Faz tempo que eu não falo de filmes, não é mesmo? Houveram vários filmes que eu assisti que quis escrever sobre, tanto filmes que se revelaram grandes blockbusters quanto filmes que não foram feitos para todos os gostos, passando por aqueles filmes que lidam com assuntos bastante delicados. Mas o filme de que quero falar aqui não se encaixa em nenhuma dessas opções. É um daqueles filmes que raramente vemos por aqui, uma animação japonesa que lida com vários elementos confusos. Graças a essa dinâmica eu até compreendo o porque as pessoas começaram a rir assim que a sessão acabou. O que ainda não entendo é essa relutância dos cinemas brasileiros de passarem animações japonesas.
Em minha humilde opinião, as animações japonesas são as melhores do mundo, fato. A última que assisti num cinema foi Ponyo e isso foi quando minha mãe ainda estava viva E conseguia enxergar, só pra ter uma ideia...
Vamos falar sobre a animação! No trailer eles abordam a forma como os personagens trocam de corpo e a passagem de um meteoro. Até aí, nada de muito inusitado. Lembra até um filme nacional, se eu fosse você, com o Tony Ramos e Glória Pires. Então você dá um jeito de arrastar seu namorado (a) pra assistir o filme com você, nem sabendo quando ele vai estrear de fato. No Facebook, que foi onde você viu o trailer, dizem que será no dia 5, no entanto a estréia de fato se dá no dia 11... em horários horríveis! Quando procurei em Guarulhos, só ia passar na terça-feira, no horário das 19:00, sendo que em São Paulo tinham um pouco mais de salas. Os horários, no entanto, eram todos horríveis, ou às 19:00 ou às 21:30. Mas sacrifícios devem ser feitos, e eu insisti. Dia 12 era feriado então fiz com que o Henrique me acompanhasse até o Santa Cruz. Enquanto estávamos no trem a caminho, eu olhava os lugares disponíveis. Só tinha os da frente da tela, mas eu pensei que, se por muita sorte, eu conseguisse dois lugares, um do lado do outro, iria ver o filme a qualquer custo. Só que não. A sala lotou. Eu podia pegar o horário seguinte, das 21:30? Claro que não... Afinal, estava em São Paulo e tinha que voltar pra Guarulhos, ele pra Osasco, e era um dia de feriado. Tudo estava contra nós. Mas resolvemos comprar os ingressos pro sábado, logo nos encontramos novamente no dia marcado pra ver o filme. Passamos o dia inteiro juntos e, de noite, lá estávamos nós. O rapaz que recebia os ingressos estava comentando com outro funcionário sobre como aquele filme devia ser bom, já que todas as salas estavam lotando. Fiz questão de dizer pra ele que aquilo ficasse de lição que eles podem, sim, trazer animações japonesas pro Brasil, pois existe público para tal. E que, se possível, colocassem em horários melhores, pois aquele era horrível. A desculpa dele é que aquele filme era uma exceção. Eu não me importo que era, pois ainda assim a lotação das salas era um fato. Então chegamos na sala. Pessoas ficavam chegando atrasadas e, para chegarem aos seus lugares, passavam na frente de onde eu lia a legenda. Além disso, tinha uma pessoa na nossa frente que era bem alta, o que significa que tinhamos que ficar fazendo malabarismo pra conseguir ler a legenda. Ainda bem que ele não era de se mexer muito! Agora, sobre o filme... Que fique claro que daqui pra frente terão spoilers, então leia por sua conta em risco. Não que faça diferença, já que o filme já saiu de cartaz...
Os assuntos abordados no filme são mais profundos que apenas uma troca de corpos, e você só se dá conta disso depois de uma certa porção do filme já ter passado. Você só entende de fato quando percebe que a garota está morta na época em que o garoto para de ter as trocas de corpo e resolve investigar. O relacionamento dos dois, se é que se pode chamar assim, é bastante significativo, já que eles estabelecem regras para não afetarem de forma negativa a vida de um e do outro enquanto estiverem com corpos trocados. É interessante ver como cada um deles encara a vida do outro enquanto estão em corpos trocados e como é tocante o esforço do garoto para encontrar uma garota que, supostamente, ele nunca viu. Supostamente. Como eu disse, o filme também lida com o espaço-tempo, o que significa que o garoto consegue, de uma forma bastante inteligente, se religar ao corpo da garota, de forma que ele consegue arquitetar um plano magistral para salvar o pequeno vilarejo de ser destruído durante a passagem do meteoro. Que ele já viu há 3 anos atrás, quando a garota foi até Tóquio para conhecê-lo pessoalmente. Problema é que ele não fazia a menor ideia de quem era ela, pois ainda não tinha tido a experiência de troca de corpos com ela. Ela no entanto já tinha vivido tudo aquilo. Vilarejo salvo e apenas um encontro pessoalmente entre os dois, devido circunstâncias diversas e misteriosas, o ritmo se acelera, nos mostrando como cada um esquece do outro, apesar de terem a noção de que perderam algo que lhes era muito querido, muito precioso. E nosso foco se apóia no personagem masculino e em como ele está, agora, crescido, ainda sentindo falta de algo. Quando os dois se vêem indo em direções opostas na linha de trem. Surpreendentemente, os dois descem de seus respectivos trens e voltam, correndo, obviamente na esperança de encontrar o outro. E quando se encontram, por um momento, você acha que eles vão passar reto um pelo outro,como na primeira vez em que a garota vai até Tóquio para falar com o garoto, mas ele não a reconhece por não ter conhecimento de sua existência naquele momento. A diferença é que, dessa vez, ele sabe sim quem é ela. Os dois já têm conhecimento da existência e da importância de um para o outro. E parte dele a iniciativa de chamá-la, dizer que pode parecer estranho, mas ele tem a impressão de que a conhece e, se possível, qual seu nome? A pergunta ressoa dos dois, e apesar do filme terminar ali, você sabe que o final será feliz. Então, por que as pessoas riram quando o filme acabou? Eu honestamente não entendi, e meu namorado disse que não gostou muito do final. Opiniões e adversidades à parte, foi bom ver uma animação japonesa no cinema depois de tanto tempo, pra variar. Só espero que aconteça de novo, de preferência não daqui há tantos anos.
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