sábado, 7 de julho de 2018

Dinheiro

“Dinheiro não traz felicidade” é um ditado muito popular. Nos dias de hoje ele é rebatido com a famosa “mas compra o que traz”. Até que ponto isso é verdade para alguns de nós isso é um mistério, mas pra mim ficou notável que muitos dos meus problemas poderiam ser resolvidos com dinheiro. Vamos fazer uma listinha básica, só pra exemplificar.
A casa da minha vó está invadida. Se eu tivesse dinheiro poderia subornar os policiais a irem lá e forçarem as pessoas a sair. Isso seria amoral da minha parte e antiético da parte deles, mas resolveria meu problema. Eu poderia vender a casa da minha vó pra uma construtora e meu tio teria o dinheiro da parte dele e eu nunca mais teria que falar com ele. Também resolveria um dos meus problemas. Se pudesse incluir um apartamento nessa transação, melhor ainda, mataria dois coelhos com uma cajadada. Quando eu era criança me perguntava o que era uma cajadada, até que um belo dia a minha mente fez a relação do cajado com a cajadada. Devo confessar que isso só aconteceu quando eu já era bem adulta.
Outro problema que poderia ser resolvido com dinheiro é morar junto com meu namorado. Esse simples fato resolveria um número tão grande dos problemas que tenho hoje que eu nem sei por onde começar. Ele poderia usar meu computador enquanto eu estivesse trabalhando e poderia jogar os jogos que ele não consegue no notebook dele, o que o tornaria uma pessoa mais feliz e menos entediada. A gente economizaria com as saídas pra gastar com outras coisas. Se pudéssemos ter nossa própria casa então, eu não precisaria me preocupar com o aluguel. Seria perfeito.
Eu queria ter um emprego que me desse mais dinheiro, mas estamos em época de eleição. Tudo já estava um caos, agora então é um caos em dobro. Vou ter que esperar pacientemente por um emprego melhor. Ou estudar muito, muito mesmo, pra poder começar a dar aulas, o que não significa de fato uma vida melhor nem mais rica. Seria ideal conseguir um emprego melhor, ter uma casa, uma criança, paz de espírito, felicidade e, claro, dinheiro. Mas, neste momento, me falta muito de tudo. Menos de felicidade. Eu estaria mais feliz se tivesse como suprir todas as demandas que caem sobre meus ombros, mas sou apenas humana, não um cheque em branco com uma assinatura para se sacar de uma conta com dinheiro infinito.

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