sábado, 24 de março de 2018

O Ônibus e Eu

Ontem quando estava voltando do trabalho me lembrei de algo que aconteceu de manhã e, por decorrência disso, me lembrei de uma série de fatos que aconteceram comigo em um ônibus. Isso me inspirou pra escrever o post de hoje.
Eu não sei de vocês pessoas, mas eu, quando era pequena, só andava de carro, então eu não sabia o que era um ônibus, muito menos um ônibus lotado. Meu primeiro contato com um ônibus foi bem, bem tarde, quando a moeda trocou para o Real. Lembro que a passagem do ônibus custava apenas R$0,80 e, quando penso no preço que pago hoje, fico muito, muito triste. Lembrando que, hoje, pago numa passagem de ônibus (municipal) R$4,70, caso quisesse pagar em dinheiro. Mas tenho meu bilhete único do cidadão, que me dá direito a pagar R$4,30! Isso me lembra que, quando houve o aumento da passagem (até o início do ano a passagem era R$4,15) houveram várias pessoas questionando porque seus vale transportes descontavam R$4,70 e não R$4,30 na catraca. A explicação foi tão singela que eu não tive como contestar: quando você declara que precisa de vale transporte o valor declarado é o da passagem inteira, ou seja, os R$4,70 que estão declarados para, por exemplo, pessoas que pagam com dinheiro. Mas isso já é uma situação recente, voltemos a quando a passagem era R$0,80!
Na verdade, o período específico seria quando a passagem aumentou de preço e nós, pobres estudantes, não sabíamos, então quando apresentamos nossos passes (que eram míseros pedaços de papel), apenas para ouvirmos do cobrador que aqueles não valiam mais. Eu falei que não sabia e dei sinal para descer no ponto seguinte. Eu e meu irmão descemos do ônibus apenas por uma birra minha de não querer viajar no ônibus pelo preço incorreto.
Também lembro de quando eu fazia Senai e muitas pessoas diziam que eu devia fazer minha mãe economizar andando até outro ponto de ônibus e pegar um ônibus municipal ao invés de pegar um ônibus que parava praticamente do lado do senai e que me deixava praticamente na porta de casa. Diga-se de passagem, tem um ponto perto de casa, então eu nunca tive muitos problemas com pegar ônibus. Lembro também que, ainda relacionado ao Senai mas, dessa vez, na época que meu irmão também estudava lá, pegamos ônibus em outro ponto e, no caminho até esse ponto, tomamos chuva. Não sei se todos aqui sabem, mas o uniforme do senai, na época, tinha uma camisa branca. Branco e chuva são iguais a transparência e, apesar de nos meus quatorze anos de idade não ter os seios avantajados que tenho hoje, já os tinha, logo um homem que entrou no ônibus com a gente ficou me olhando. Até meu irmão perceber e começar a encarar o homem de volta. Não demorou muito até o homem parar de me olhar. Eu, na minha inocência (pra não chamar de burrice mesmo) só percebi que meu irmão estava olhando pro homem, sem entender nada. Um bom tempo depois, lembrando daquilo e tendo um pouco mais de cérebro, finalmente consegui entender os motivos do meu irmão.
Outra coisa que acontecia frequentemente, quando as pessoas ainda não andavam com suas caras coladas em seus aparelhos celular, eram as pessoas que puxavam assunto aleatoriamente com você, fosse perguntando as horas, fosse perguntando sobre seu curso no Senai, fosse falando sobre política. Ontem mesmo o fato que ocorreu de manhã foi uma conversa acalorada sobre como estamos decepcionados com nosso atual prefeito, que só nos provou ser mais do mesmo. E de como os corredores de ônibus que foram criados são inúteis, com uma ou duas linhas somente andando neles, enquanto a maioria dos ônibus continuam em seus caminhos longos e congestionados com carros. Lembro de quando eu tive que ir para a faculdade pela primeira vez e tomei o ônibus errado e fui parar nem sei onde, pois não sabia pra onde o ônibus estava indo, e tive que voltar pra casa. Lembro que na vez seguinte, com medo de descer no ponto errado, dei sinal muito, muito antes, mas me disseram que o ponto que eu queria não era aquele, e me avisaram quando eu cheguei. Lembro também que o ônibus que eu tomava pra ir pra faculdade era o mesmo que eu usava pra voltar do senai. Lembro que uma vez, voltando de lá, o motorista do ônibus foi fazer uma ultrapassagem e por muito pouco não bateu de frente com um caminhão. Eu estava de costas pra frente do ônibus, conversando com as pessoas. Percebi o olhar assustado de todos mas em um segundo passou. Um segundo que foi o que bastou pra eu ver o caminhão passando, e logo entendi o que tinha acontecido. Lembro de várias vezes que eu precisava pegar o ônibus de volta pra casa, tarde da noite, pois tinha ficado conversando ou bebendo, e o ônibus passava reto. Uma vez ele parou no farol então eu corri até o farol e bati na porta. O motorista olhou pra mim e, assim que o farol abriu, saiu com o ônibus. Sem me deixar entrar. Lembro de uma vez que fui pra casa da minha avó de ônibus. Ele demorava pra passar e a viagem até a casa dela era um tanto quanto longa, mas foi divertido, pois a Renata estava com a gente.
No fim das contas, até hoje, mesmo tendo tido várias experiências ruins com os ônibus, eu ainda costumo dizer que prefiro pegar um ônibus do que ter que ir de carro. Carro é caro, precisa de reparos e gasta gasolina. O ônibus, nos dias de hoje e com as várias facilidades como os bilhetes, se tornou um meio de transporte viável, não fosse a lotação. Mas apesar de tudo, eu não posso negar a importância dele na minha vida.

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