Querida Nintendo
Meu primeiro contato com vídeo games foi através de vocês, e me apaixonei. Amor à primeira vista não acontece apenas com humanos, mas com marcas também. Joguei Ice Climber e Mario World até cansar. Um dia, resolvemos tentar ter um supernintendo, e nosso horizonte se expandiu. Mas foi com o Nintendo 64 e com o Wii que tive minhas doses de emoção. Vocês me fizeram aprender inglês pra poder entender os jogos que eu jogava. Ou, no caso, que meu irmão jogava. Eu assistia. E ajudava. E amava tudo aquilo. Me revoltei com a princesa Zelda que não deu um beijo no Link antes dele voltar a ser criança em Legend of Zelda: Ocarina of Time. Sofri com a morte da avó da Elli e me casei com ela, enquanto era apaixonada pelos cabelos rosa da Popuri em Harvest Moon 64. Mas o jogo que mais me marcou nesse console foi, sem sombras de dúvida, Ogra Battle 64: Person of Lordly Caliber. Terminamos esse jogo mais de uma vez, até conseguir um bom final, mas confesso, nunca gostei de perder o Yumil.
Já com o Nintendo Wii, eu consegui jogar mais. Um jogo em específico, que nem era exclusivo da Nintendo, mas fazia todo o sentido estar no Wii. Okami. Eu nunca joguei a versão para playstation e acho que nem sinto falta disso. Nunca cheguei ao final do jogo também, pois em determinado ponto uma personagem de quem eu tinha gostado morreu e senti que não ia conseguir continuar. Naquela época, a morte era algo difícil de lidar pra mim. Talvez hoje eu consiga jogar até o fim. Talvez.
Depois disso passei a jogar mais jogos portáteis, sempre de vocês. É bom poder levar seu jogo com você. Vocês compartilhavam conteúdo entre consoles antes que os celulares pensassem nisso. Mas eu sinto falta de ter jogos mais acessíveis ao meu pequeno bolso. Meu país tem problemas com jogos e, querendo ou não, vocês trabalham com jogos. Tudo que posso esperar é que um dia jogos não sejam mal vistos para que, um dia, eu possa desfrutar mais de vocês. Minha querida companheira, espero continuar te tendo ao meu lado por muitos e muitos anos.
Obrigada.
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