sábado, 25 de março de 2017

Pessoas e Tacos

Às vezes temos que perder tudo que temos (ou que acreditamos ter) para que algo novo entre em nossas vidas. Foi o que aconteceu comigo nesses últimos tempos. Em todos as partes da minha vida. Mas como sempre faço, vamos por partes. Acho que devo dizer que tudo começou com o fatídico dia em que perdi a Viviane e a Renilda como colegas de trabalho e ganhei uma Lara em minha vida. Ela entrou na agência fazendo toda a diferença. Lembro que no início estranhei bastante, ela parecia eu quando cheguei ao IBGE, querendo sempre ter o que fazer. No entanto, diferente de mim, que com algum tempo na agência tinha entendido como as coisas caminhavam, ela continua no ritmo acelerado dela. Essa foi a primeira mudança, e até então eu não sabia se era pra melhor ou pra pior.
Minha segunda perda foi em um combo, quase como daqueles que você come em uma loja de tacos. Lembro que quando viajei para Sumaré eu e a Sofia comemos em uma loja que vendia um combo com três tipos de prato. Lembro que o primeiro foi leve, o segundo foi um pouco mais apimentado e, no último, eu já estava quase pensando em pedir mais um refrigerante, acreditando que o tanto que tinha não seria o suficiente. Isso porque pedimos o suave! Mas diferente da loja de tacos, onde escolhemos a intensidade da nossa pimenta, a vida não te dá opções. É isso, aceite e não reclame. Quando o Flávio foi mandado embora não foi um choque muito grande. Acho que todos esperavam por aquilo, inclusive ele. No entanto os dois pratos seguintes foram como punhaladas. Isso porque eu já esperava uma delas. A segunda foi uma surpresa desagradável e lembro muito bem a sensação que tive que suportar. Durou em torno de uma semana, até que consegui falar com minha psicóloga. Como sempre, ela tem respostas ótimas pra tudo, então depois de ouvir tudo que eu tinha vontade de dizer, ela definiu 3 frases que deveriam ser ditas para ele antes que ele fosse embora. E levando em consideração, consegui dizê-las relativamente cedo. O que eu não esperava era o baque final. É como se aquele sábado tivesse sido apenas um sonho e a realidade fosse o domingo e toda a sua dor e crueldade. Acho que tenho dom pra sofrer.
Enfim, após todas essas pessoas terem seguido outro rumo na vida estava bem difícil de continuar. De encontrar qualquer felicidade na vida. Como naquela vez, quando eu era bem pequena, que me imaginava no fundo de um poço e fazia um esforço tremendo pra subir um pouco todo dia. Eu sabia que não queria estar ali, mas estava. Hoje, no entanto, posso dizer que estar nesse poço está sendo uma opção minha. Simplesmente não consigo achar as forças, nem o motivo, nem uma razão forte o suficiente pra me tirar dali. Verdade seja dita, ao contrário, o que aconteceu foi que houve um contato. Esse contato doeu e está me matando por dentro, pois tenho dúvidas que nunca serão respondidas. E na verdade a única pessoa que está sofrendo com isso sou eu mesma, e sei disso.

Por outro lado, graças ao Silver, que me convenceu a jogar Tree of Savior de novo, conheci o Discord. E todas as pessoas que lá se encontram. Bem, não todas, mas o suficiente para que eu me sentisse bem. Eles seriam o refrigerante que alivia o ardor do combo. Esses últimos dias estão sendo os mais felizes dos últimos anos e digo isso sem nem ter que pensar muito. Fazia tempo que eu não me sentia bem em estar com um monte de gente, conversando, jogando, brincando. Obviamente e como sempre, são todos extremamente novos, o que me faz ficar com um pé atrás. Me conheço e sei o período crítico pelo qual estou passando. Ainda assim... Acho que vou me permitir essas pequenas felicidades nesse momento. Afinal, já sei que a pessoa que mais sabota minhas felicidades sou eu mesma. Aquele domingo podia ser evitado, no entanto não foi e a culpa é toda minha. Mea culpa. Que me seja dada a penitência. Só me permita continuar tendo esses pequenos momentos de felicidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário