Gosto de ler meu horóscopo, costuma me dar algumas idéias do que fazer com meu dia. Então, alguns dias atrás, meu horóscopo dizia que eu devia avaliar meus relacionamentos passados e prestar atenção em erros que foram feitos e que continuam sendo cometidos inconscientemente. Aquele pensamento, por mais simples que tenha parecido, nunca me ocorreu até então, logo, mergulhei de cabeça nessa tarefa. A árdua tarefa de contabilizar, listar, avaliar meus amores. Percebi que foi muita gente, muita mesmo. Distribuo amor desde que comecei a interagir com o mundo. Ainda assim, se for contabilizar, houve apenas um relacionamento que eu classificaria como tendo dado certo, e mesmo assim ele terminou. Quando comecei a questionar, um por um, "por que eu gostei dessa pessoa?", "por que não deu certo?", comecei a ver padrões. Primeiro, eu era muito criança e estragava tudo por ser tímida. Então resolvi ter coragem e declarar eu mesma meus sentimentos. Daí pra frente foi um tempo que me foi conhecido como "pular de galho em galho". Se não dava certo eu não esperava muito pra encontrar um estepe. Isso continuou por muito tempo. Até ele.
Pense no seu relacionamento ideal. Ele foi o meu. E depois dele, algo se quebrou. Quando você pula de galho em galho e o galho em que você procurou apoio se quebra, há a queda. Eu sobrevivi a queda, mas algo em mim continuava quebrado, e por um bom tempo relutei em amar novamente. Mas minha natureza é essa: a eterna busca pelo outro.
Meus novos relacionamentos eram marcados principalmente por homens mais novos e distância. Alguns podiam ser considerados como abusivos em vários pontos. Outros podiam ser considerados ideais se não fosse pelos mesmos problemas de sempre. Que eu não via. Ou via, mas não ligava. Eu estava feliz, e na minha cabeça valia a pena viver um momento de felicidade em troca de toda uma dor e tristeza que viriam subsequentemente. Era algo que, inconscientemente, eu também sabia.
Hoje tenho em minhas mãos (e em meu coração) um amor que, em minha mente, tinha tudo para dar certo. Que já foi recusado. Rejeitado. Terminantemente negado. E, pela segunda vez em minha vida, sinto a queda. Mas com algumas diferenças bastante gritantes. A primeira delas sendo que a primeira queda foi por alguém com quem me relacionei apenas através da internet. Dessa vez as coisas são bem mais carnais, e tenho tido que lidar com todas as variáveis envolvidas nesse problema. Ver a pessoa, falar com a pessoa, poder estar perto da pessoa... tudo isso tem um valor que há muito tempo eu não sentia. E então, me pego cometendo vários erros que já cometi em vários estágios desse caminho. Quero estar perto dele. E por estar perto dele e ele ser o tipo de pessoa que é, eu me pego tendo esperanças, sendo que todas elas já me foram negadas. Espero pelo que sei que não acontecerá. Espero por uma mudança que eu mesma não acredito que seja possível. Ao mesmo tempo em que alimento minhas esperanças, mato-as uma a uma com os sofrimentos do passado. Não comparo as pessoas, mas comparo as situações, e acabo ficando com medo. Medo de passar por tudo de novo. Medo de sofrer de novo, mas dessa vez, em uma escala maior.
Acabou que, ao final de minha avaliação, meu maior vício é minha maior virtude: amar.
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