Novo mês, novo desafio. Dessa vez, dias ímpares serão desenhos que vou postar no instagram e no deviantart. Dias pares serão textos. Que Outubro comece!
Meu mundo desabou em Setembro. E em Outubro, decidi que mudaria minha vida. Procurei médico que pudesse me encaminhar para um alergista para resolver o problema das bolotinhas na minha testa. Também consegui uma guia para tirar uma verruga que eu tenho desde sempre. Nunca me incomodou, mas resolvi que está na hora de tirar. É como se, do nada, tudo que está em mim e me incomoda tivesse que dar lugar para outra coisa. Até transformei a tragédia que foi perder minha carteira em uma oportunidade. Meus documentos mostrariam uma cara nova. Não é que isso, de fato, me mudasse de alguma forma, mas eu queria acreditar que sim.
Nas relações interpessoais, resolvi ser mais discreta. Ainda gostava muito das pessoas, mas sentia que algo tinha se quebrado. Tinha realmente, mas eu não esperava que afetasse tantos campos da minha vida. Agora tinha que me dar menos, que olhar pra dentro. Se estava acostumada a ir comprar nosso café da manhã, resolvi que o faria apenas por mim mesma. Se alguém quisesse algo, que me desse o dinheiro e eu compraria. No máximo dividiria meu leite. E só isso mesmo. As pessoas só lembravam de me oferecer algo quando eu estava em dificuldade. O problema é que eu dificilmente estou nessa posição e não estou acostumada a depender da boa vontade alheia. A boa vontade vem de mim para os outros, não dos outros para mim.
Pensei em criar coragem depois de tirar a verruga e fazer a tríade de estrelas nas pintas que tenho no meu pescoço. Pensei em arrumar vários cursos no Sesc para preencher o tempo livre que eu nem tinha direito. Pensei em me afundar de horas extras no trabalho para ganhar mais dinheiro. Pensei em começar aulas de hidroginástica. Pensei em escrever um livro. Pensei em voltar a ir na psicóloga.
Lembrei de como era bom ir na psicóloga e de como me dava bons conselhos. De como me ajudou a superar a morte da minha mãe, minha paixonite aguda por quem não me queria e minha rebeldia para com minha chefe. Me ajudou a entender que eu não precisava ser feliz o tempo todo, nem carregar os problemas dos outros, muito menos me sentir na obrigação de resolvê-los. Me perguntava o que ela diria para me ajudar na atual fase da minha vida mas não tinha meios de descobrir. Ficaria para mais tarde.
Resolvi que usaria os meios que pudesse pra arrumar o computador do meu irmão e usar ele pra mim. Talvez jogar jogos bons ajudasse também. Então lembrava que tinha que estudar e me formar. Que tinham trabalhos para fazer e matérias para estudar. Que tinham concursos para prestar. Que tinha um futuro todo pra existir da forma que pudesse, e que tinha que dar o meu melhor, mesmo que fosse sozinha. Não podia me dar ao luxo de parar. Nem por ele, nem por ninguém. Nem por mim mesma.
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