sábado, 9 de julho de 2016

O Prateado da Lua

Apesar de gostar de escrever e gostar muito de saber que o que escrevo esta sendo lido por alguém, tem uma parte de mim que quer que esses textos permaneçam escondidos. Quase como um tesouro. Mas um tesouro diferente. Algumas pessoas podem encontrar um tesouro e, por não ser algo que lhes tenha valor, vão passar reto e ignorar por completo. Já existem outras pessoas que não só encontram o tesouro como adicionam riquezas a ele.
Esse texto é sobre uma dessas pessoas. O tesouro seria... bem... eu. E ele é essa pessoa que além de me encontrar continua comigo, mesmo depois de termos tido tantas brigas, discussões, passado por tantas dificuldades. O próprio título deste texto tem muito significado. Pra nós dois.
O prateado da lua é uma frase de uma personagem de League of Legends. Vayne. O apelido dele, quando o conheci, era Silver. Sim, eu sei o nome dele. Não, por motivos de respeito a ele, não divulgarei maiores informações a respeito dele. Um pouco por nem me lembrar direito de muitas das informações que me foram dadas. Os fatos são que o Silver entrou na minha vida sendo um dos jogadores mais ragers (pra quem não é familiar com o termo, significa que o jogador fica bravo e começa a discutir com o alvo de sua raiva, que pode ser tanto um jogador inimigo como um aliado), trolls (acho que esse termo é mais conhecido, mas por via das dúvidas, vamos definir como troll uma pessoa que gosta de se divertir às custas dos outros, na maioria das vezes de uma forma não muito legal para o alvo) e jovens que conheci. Não que a idade tenha algo a ver com tudo, mas acho que influencia um pouco.
Vamos descrever o Silver. Não fisicamente, apesar de eu ter que dizer aqui que uma das coisas que mais gosto nele são os cachinhos. Se eu pudesse vê-lo pessoalmente, com certeza enterraria meus dedos nos cabelos dele, de tão cacheados que são. Deve ser uma delícia de sentir. Mas voltando a pessoa e não a seu cabelo, ele é cheio de problemas. Houve uma única vez em que ele me contou dos problemas que ele tem e eu percebi como era pesado ser ele. Outro dia, numa briga, disse pra ele que sei de como ele deve se sentir e ele retrucou que eu nunca poderia saber, pois tudo que ele me contou não chega a metade de tudo que ele realmente passa. Falando em brigas, brigamos, na maioria das vezes, por divergência de idéias. Ele acha que eu devia jogar pra me divertir, eu jogo pra ganhar. Ele acha que eu não devia me apaixonar e sofrer por pessoas que vão me fazer mal. Ele é da opinião que eu devia ser feliz o tempo todo, apesar de isso ser quase impossível para qualquer ser humano. Podemos dizer que, de certa forma, ele me ama mais do que muitas das pessoas que dizem me amar. Pois ele se preocupa. Ele cuida. E ele se esforça muito pra me fazer sentir bem, apesar de na maioria das vezes ele mesmo conseguir me tirar do sério.
Uma das características mais marcantes do Silver é que ele tem um sexto sentido pra mim muito aguçado. Incontáveis vezes ele me mandou mensagens perguntando se eu já tava voltando pra casa. Várias vezes eu estava no ônibus. Mas teve aquela vez que eu tinha acabado de abrir o portão de casa e recebi uma mensagem. Entrei enquanto alcançava o celular e, ao ler a mensagem, levei um susto. Já chegou?, ele perguntava. Quase perguntei se ele tinha pago alguém pra por uma câmera escondida na minha rua. E, segundo ele, isso acontece só comigo. Me faz sentir especial de um jeito totalmente diferente.
Verdade seja dita, eu não sabia como ia escrever esse texto. Falei pra ele que tinha um blog e ele resolveu ler. Ficou furioso quando percebeu que não havia sido mencionado e cobrou que eu escrevesse sobre ele. Pensei por várias vezes em como escrever sobre ele. Nunca achava que ficaria bom. Hoje, aqui, no trabalho, sem muito o que fazer, livre de muitas das preocupações que têm me sobrecarregado nos últimos tempos, achei que devia escrever. E foi ele a primeira pessoa que me veio à mente. Talvez tenha algo a ver com as mensagens de voz divertidíssimas que ele me mandou na hora do almoço, enquanto reclamava de uma professora e o treino de dança que ela tentava realizar com seus alunos. Pouco me importa a professora, e me perdoe por ter achado divertido. Mas é isso que ele faz. Brigamos sim. Não é como se ele fosse uma das pessoas com quem eu me abro em relação a vários assuntos, mas ele é especial. Aquela pessoa que, pra mim, é meu tesouro. Da mesma forma que sei que ele me vê como um tesouro. Sei que ele adicionou riquezas em mim. Espero, do fundo do meu coração, que eu também tenha sido capaz de adicionar algo de bom nele.

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