sábado, 17 de março de 2018

Enjoei

Essa semana fui apresentada a um site onde você vende coisinhas diversas que você não usa mais. Desde roupas e sapatos até livros e bugigangas. Pra se ter uma noção, o site tem até uma sessão chamada cacarecos. Cacarecos! O site tem o nome desse post. E devo dizer que ele foi uma muleta pro tédio que assolou essa semana. Parecia uma torrente de tédio que estava invadindo meu espaço, meu ser, por todos os lados e de todas as direções. Foi triste. Foii cruel. Mas sobrevivi. Vamos falar mais da semana enjoada que tive? Claro que vamos!
Comecemos pelo setor, um lugarzinho longe que pra eu chegar preciso pegar dois ônibus. Até aí tudo bem, abençoado seja meu município que inventou de aderir ao bilhete único. Lá haviam duas casas que eu ainda não tinha conseguido encontrar os moradores. Dessas duas, uma entrou em contato com o pessoal e conseguiram fazer a entrevista. A outra era uma mulher que vivia dizendo que estava com dor de cabeça ou que estava de saída. Mas naquele dia, consegui encontrá-la e fazer com que ela me respondesse a pesquisa. Eu estava sem a folha que usamos para registrar, então usei a parte de trás de um dos calendários. Era o que tinha e foi do jeito que consegui. Consegui terminar tudo que precisava e voltar pra casa antes da chuva. Isso me deixou livre pra sair na terça. E foi o que fiz. A terça foi um dia muito bom, mas que me fez ver a urgência com que tenho que ir em um médico. Preciso de prazos, de datas, de conhecimento. Conhecimento é poder!
Na quarta, como de costume, temos que ir pra agência. Nada contra ir pra agência, eu gosto de ver algumas pessoas por lá. No entanto, devo dizer que de uns tempos pra cá o clima está ficando tão pesado que chego a achar difícil respirar. Tudo começou quando sumiram com a caixinha onde eu guardava meus bolos de caneca. A Lívia disse que achou que eu tinha levado pra casa, já a Lara saiu a perguntar pras pessoas que conseguiu se alguém tinha visto. Ninguém viu, logo, a culpa caiu sobre o pobre espírito do falecido advogado que lá trabalhava. Até ser morto com 13 tiros. E a quarta se arrastou com uma correção, sem internet, um almoço farto, minha antiga chefe sendo… bem, ela mesma. Eu me surpreendo com como algumas pessoas conseguem ser pessimistas e ver maldade em tudo. Eu não sei se eu que não passei por situações ruins o suficiente pra adquirir essa malícia, essa maldade, esse senso de perigo, ou se as outras pessoas que exageram. De qualquer forma, o dia se desenrolou de tal forma que, em dado momento, recebi um email de cobrança. Prestando maior atenção, percebi que era de uma universidade que eu tentei fazer matrícula e que não consegui, pois não tinha fechado turma. A dita cobrança é, supostamente, referente ao semestre que “cursei”. Que na verdade não cursei. Fiquei brava, com medo, desesperada e, como comi muito no almoço, acabou que a maior parte daquele excesso fermentou e eu acabei passando a noite toda no banheiro, vomitando. Não é agradável de dizer, nem de imaginar, mas foi o q aconteceu. A Lara me tranquilizou e começou a me guiar sobre coisas que eu posso fazer. Inclusive, percebi que ela anda cheia de problemas também. Correção, nosso grupo de não “tops” anda passando por vários problemas. Ainda assim, aqui estamos, nos apoiando mutuamente. Enquanto as outras pessoas parecem além de querer nos excluir, nos ostracizar. Mas os “tops” não importam nesse momento, voltemos à semana.
Fomos convocados para voltar na quinta, pois precisávamos testar o novo programa da PNAD Contínua. Não tinha internet, então passamos o dia todo praticamente na base de ver o site da enjoei e resolver um problema aqui e outro ali que se apresentava. Comi pouco e de forma moderada, por conta do estômago. Também fiquei com a garganta doendo e não tinha nada que eu pudesse fazer pra melhorar. Acabamos indo embora com a impressão de que não fizemos nada. E não fizemos mesmo. Logo, na sexta estávamos convocados novamente. Já tinha passado da hora do almoço quando finalmente nos trouxeram o novo aparelho pra fazermos uma entrevista. E aquele que se perdeu, por alguns poucos momentos, retornou. Mas não é a mesma coisa. Como a Eliana colocou, muito bem colocado, neste momento existe uma mágoa. Então quando vi que ele estava indo embora enquanto eu e a Eliana estávamos lá, não me fiz de rogada e fui pegar minhas folhas do setor da próxima semana, bati saída e me despedi. Na volta pra casa, recebi uma mensagem do meu amigo Gilson dizendo que ele terminou com a namorada e como se sentia aliviado. De como “ela queria tudo de mim e não fazia nada de volta”. De como ela era um carrapato emocional e de como ela fez com que as coisas ficassem mais difíceis. Isso me abalou um pouco, confesso. Meu namoro durou 8 meses antes de terminar mas o do Gilson estava durando anos. Me ficou bem claro que, depois dela ter pedido as contas no trabalho, o conceito e respeito que ele tinha por ela diminuíram drasticamente. E então pensei em que tipo de pessoa eu sou. Se não sou também um carrapato emocional para as pessoas ao meu redor. Quando sou emocionalmente dependente, sou muito dependente. Eu lembro que disse pra minha psicóloga como eu sabia o peso que eu represento pros outros e lembro dela me questionando por que eu me achava um peso, e se os sentimentos dos outros também eram pesos pra mim. A verdade é que às vezes eu sinto como se tudo fosse um peso. Eu, os outros, minha vida, meus sentimentos, os sentimentos que conheço e desconheço dos outros. Ver como meu corpo está sofrendo agora com coisas que, antes, não me afetavam de forma alguma, faz com que eu pense que estou ficando fraca e mole. Com que eu pense que a pessoa forte que todos acham que eu sou está ruindo. Quero me apoiar em alguém, mas sei que vou pesar, então prefiro ficar aqui, quietinha com meus pensamentos e com meus problemas. Nesse momento, basta que apenas eu esteja assim. Vamos esperar que o enjôo passe e que, com ele, pelo menos uma parte de todos os problemas também. Seria um alívio muito bem-vindo.

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