sábado, 21 de outubro de 2017

Contagem Regressiva

Outro dia me pediram pra cronometrar 30 segundos. Meu cronômetro é, na realidade, um aplicativo do celular que me serve mais como despertador do que qualquer coisa, mas existe dentro dele a opção de cronometrar.  Ele não conta o tempo diminuindo, ele apenas adiciona o tempo numa contagem normal. Era o que tinha, mas serviu, pois ele só precisava ter certeza que ia terminar antes de 30 segundos, o que ele conseguiu. Dia 19 de outubro eu estava olhando meu facebook e lá tinha uma das memórias, meu primeiro dia de trabalho. E isso me fez perceber que só tenho mais um ano de contrato. As areias do tempo nunca pararam, a verdade é essa, no entanto, neste exato momento, consigo ver como ela cai e como cada grão de areia conta. Preciso me focar em conseguir um novo emprego dentro de um ano. Ou pelo menos fazer com que as massagens funcionem para que eu consiga uma certa estabilidade. Verdade seja dita, toda vez que alguém me conta uma história que começa com "perdi o emprego" ela invariavelmente passa pela dificuldade da pessoa em se adaptar à sua nova realidade, a de desempregado. Não por estar desempregado, não... Mas por ter se acostumado a gastar com um estilo de vida que não é mais sua realidade. Pois está desempregado.
Pensar em um novo emprego me faz lembrar do ano passado, quando fui pra Campinas a convite da minha prima ver aquela palestra de motivação onde o senhor disse que temos que fazer promessas não só para nós mesmos, mas para os outros, de preferência para uma pessoa que vá nos cobrar uma ação em direção ao que queremos. Na época lembro que me engajei em fazer um curso de massagem, pois era algo que minha mãe queria muito que eu fizesse. Ela morreu, mas eu ainda assim quis fazer o curso. O palestrante propunha que caso você concluísse sua "tarefa", você devia se dar uma recompensa que devia ser pré-estabelecida. No entanto, se não conseguisse, deveria se punir, tirando ou se privando de algo que queria. No meu caso, o prêmio por terminar o curso era ir pra praia, o que fiz de fato muito tempo depois que já tinha terminado o curso. Até pra me dar um prêmio eu sou devagar. Vale lembrar que, quando vi o post no Facebook, repostei lembrando a mim mesma que falta um ano. E minha prima, a mesma que me convidou pra ver a palestra, veio falar comigo. Ela é uma graça de pessoa e tenho certeza que ela quer investir em mim pra que eu trabalhe no mesmo que ela, revenda de produtos cosméticos. No entanto não sou do tipo que consegue usar muitos cosméticos, então tenho uma dificuldade muito grande em me imaginar vendendo os mesmos. No entanto, gosto de perfumes e pretendo, de certa forma, misturar essas sensações durante minhas sessões de massagem. O que eu preciso, no momento, é motivação. Meu amigo Gilson tem me ajudado muito nesse sentido desde que lhe dei uma notícia que me preocupou e que, de certa forma, me empurra na direção de cuidar mais da minha saúde.
Falando em saúde, isso me lembra que ontem, no trabalho, estávamos falando sobre dietas e como o tipo sanguíneo influencia na sua dieta. Meu tipo sanguíneo diz que não posso comer carne, que é uma das comidas que mais gosto. Fazer exercícios também não é algo que me anima muito, no entanto se quero garantir que terei saúde para ter filhos e ser mãe por um bom tempo, devo investir nessas pequenas coisas. Saúde. Vida. Emprego. Logo, devo procurar uma academia. Pra pagar a academia, preciso continuar trabalhando. E o ciclo se repete dessa forma.
Falando em emprego, tenho tudo que preciso pra fazer as massagens, mas preciso investir em propaganda. E em tirar uma carta de motorista para poder transportar todas as coisas que preciso para realizar as massagens. Afinal, estamos falando de uma maca, um aparelho que esquenta as pedras que serão utilizadas na massagem e, óbvio, as pedras em questão. Talvez alguns óleos, toalhas e perfumes pra deixar um clima mais agradável. Se achar que, no fim das contas, não consigo ser uma empreendedora, posso correr pros concursos públicos. Ou mais ainda, posso me esforçar mais para estudar nesse pouco tempo que me resta antes do ENEM e tentar tirar uma nota decente que me garanta uma vaga em alguma faculdade aqui mesmo em Guarulhos num curso de matemática ou contabilidade. Ou até economia! O importante é que tenho que estudar. Trabalhar. Ganhar dinheiro. Cuidar da saúde. Como se faz tudo isso? Eu ainda não sei. Provavelmente eu precise de um emprego do jeito que funciona para as pessoas que trabalham lá na agência, que ficam com suas bundas plantadas em suas cadeiras, usando seus computadores para fazer qualquer coisa na internet quando não existe um trabalho de fato a ser realizado e que, apesar de todas as regalias, reclamam do tédio e da falta do que fazer. Verdade seja dita, eu que saio pra rua tenho uma vida que não é tão mais agitada que a deles, mas com certeza sou uma pessoa mais feliz. Mas menos disposta a estudar, por exemplo. Isso é algo que deve ser corrigido logo, ou vou começar a sofrer as penalidades.

Como disse no início do post, o tempo está correndo. Sinto as areias do tempo correrem mais do que antes, por saber que meu tempo no IBGE está acabando. Isso é bom, pois significa o fim de um ciclo, como meu irmão costuma dizer. É um ciclo bom, mas como todo ciclo tem que ter um fim. Só espero que meu próximo ciclo me seja tão gentil quanto este foi, mesmo que eu tenha tido todos os tipos de entreveros que tive. Que eu consiga continuar me comunicando e convivendo com as pessoas de forma melhor do que convivi neste meu primeiro emprego. Que a experiência que tive não seja só pro IBGE, mas que me sirva para toda a vida, não só na área profissional mas como para tudo que eu conseguir usar. Amém?

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