sábado, 18 de fevereiro de 2017

Meu Eu Gamer - RPG

Fazem alguns dias que percebi como faz tempo que tenho jogado RPG "de mesa". A primeira vez que tive uma experiência dessas foi em São Paulo, jogando numa pequena mesa num grupo de 4 jogadores mais um mestre. Na vez seguinte, estávamos em dois e um mestre. E a campanha não teve continuidade por conta da dificuldade de movimentação de todos os envolvidos.
Depois disso meu amigo Gilson se animou de fazer uma campanha ambientada no Brasil indígena. Campanha de um único dia, que resultou em eu querendo também fazer uma campanha ambientada no Japão Feudal. Só que eu nunca tinha mestrado, podia ter sido melhor. De qualquer forma, todas as experiências foram gratificantes. As reais que aconteceram até então.
Houve uma época em que eu tinha um relacionamento muito amigável com um garoto chamado Gabriel. Foi ele que nos introduziu no RPG de mesa "online". Basicamente arrumamos fichas, um grupo e começamos a jogar nos fins de semana. Acontece que ele cansou de mestrar e perguntou se o Henri não gostaria de tomar o lugar dele como mestre. Então arrumamos mais pessoas para o grupo e recomeçamos do zero, uma nova aventura, com novos personagens e um novo mestre. O próprio Gabriel se interessou e, durante um tempo, jogou conosco. "Em chamas!" era uma frase muito comum que ele dizia, mesmo que sua espada ainda não estivesse enfeitiçada. Tínhamos um bom grupo, com o Bárbaro furtivo, um meio orc Clérigo, o Paladino que abandonou o grupo para enviar uma pedra amaldiçoada para um grupo de pessoas que supostamente poderiam fazer algo a respeito, uma Barda encrenqueira, um Bardo novato e um Ladrão que aparecia e desaparecia de acordo com sua vontade. O Silver por várias vezes se animava de jogar mas nunca o fazia de fato. Trocamos do formato 3.5 para o 5 na última sessão e ele mais uma vez se animou de começar, no entanto quando perguntei para ele certa vez porque ele se animava mas, na hora de jogar, ele sumia, ele explicou que não gosta de ter compromissos fixos. Já tinha dito pra ele que não existe obrigatoriedade em ele estar conosco todo o tempo e que ele poderia fazer um personagem para aparecer às vezes, mas acho que ele realmente não tem vontade suficiente. Afinal, existem várias outras coisas que ele pode fazer ao invés de jogar RPG.
A verdade é que todos nós temos várias outras coisas que podíamos estar fazendo ao invés de jogar RPG. Começamos uma nova campanha pelo simples fato que todas as pessoas que jogavam conosco foram perdendo o interesse. Doeu naquele momento ouvir o Henri dizer que, se eles perderam o interesse, a culpa era dele. A verdade é que a vida cobra de todos nós as nossas responsabilidades e eu, diferente da maioria deles, não tenho tantas obrigações e responsabilidades. Nosso RPG resiste com duas pessoas. Desta vez, variando de tudo que sempre fiz, sou uma druida. É interessante pois quando jogávamos baseado no 3.5 eu usava duas lâminas para lutar. Agora com a versão 5 sou mais caster que qualquer coisa. O que ainda assim é inusitado, pois meus personagens sempre usaram armas de longo alcance. É divertido experimentar coisas novas e, esse ano, no anime friends, caso tenham mesas de RPG lá, pretendo me juntar a uma delas. Só mais um dia.
Uma das melhores coisas de jogar RPG com o Henri é que ele é um mestre esforçado. Temos um mapa Mundi além de mapas locais para quando vamos lutar ou para cidades que temos que visitar. Temos NPCs que já foram usados de outras aventuras que, quando encontramos de novo, tenho que lembrar que esse novo personagem não os conhece e agir de acordo, mesmo que meu coração esteja feliz por vê-los novamente. É bom também ouvir menções aleatórias do nosso outro grupo, pois apesar de ser outra campanha em outra parte do mundo, é o mesmo mundo e as coisas que acontecem em outros lugares importa.
Domingo é o dia que jogávamos. Quando as pessoas estavam perdendo o interesse eu até questionei se, talvez, uma mudança de dia ajudaria de alguma forma. Já que não foi o caso, continuamos jogando de domingo. Somos dois jogadores e um mestre. Não acredito que dessa vez precisamos de muitos jogadores pois temos nossas almas. Longa história resumida, nossos personagens, por serem casters, tiveram suas almas roubadas deles. Personagens que tinham algum tipo de busca se tornaram nossas almas temporárias e agora nos ajudam a lutar para que possamos recuperar nossas almas de fato. Penso que comparativamente, é como Fate onde heróis ajudam seus mestres na busca pelo Graal. Tenho várias idéias do que pode vir a acontecer, apesar de saber que vai levar um bom tempo até que as coisas importantes aconteçam de fato. Sem contar no caos psicológico de minha personagem. Acho que é um defeito meu, coloco personalidade demais nos meus personagens e acabo sentindo junto com eles. Faerydae é uma personagem tocada-pelas-fadas, criada por dríades onde, de fato, apenas duas delas lhe eram próximas pois todas as outras a consideram indigna de estar lá. E quando as dríades começaram a ficar doentes e morrer, ela foi trancafiada pelo simples fato de acharem que era ela a responsável pela doença das dríades. Por não acharem nada contra ela, a soltaram e a mandaram em uma jornada atrás do druida do inverno. Essa era a missão inicial de Fae, mas nas últimas sessões encontramos o druida do inverno. Recuperamos uma relíquia apesar de deixarmos um demônio fugir. Agora Fae tem que voltar para sua terra e avisar a dríade Druida da Primavera que haverá uma reunião dos druidas ali mesmo, em Brookilen. Já vejo minha pobre personagem quebrando a cabeça em como entrar em Brookilen com seus companheiros de viagem, já que qualquer criatura que não seja uma dríade não pode entrar na floresta.
Confesso que Fae não é minha personagem favorita, gostava muito mais de Ellyjobel, minha gnominha fofa. Mas as circunstâncias não me permitiram continuar com ela. Posso vir a usá-la em outra aventura, em outro mundo, em outra campanha, mas não será o mesmo grupo, não será a mesma Elly, não será o mesmo mestre. Tenho que aceitar os fatos. Muitos personagens virão e sairão da minha vida, mas provavelmente eu não esquecerei de nenhum deles.  É assim que eu sou. Eles constituem um pedaço de mim mesma, de certa forma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário