tirado de mim. Não por ele, pois ele é jovem, mas por mim mesma. Quanto mais vou me machucar se continuar me apoiando nesse futuro que, hoje, ele me nega? Não sei e tenho medo de saber. Já me prometeram um futuro que foi negado uma vez e, apesar do crescimento que isso me proporcionou, não quero continuar construindo meu caminho em areia. Hora de voltar pra de onde eu nunca devia ter saído. Planejar, sim, acreditar em algo tão incerto como o futuro, nunca mais.