sábado, 2 de setembro de 2017

Ciúmes

Eu queria poder dizer que sou uma pessoa bastante resolvida, com uma autoestima razoavelmente boa e confiança suficiente pra não ter que passar por certas situações. O que acontece, de fato, é que eu passo por essas ditas situações, seja por falta de confiança em mim mesma, seja por cair vítima de minhas próprias brincadeiras, seja por não ter uma avaliação muito boa da minha pessoa. O caso é que essa semana, por motivos que quando analisados friamente são absolutamente imbecis, eu senti ciúmes de novo, depois de muito tempo.
Vamos ser realistas, aquela última pessoa que passou pela minha vida tinha todos os defeitos do mundo mas eu não conseguia sentir ciúmes dele. Na verdade, sentia mais medo das pessoas ao redor dele pela insistência dele em dizer que nós não nos conhecíamos há muito tempo. Comparada àquelas pessoas, quem era eu? A última vez que me lembro de ter sentido ciúmes foi, quem diria, com o Edgar. Eu sentia ciúmes até do tempo que ele passava com os amigos dele ao invés de mim. E olha que eu passava por tudo aquilo calada. Mas nessa última ocorrência eu acabei na verdade colhendo as palavras que eu mesma plantei, tão logo as plantei.
No sábado passado meu namorado me deu uma aliança. Estou feliz da vida, andando com ela pra cá e pra lá. É minha felicidade e meu orgulho. Tenho alguém que amo e que me ama também, o que poderia dar errado? Bem, ele é tímido. E sempre que conversamos ele sempre me fala dos amigos homens dele. Nada estranho até aí, todos nós até certo período da vida tínhamos essa divisão de meninos andarem com meninos e meninas andarem com meninas. Na real, não importa a idade sempre vão ter pessoas que vão olhar amizades mistas com maus olhos. O que é bizarro, pois nos dias de hoje ver dois homens ou duas mulheres andando juntos levanta questões sobre a sexualidade deles. Mas isso é assunto pra outro post! No meu caso em questão, devido nossas circunstâncias, eu devo confessar que fiquei um tanto quanto em choque quando ele me convidou pra jogar com ele e convidou, também, outra pessoa. Que eu não conhecia. E que tinha um apelido feminino. Brinquei dizendo que ele já estava me trocando e ele disse que estava apenas ajudando ela a subir de elo. Eu entendo isso completamente. Também entendo que não estou em casa pra jogar com ele de dia, pois trabalho, e ele não está aqui de noite pois tem que ir estudar. Nossos horários são extremamente opostos e é óbvio que ele vai conhecer pessoas e jogar com outras pessoas. Mas pelo simples fato de ser uma menina e dele nunca ter me falado de nenhuma amiga ou coisa do tipo, eu saí da minha zona de conforto. E passei para uma zona bem perigosa de se andar, que é a zona da insegurança. Não dele, mas de mim mesma.

Acho que todo mundo já passou por isso. Pensar que não se é bom o suficiente pra outra pessoa ou que vai ser trocado e abandonado por X ou Y motivos. Eu penso isso e muito. Todas as pessoas com quem me relacionei, pela internet ou pessoalmente, especificamente no campo amoroso, falhou miseravelmente pelos mais diversos motivos. Ou a pessoa me sufocava, ou eu sufocava a pessoa; ou eu amava demais ou a pessoa amava demais; ou eu tinha ciúmes, ou a outra pessoa tinha ciúmes. E por conta de eu ter tido essa crise de ciúmes e ter tido plena consciência de que estava com ciúmes aquilo me afetou de forma negativa. Me irritei e acabei descontando nos jogos, coisa que fez com que ele ficasse chateado. Eu sei q ele não gosta de me ver brava, mas tem momentos que eu preciso por pra fora de alguma forma. Aquele era um momento e eu espero que você entenda isso. No entanto o ciúmes e a incapacidade de controlar meus nervos fez com que eu me sentisse culpada e passei um dia inteiro sem saber como falar com ele. E ele tentou. Muito. E pela primeira vez desde que o conheci consegui me colocar um pouco no lugar dele. Existem vários momentos em que ele se fecha e se isola. Não importa quanto eu venha a pedir pra que ele fale comigo ou me diga se eu posso ajudar. Não adianta me preocupar, pq é algo que ele sente e vai sentir e ele prefere passar por isso sozinho. A minha única opção é esperar. Foi a opção que ele teve naquele dia, só que isso fez com que ele se sentisse inútil e, no dia seguinte, quem estava se sentindo mal era ele. Conversamos e as coisas voltaram aos seus lugares direitos. Mas me pergunto se toda vez que eu sentir ciúmes vai ser assim. Não que eu vá ter ciúmes toda hora, longe de mim. Mas foi um sentimento tão angustiante que eu espero, do fundo do meu coração, que eu consiga ter um pouco mais de confiança. Não nele, pois nele eu tenho, mas em mim. Confiar que ele está comigo e vai continuar comigo. Se não pra sempre, que pelo menos não seja uma crise de ciúmes que nos separe.

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