Uma das coisas tristes de se ser eu e de se estar passando pelo que estou passando é que quanto mais penso, mais miserável me sinto. Não estou me forçando a ficar sozinha mas ao mesmo tempo me sinto mais sozinha do que nunca, e isso é preocupante. Vejo meus amigos e o que eles fazem ou, no caso aqui, o que eles deixam de fazer. Minhas férias estão acabando, semana que vem volto à minha rotina normal. Sinto como se quase não tivesse aproveitado esse tempo, várias coisas continuam pendentes e precisando de resolução, no entanto, algo de bom saiu de todo essa caos.
Fui para Campinas na terça-feira assistir o "Eu lidero!" de Wendell Carvalho. Nunca tinha ouvido falar sobre esse homem até aquele dia. E em nenhum segundo me arrependi de ter ido até lá. Ele estava falando de como conseguiu perder gordura para ganhar massa muscular e eu soltei meu famoso "ah vá", nunca pensei que ele teria a reação que teve. Ele olhou direto nos meus olhos. Sustentei o olhar e ele simplesmente disse que, se eu acredito que não posso, então realmente não posso. Tudo depende do que você acredita. Ele ganhou minha atenção total naquele momento. Houveram diversas dinâmicas, várias delas eram bem divertidas, outras até me fizeram chorar. Não sei se isso é tão obvio para os outros como é para mim mas meu medo me prende, me segura, me impede de fazer muitas coisas que eu poderia fazer de forma simples. E eu parti meu medo ao meio naquele dia, literalmente. Ele nos desafiou a encontrarmos desafios para fazermos e utilizarmos alavancas, uma de dor e uma de prazer, além de ter um guardião que nos policiará no processo. Basicamente a alavanca de dor é algo que você deve perder caso não cumpra sua meta no prazo. A alavanca de prazer é algo que você vai ganhar caso conclua sua meta. O guardião é meramente aquela pessoa que será chata o suficiente pra te cobrar que seja lá qual for sua meta, ela será cumprida. Ou essa pessoa deve executar a alavanca de dor. Parece um processo complexo mas, de fato, não é. Enquanto eu estava na palestra chorei muito e não tinha metas claras na minha mente para que pudesse olhar pra elas de frente e ter determinação em nenhuma delas. Mas conforme voltei pra casa consegui amadurecer algumas idéias, a primeira delas já foi executada com sucesso, então vou compartilhar com vocês para que fique como um exemplo. Já fazia muito tempo que eu queria fazer um curso de massagem, mas sempre usei desculpas. Minha meta então se tornou fazer a matrícula em um curso de massoterapia até o fim do ano. Minha alavanca de dor seria ficar um mês sem jogar league of legends. Minha alavanca de prazer será que, ao término do curso, eu irei pra praia, com ou sem companhia. E o guardião de minha meta é um rapaz chamado Gabriel que, apesar de conhecer só pela internet e não há tanto tempo assim, já cresceu muito em minha estima. Pois bem, a matrícula foi realizada, mas como eu disse, não é só isso. Não acabou, muito pelo contrário, está só começando. Só vou ganhar meu prêmio no fim do curso mas pelo menos me livrei da alavanca de dor. E é assim que funciona. Inclusive, se algum de vocês for de Guarulhos e quiser servir de modelo pra massagem, me avise, pois vou precisar de alguns.
Estou me sentindo bem mais leve apesar de ainda estar me sentindo muito mal em relação a maioria dos meus amigos. Sempre sinto como se eles me abandonassem, como se eles não se importassem. Escrevi um desabafo no meu facebook onde várias pessoas vieram se defender. Quando retruquei acabei tirando deles a muleta que eles estavam usando de desculpa e, ainda assim, eles não se mexeram. Minha psicóloga me aconselhou a pedir mais pois, segundo ela, as pessoas não são tão sensíveis quanto eu, não percebem que eu preciso de atenção e carinho também por eu sempre me mostrar forte. Tenho que mostrar pra eles q não sou tão forte assim. Ou que, apesar de forte, também preciso de carinho, amor e atenção. Segundo ela eu sai de um esquema para entrar em outro. Tudo isso esta sendo muito exaustivo pra mim, mas acredito que, no momento, o melhor que posso fazer não é ficar chorando pelos cantos, pensando em como tudo na minha vida é injusto e como sou cruel comigo mesma. Não, isso não vai resolver meu problema. No momento o que eu preciso realmente é de realmente ser forte e começar a pedir. Alguém, por favor, me dê atenção. Preciso de abraços. Preciso que alguém me faça carinho na cabeça e diga que vai ficar tudo bem. Preciso de um beijo. Preciso sentir que tenho alguma importância, por mínima que seja, na vida de alguém. Não acho que estou pedindo muito mas sei que não receberei nada disso se não der o primeiro passo. Tudo acaba dependendo de mim. E de meus esquemas auto-destrutivos.
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