sábado, 15 de outubro de 2016

Meu Eu Gamer

Tenho passado por vários momentos difíceis durante as últimas semanas e percebi que precisava de algo a mais. Algo pra me tirar dos problemas que eu não quero e não consigo encarar. Foi então que voltei a jogar um joguinho de Nintendo 3DS que eu comprei e ainda não zerei, mas que acho muito fofo. E enquanto jogava pensei que podia (e devia) escrever sobre isso. Afinal, ninguém vive só de amor nessa vida!
Verdade seja dita, os jogos que eu realmente "zerei" nessa vida foram poucos. Eu sou o tipo de pessoa que joga mais pela história do que pelos gráficos, e é exatamente por causa da história que não fui capaz de terminar vários jogos. Devo alertá-los que existem spoilers nesse post, mas que posso fazer? A maioria dos jogos é antigo, então provavelmente isso não afete ninguém de forma ruim. Quando eu era pequena meu primeiro video game chamava Hi-Top Games e, com um adaptador, você podia jogar jogos de nintendinho nele. Amávamos jogar Super Mario Bros 3 e descobrimos vários glitches do jogo. Era bom, era divertido, era saudável e jogávamos em família. Então houve o tempo de locadoras e compramos o Super Nintendo e o Nintendo 64. Minha mãe gostava de jogar um joguinho do Mickey que eu honestamente não me lembro o nome, lembro inclusive que quando a locadora que nós costumávamos alugar o jogo fechou eu quis comprar o jogo dela mas já tinha sido comprado por outra pessoa. Aqui foi onde minha vida deu uma guinada, pois existem jogos completamente fáceis de se terminar e jogos completamente difíceis de se terminar. Os níveis de desafio de um jogo também determinam o quanto você se interessa por ele. Mas então lá estava eu, jogando um jogo de fazenda chamado Harvest Moon 64, onde você é o Jack (na época eu não sabia que existia um nome padrão pra ele, então pra mim ele era o Luke, era esse o nome que eu dava pra ele) e tinha que cuidar da fazenda do seu falecido avô e trazê-la de volta à vida. Era um jogo simples. Objetivo simples. Personagens fofos. Tudo ia bem até que a avó da Elli morreu e eu fiquei muito, muito deprimida. Tinha um álbum de fotos no jogo, coisa que nunca mais se repetiu em nenhum dos jogos da franquia, o que me deixa muito triste, honestamente. Tive vários jogos de Harvest Moon, a maioria deles pra portáteis, mas verdade seja dita... sempre acabo perdendo o ânimo em algum ponto do caminho. Joguei Tale of Two Towns até o ponto em que me casei com o Cam e abri o túnel entre as duas cidades, mas não consegui continuar jogando para ver minha personagem ter filhos. Inclusive parei exatamente quando houve o evento de se descobrir a gravidez. E depois dele acabou que não me lembro de ter terminado nenhum Harvest Moon. Muitos personagens, muitas pessoas para você ter que conversar, ficar amiguinho, participar dos eventos, muitas dificuldades para fazer o que eu realmente gostava no jogo, que era plantar, regar, colher e cuidar de alguns animais. Era tão simples, agora é tão... Social.
Outra franquia de jogos que me marcou bastante foi Final Fantasy. Houve uma época em que compramos um Playstation e pude jogar os de número 7, 8, 9 e o Tactics. o 9 e o Tactics são, de longe, meus favoritos, mas confesso que nunca terminei nenhum deles. Parei de jogar o 7 assim que mataram a Aerith. Parei com o 8 por motivos que nem me lembro. No 9 fui bem longe, estava perto da entrada para o puzzle do final boss, mas pelo bem de mim não pude achar em mim forças pra matar o Kuja. Quem foi o gênio que inventou de criar um vilão bonito? E eu sei que vilões e final bosses em Final Fantasy tem mais que uma forma e normalmente as seguintes não são bonitas nem nada, mas sério, eu não consegui. Foi mais forte que eu. Já sobre Final Fantasy Tactics, apesar de eu não ter zerado o de Playstation eu consegui zerar um de nintendo DS que teve depois dele, onde você tinha sido engolido por um livro e, de todas as pessoas que você conhecia que também tinham sido engolidas pelo livro, você era o único que queria voltar pra o mundo real. Era fofo, era meigo, era mágico... e eu tinha que saber como terminava!
Então houveram vários outros jogos soltos que marcaram minha vida da mesma forma, como Chono Cross (Kid, eu te amo), Legend of Legaia, Legend of Mana (se eu fosse um Jumi, eu teria virado pedra em tantos momentos daquele jogo), Ogre Battle 64 (de onde saiu meu nome feminino favorito, Erin, e de onde fui apresentada para minha criatura mística favorita, o Grifo), sem esquecer de Zelda que, apesar de não ter sido zerado por mim e sim pelo meu irmão, foi um dos melhores jogos da minha vida. Das plataformas "simples". Às vezes sinto que os jogos naquela época eram não só mais simples, mas tinham mais conteúdo do que os de hoje. Me lembro de quando jogávamos Odin's Sphere (do playstation 2) e os garotos apanhavam para um boss que sugava as armaduras no chão, formando uma bola enorme de entulho que era atirada contra eles. Vi tanto que me irritei. "Passa esse controle pra cá", pedi. Não questionaram, mas ficaram olhando com aquelas caras de "se nós não conseguimos, ela com certeza não vai". Só que eu não sou um homem. E se tem algo que eu não tenho em jogos é medo de morrer. Logo, quando o monstro tinha acabado de sugar as armaduras e todos falaram pra eu me afastar, pois era o momento dele cuspir a bola eu continuei atacando. E rebati a bola no monstro, o que deu um dano incrível e fez com que eu matasse o boss. Devolvi o controle pra pessoa que estava jogando e todos ficaram me olhando por alguns segundos. Devem ter me achado louca, mas não falaram nada.
Então veio Okami. Ah, Okami, que saudade de você... Gráficos lindos, história envolvente, personagens cativantes. O único problema é que as lendas japonesas, todas, em sua essência, não são histórias pra fazer seus filhos dormir. Não. Elas contém em sua essência lições morais que são transmitidas através de perda e dor. E Okami é totalmente baseada em lendas japonesas. Então, quando cheguei na parte em que vários personagens tiveram que se doar por causas maiores... aquilo doeu. E eu não consegui mais jogar aquele jogo desde então. O que é triste.

Minha última aquisição chama Fantasy Life e é um jogo de 3DS como falei no início do post. É simples, é fácil, tem personagens cativantes e mistura várias coisas que eu gosto em um jogo só. Esse, em algum momento, será terminado. Ou eu não me chamo Luciana.

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