sábado, 3 de junho de 2017

Raiva

É engraçado como o tempo vai passando e eu vou tendo que postergar alguns assuntos que quero falar no blog por assuntos que me afetam diretamente ou indiretamente e que tomam a dianteira na lista de prioridades. Essa semana, diferente de uma obrigação moral comigo mesma, o motivo foram os acontecimentos externos que me irritaram o suficiente pra que eu tivesse que escrever. Vamos aos fatos?
Aconteceram várias coisinhas que me deixaram com a impressão que insisto muito para que as pessoas dependam de mim, e lembro da minha psicologa ter dito mais de uma vez que eu não preciso dar apoio pras pessoas se não me sinto bem, nem que é uma obrigação minha fazer isso. Ainda assim, em alguns casos, penso que seria melhor ajudar do que ficar quieta. Penso que eu realmente tenho que ajudar. Sem pressão, logicamente. Mas se a pessoa prefere se esconder dentro de uma concha, não tem nada q eu possa fazer. Eu sou do tipo q quando tem problemas prefiro dividir. Mas também já provei pra mim mesma que quando não sei direito com quem dividir isso acaba trazendo problemas. É assim que vai. Tenho que tomar cuidado com as pessoas com quem falo, mas gosto de falar. O que faz?
Então, no dia 31, resolveram fazer uma reunião do mês na agência. Não que realmente a gente faça todos os meses, mas não é como se eu me importe de ter ou não ter. Os assuntos acabam sendo sempre os mesmos. Pontualidade, pesquisas, rendimento, essas coisas. O problema é que quando falávamos da PNAD, a pesquisa da qual faço parte de fato, mencionaram minhas férias. Lembro que coloquei ela no mês de julho exatamente por ser uma semana de pausa técnica. O problema está na semana seguinte, que agora se tornou uma semana que tem 4 setores. Então recebi a “ordem” da minha antiga chefe de que devo mudar minhas férias. E ouço comentários de todos os lados de como as pessoas na agência querem participar da PNAD também. Quando ela era feita pela Juliana e pelo Jonas ninguém queria participar dela. Quando eu e o Giorgio começamos a fazer a pesquisa, lembro claramente do tanto que ele reclamou de ter sido posto naquela pesquisa. No entanto, o tempo passou, fomos nos aperfeiçoando, a pesquisa passou a funcionar rotativamente e agora ela praticamente funciona sem problemas, sem termos que ir aos sábados na casa de informantes que não nos responderam ainda para tentar conseguir alguma coisa. Agora, todo mundo quer fazer parte da PNAD. E agora, tenho que ouvir também comentários das pessoas do tipo “faça suas anuais estarem em dia para que possa ir na PNAD”. Concordo em parte com isso já que a pesquisa bruta do pessoal da agência é exatamente as anuais, no entanto não precisava ser dito dessa forma. As pessoas na agência, quando entraram, pareciam ser muito gentis e muito boas. Com o tempo, as reais cores vão se mostrando. E minha raiva com os acontecimentos recentes fez com que eu aceitasse uma ideia que me foi dada em uma conversa no café da manhã. Falei com meu supervisor de como, já que toda essa gente quer ir fazer pesquisa, mandar eles irem em fazer a abertura do Supremo ou a última da viela das Marmelas. Aposto todas as minhas fichas que eles vão desistir de querer fazer PNAD rapidinho. Eles nem conseguem aturar recusas e maus tratos das pessoas das empresas com quem eles têm que lidar pelo telefone, acham mesmo que vão conseguir lidar com as pessoas da PNAD? Boa sorte! Continuem sonhando.

Falando em pessoas novas, finalmente aceitaram a vaga do Gabriel. Já faz mais de um mês. No primeiro dia ela já foi instruída pela nossa “gerente” em como fazer as pesquisas mensais. Ontem eu resolvi falar sobre as pesquisas anuais que tenho tomado conta e que, ironicamente, todos na agência sabiam, menos a Nadir e a Lara, que disseram na reunião não ter a menor noção de que eu estava tomando conta das empresas. Segundo elas, quem estava tomando conta das empresas dele eram elas. Claro, com certeza. No entanto, conforme ia explicando pra ela como fazer, percebi os olhares da nossa gerente para nós. E não demorou muito até que ela viesse de seu lugar até a mesa da novata para tomar as rédeas e dizer como ela faz. Pois apenas o jeito que ela faz é o certo. E eu desisti de falar qualquer coisa. E saí pra fazer o meu trabalho de fato. E pensei que eu devia falar tanto com a gerente como com a antiga chefe sobre como elas dizem que eu estou brava ou que eu vou ficar brava sendo que elas provocam tanto. Precisava ir interromper a conversa? Não podia esperar eu terminar de explicar pra, aí sim, ir lá e ver o que tinha sido explicado e explicar do jeito dela? Até dizer que o jeito que eu faço minhas anotações está errado ela disse, sendo que as anotações sempre foram feitas daquele jeito. “Não existe uma barra de rolagem”, ela disse. “Precisa colocar as mais novas em cima”. Argumentei que nunca é preciso escrever tanto a ponto de precisar de uma barra de rolagem e ela respondeu que ela escreve muito. Ainda acho que não vai precisar. Espero muito que não precise. Começo a ficar preocupada com o momento em que eu tiver que sair da agência. No entanto, vou desistir de pensar nisso neste momento. O que eu sei, de fato, é que estou com raiva. Raiva das pessoas, o que é pior. Preferia mil vezes que fosse com o trabalho, pois a raiva com o trabalho passa bem fácil, já com as pessoas...

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