quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Desafio dos 30 Dias - Alguma Pergunta?

A história de hoje não vai ser uma fanfic e sim apenas uma história. Uma história do futuro que eu quero ter.

Ela acordou de um pulo. Era sempre assim que acordava, fosse com ou sem despertador. Levantou, tomou os comprimidos e rumou para o banheiro, onde escovou os dentes e tomou um banho. Naquele dia, não lavou os cabelos, pois estava frio e eles não pareciam tão sujos nem tão oleosos. Voltou para o quarto com uma toalha enrolada no corpo e começou a vestir as roupas penduradas na cadeira que usava para mexer no computador. Alinhou o cabelo, colocou a mochila nas costas e saiu de casa em direção ao ponto de ônibus.
Chegou ao trabalho e procurou algo para comer de café da manhã, antes da aula. Ouvia as conversas ao redor e às vezes se intrometia em uma ou outra que lhe interessavam. Se arrependia logo em seguida, achando que estava sendo intrometida. Era algo que acontecia com frequência, mas nunca tentou mudar esse comportamento. Olhou no relógio da parede e se encaminhou para a sala de aula. Fez algumas anotações no quadro e aguardou os alunos terminarem de entrar para começar a aula. A daquele dia era sobre triângulos retângulos, catetos e hipotenusas. Gostava de contar algumas histórias por trás das matérias ou de preparar jogos. Quando terminou a história, apagou as anotações da lousa e passou alguns exercícios.
"Tentem fazer os exercícios e, se tiverem alguma pergunta, levantem a mão."
Sempre tinham mãos levantadas, mas ela anotava o assento e a fileira do aluno com dúvida e, depois de resolver o primeiro exercício ela mesma, perguntava quem continuava com dúvidas. Se alguma mão voltasse a se levantar, fazia com que o aluno expusesse a dúvida para toda a sala e tentava resolver o problema. Sabia que tinham alguns alunos que eram mais tímidos e não conseguiam ter esse tipo de interação. Para esses, ela observava enquanto fazia a ronda pela sala se estavam conseguindo fazer os exercícios e, caso não estivessem, tentava auxiliar como podia. Também tinham os alunos que não se importavam com a aula. Esses ela conseguia um pouco mais de atenção quando resolvia propor alguma atividade relacionada a jogos e brincadeiras mas, no geral, percebia que não conseguia prender a atenção por muito tempo. Havia pedido ajuda para uma ou outra pessoa na escola mas acabava por tentar resolver o problema sozinha. Não acreditava que os outros podiam ajudar.
Depois de um dia de aulas ela voltava para casa e preparava o almoço. Vez por outra convidava alguém para almoçar com ela, pois era uma dessas pessoas que gostam de companhia. Naquele dia, no entanto, almoçou sozinha. Tirava uma parte do dia para limpar a casa, outra para organizar as aulas do dia seguinte. Não assistia TV, pois as novelas a lembravam de sua mãe e os noticiários a lembravam de seu pai. Quando dava as tarefas do lar e do trabalho por encerradas, ligava o computador e assistia algum episódio de anime que estivesse acompanhando. Ou fazia algum tipo de artesanato. Gostava de linhas e papel. Quando seu despertador tocasse pra lhe lembrar que já eram dez da noite, arrumaria as roupas para o dia seguinte e conferiria a mochila antes de deitar. E dormir, esperando mais um dia dos vários dias que restavam até o fim de seus dias.

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