Eu já tinha decidido que escreveria o próximo "gaveta" mais perto de sábado, mas um fato ocorreu que fez com que essa decisão caísse por terra. Não tive coragem de postergar essas palavras.
Me foi dito que uma pessoa que conheci brevemente, mas que me foi muito querida, veio a falecer. Percebi que havia algo errado quando minha amiga postou no Facebook um trecho de uma música que claramente fala sobre a coragem de continuar após uma perda. E foi quando resolvi perguntar o que tinha acontecido e a notícia me foi dada. Me entristeci, mas acima de tudo quis saber como ela estava. Ela é, sem sombra de dúvidas, a melhor pessoa que eu conheço. Existem muitas, mas ela é especial. Pense em um daqueles textos que descrevem mulheres como dois opostos: forte mas delicada, brava e dócil, entre outras tantas qualidades. Ela é exatamente assim. Dessas pessoas que te enche o coração só de estar por perto. Que te transmite força com poucas palavras. Neste exato momento, queria poder lhe dar um abraço bem apertado. Sei que ela pode não precisar, mas ela apreciaria da mesma forma.
Outra pessoa digna de nota seria meu pai. Um dos homens mais maravilhosos que deve existir sobre a face da terra. Virginiano, tem suas crenças, e não queira discutir muito, pois é um pouquinho cabeça-dura. Mas se você tiver paciência e gostar de histórias de vida com resultados inusitados, é uma ótima pessoa para se conversar. Já perdi a conta de quantas vezes ele me contou suas histórias de infância, ou de quando começou a trabalhar, ou como ele me contou uma única vez sobre sua mãe e como ele se arrependia de nunca ter a abraçado e dito que a amava. Como ele gostava de ver isso em mim e no meu irmão. Mas eu sou um grude, então esse tipo de atitude pra mim é normal. Eu o amo muito, e desejo do fundo do meu coração que ele saiba disso. Aqui em casa somos pessoas meio frias, não existe muita demonstração de afeto, ainda mais hoje que somos todos adultos. Mas isso não muda o fato que a criança, a jovem e a adulta dentro de mim amam esse homem. Sei que não são todas as pessoas hoje em dia que têm a possibilidade de ter um pai carinhoso. Eu tive, e agradeço por isso.
Outras das pessoas que eu poderia dizer são meus amigos. Tenho vários, alguns que me testam a paciência, outros que me protegem como se eu fosse feita de cristal, outros que recolhem meus cacos a cada vez que me quebro. Costumo dizer que meu choro é uma das demonstrações mais fortes de que eu confio em uma pessoa, pois não gosto de chorar na frente dos outros. É sinal de fraqueza. Não gosto de me mostrar fraca pra quem não pode fazer nada a respeito.
Por fim, e não poderia faltar de forma alguma, tem aquela pesssoinha... aquele que me aperta o coração, que dói a alma, que embaralha a mente. Uma das melhores pessoas que eu conheço, poderia passar dias e dias ao lado dele e não me incomodaria. Ainda assim, minhas atitudes nos trouxeram a um caminho sem retorno. Um cheque-mate. Um ponto final. Gostar de gente é complicado. Entender os outros é difícil. Julgamos os outros com base em nós mesmos. O problema é que, como costumam me dizer meus amigos, não sou uma pessoa ruim, então tenho dificuldades de ver o mal nos outros. Nunca me achei uma pessoa realmente boa, conheço o mal dentro de mim, mas de uns tempos pra cá comecei a dar mais valor pra essa máxima. Não consigo mesmo ver o mal nos outros. E por isso vou levando as coisas como consigo. Vou lidando com inícios e fins, com vida e morte, com amor e mágoa, com dor e lágrimas. Me faria feliz se pelo menos uma pessoa nesse mundo também pensasse, mesmo que por um segundo, mesmo que uma vez só... "ela é uma das melhores pessoas que conheço" quando pensasse em mim. Mas quem sou eu pra ter essa importância na vida dos outros?
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