sábado, 31 de março de 2018

A Chuva e Eu

Na semana passada, enquanto eu escrevia sobre os ônibus, percebi que, em dado momento, comecei a falar de chuva e, sem perceber, metade do post foi escrito com a chuva como foco. Quando percebi, pensei em apagar todo o conteúdo da chuva mas… era muita coisa! Então separei e fiquei com essa determinação: o post da semana que vem será sobre chuva! E aqui está ele.
Lembro de quando eu era criança. As chuvas eram algo bem mais “perigoso” do que são hoje. Não que as chuvas de hoje também não sejam, veja bem, mas quando eu era pequena lembro de várias vezes em que chovia e ficávamos sem luz em casa. Lembro de uma festa surpresa que fizeram pra mim de aniversário que também estava chovendo. Eu lembro de ter entrado em casa enrolada numa toalha, porque naquela época, na falta de um guarda-chuva você colocava uma toalha em cima do corpo e corria pra casa. Eu ainda faço isso às vezes quando dou sorte de ter uma toalha no meio das roupas que eu estou recolhendo do varal. Sim, porque a chuva adora chover quando as roupas estão no varal. Meu irmão lava as roupas dele no fim de semana e eu lavo quando dá. E normalmente nesse quando dá, chove. Foi o que aconteceu nessa semana inteira. Nem arrisquei colocar as roupas de fato no sol, pois o céu estava sempre fechado, cinza, escuro. E em algum momento do dia, chovia. Pra que arriscar?
Agora, vamos falar de chuva de granizo? Lembro de uma vez que eu e minha amiga Renata fomos tentar fazer um curso de animação em slow motion no teatro do padre Bento mas, devido à chuva intensa e o granizo, não tinha luz. Acabou que, quando saímos de lá, o chão estava forrado de pedras e eu, burra que sou, quis sair pisando nelas, pensando que seria como pisar na neve. Talvez fosse. Era muito, mas muito gelado. Eu estava de bota e, ainda assim, era muito gelado. Além de ensopar tanto minhas botas quanto meus pés. Lembro que no fim das contas voltamos pra casa e prometi pra mim mesma que nunca mais pisaria em “neve” sem estar, de fato, preparada pra ela. Agora, falando de tempestades mas daquelas sem pedras de gelo mas com acidentes, teve uma vez que, quando eu voltava do trabalho, uma tempestade derrubou uma árvore bem grande, bem no centro da cidade. Praticamente todos os ônibus passam pelo centro da cidade, logo, não tinha ônibus pra lugar nenhum. Eu estava, pra variar, de branco, mas passei numa loja de roupas e pedi pra comprar uma blusa que não fosse branca pois estava decidida a ir andando até minha casa, caso fosse necessário. A verdade é que eu andei, andei e andei até chegar mais ou menos na altura do bairro conhecido como Cecap, quando vi o primeiro ônibus passar novamente. LO-TA-DO. Acabei resolvendo que terminaria de andar o resto do caminho até minha casa. Já tinha ligado pro meu pai e avisado, já tinha me molhado muito com a chuva, não pensei em comprar um guarda-chuva pois já estava encharcada, dos fios de cabelo, passando pela mochila e parando na ponta das unhas dos pés. Minha mãe ainda estava viva. Cheguei, tomei um banho e me troquei. Lembro ainda que até pensei em usar a blusa de novo no dia seguinte, já que ela tinha secado, mas ela estava com um cheiro muito, muito forte de suor, então abortei a missão. Suar na chuva não faz com que o cheiro de suor da roupa diminua, muito pelo contrário, parece que só fica maior.
Na segunda da semana passada também aconteceu algo bem engraçado, quando eu disse mentalmente, mas em alto e bom som, que eu sairia às 2 da tarde pra ir pro meu setor. E exatamente às 2 começou a chover. Esperei mais uma hora até que a chuva parasse e fui pro setor mesmo assim. Lá não choveu e consegui voltar pra casa antes da chuva cair de novo. Foi um grande alívio. Mas nem sempre é assim. Tem alguns setores que eu sei que, quando for visitar, vai estar chovendo. São os que eu chamo de figurinhas carimbadas. Você não reclama, você só aceita.
Quem me vê falando assim deve pensar que eu tenho raiva de chuvas ou de quando chove. Não é bem assim. Muito pelo contrário, eu adoro o som da chuva quando vou dormir, dependendo da intensidade do som. Já acordei com som de chuva e já demorei pra dormir pelo mesmo motivo. Mas eu até tenho um site chamado rainymood nos meus favoritos pra, de vez em quando, colocar o som da chuva pra tocar e lembrar dela. Meu problema, como eu costumo dizer, é com São Pedro. Na minha cabeça, ele que cuida das chuvas. Para qualquer pessoa normal, santos devem ser ser criaturas boas e… bem, santas. Mas não é o caso com ele. Costumo brincar que ele fica lá de cima das nuvens, só olhando, pra assim que eu coloco meus pés pra fora de casa, ele manda a chuva cair. É assim que me sinto graças à tudo que eu já passei com as chuvas. Mas as chuvas são uma benção pra terra, pra humanidade, pra vida. Eu não posso ser egoísta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário