sábado, 4 de novembro de 2017

Finados

Essa semana tivemos o feriado de finados, onde pensamos nas pessoas que morreram e que nos eram importantes. Dessas pessoas conto duas na minha vida, minha vó e minha mãe, pois as outras pessoas que morreram, apesar de serem da família, não são pessoas que eu possa dizer que tiveram um impacto muito grande na minha vida. É triste, mas é verdade, nem todos os mortos nos fazem falta.
Hoje passou na minha casa dois daqueles senhores que são testemunhas de Jeová. É engraçado falar com eles pois eles sempre começam nos fazendo uma pergunta quaisquer, que se você for ver friamente, não é, de fato, religiosa. A pergunta de hoje era “existe vida após a morte?” E eles ficam esperançosos que você responda a pergunta. Como não sei se testemunhas de Jeová acreditam em reencarnação, em ressurreição ou essas  coisas, preferi simplesmente dizer que é uma pergunta que varia de religião para religião. Então fui questionada se tenho uma bíblia em casa (e responder que sim faz com que tudo fique muito mais rápido, acreditem), então eles me apontam para um trecho da bíblia que, supostamente, responde minha dúvida. Que nem era minha, pra começo de conversa. Mas achei interessante eles aparecerem falando exatamente sobre esse tema. Provavelmente foi proposital, talvez não.
Essa semana também recebi a notícia de que o Giorgio está namorando e fiquei feliz por ele. Realmente foi um ciclo que se fechou, e eu agradeço por isso. De certa forma, quando você rompe certos relacionamentos, por mais doloroso que possa parecer no início, isso te faz bem. Isso te liberta. Isso é o que sinto em relação a várias pessoas, até mesmo pessoas que me fizeram, também, muito bem. As vezes eu sinto falta dessas pessoas pela importância que elas tiveram na minha vida, por exemplo minhas colegas de trabalho cujos contratos venceram no ano passado e, desde então, conto nos dedos de uma mão quantas vezes pude revê-las. Também penso nisso quando percebo, por exemplo, que ao enviar uma mensagem pra uma pessoa, a mensagem não vai e, quando percebo, a imagem dessa pessoa no Whatsapp está cinza, o que provavelmente significa que fui bloqueada. Mas diferente de outras vezes, eu não me importo, pois finalmente passou o período de luto, de dor e de sentir tristeza pelo que aconteceu ou deixou de acontecer. De certa forma, e isso me preocupa, me sinto um tanto quanto rancorosa, mas ao mesmo tempo, aliviada. Penso que dessa vez devo serrar todo e qualquer resquício da existência de certas pessoas na minha vida. Não que eu vá esquecer, pois um elefante nunca esquece, mas já passou da hora de pôr uma pedra em cima disso. E seguir caminho, de forma que a pedra evite que o que quer que seja que saiu dali saia de novo. Quantos ques!

Dia de finados me faz pensar que ainda não dispomos das cinzas da minha mãe. Me pergunto também, no caso dela ainda estar viva, como estaria. Penso também no legado que ela me deixou e me pergunto se devo continuar a observar de longe ou se devo começar a mexer nas coisas. Não adianta pensar no que eu posso fazer se não consigo me decidir a, de fato, tomar atitudes. Mas a vida segue, então vamos seguindo. Lembrando dos mortos e dos vivos, cuidando de nossas vidas mais do que das dos outros e torcendo pra que tenhamos vidas nem longas nem curtas, mas do tamanho que tem que ser. Não sou espírita, mas gosto de pensar que nos é dado exatamente o que precisamos pra evoluir, basta querermos.

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