sábado, 12 de novembro de 2016

Enroscos

Minhas férias acabaram, finalmente. Pensei que quando elas de fato terminassem que eu me sentiria triste, deprimida, magoada mas, de fato, tudo que venho sentindo é preguiça. Voltar ao cronograma normal de acordar cedo, ainda mais quando uma gripe acompanhada de pulmão cheio te atacaram, é um tanto mais penoso do que eu esperava. Ainda assim, voltar me fez um bem que eu não consigo quantificar. Ainda tem algumas pessoas que insistem em perguntar sobre ele, se estou bem sem ver ele por tanto tempo. E eu continuo dando a mesma resposta que dei quando entrei de férias: estou.
Desde que combinamos nossas férias eu já sabia que ficaríamos sem nos ver por um mês e meio. Também sei que, quando ele voltar de férias, não teremos muito tempo de convivência mútua de novo até que eu tire o resto das minhas férias. É algo que eu já aceitei, é algo que eu já sabia e é algo que eu queria. A vida é feita de escolhas e as minhas, pelo menos no que diz respeito ao fim do ano, foram muito bem planejadas. É óbvio que eu não fazia ideia de tudo que ia acontecer nesse período, mas no fim das contas tudo está seguindo o fluxo normal dos acontecimentos. Mesmo aqueles que eu não deveria ter deixado acontecer.
Uma das coisas engraçadas das férias terem terminado é que agora eu recebo ofertas de coisas pra fazer que não recebi enquanto estava de férias. Jonas me chamou pra beber na sexta, apesar que ambos achamos melhor cancelar por causa do meu estado de saúde; "vamos na semana que vem" foi o que acordamos. Renilda, que é uma das melhores pessoas que entrou na minha vida graças a esse emprego, me disse q se soubesse que eu estava precisando tanto de sair, teria me chamado, e não obstante, me chamou para ir no aniversário da filha dela. Apesar que vou ter que ligar pra ela e explicar que não melhorei o suficiente pra ir. Imagina o risco, um monte de criança e eu com gripe? Não é algo muito legal. Também conversei bastante com o William que é um dos meus colegas de trabalho. Ele é uma daquelas pessoas que insiste em falar do Giorgio pra mim. "Você viu ele na segunda? Ele apareceu do outro lado da rua, ainda acenei pra ele". Agradeci que não demorei pra pegar o DMC naquele dia, pois segundo o horário que ele falou, foi bem perto da hora que eu tinha passado lá pra buscar as tralhas. Existe dentro de mim uma voz que diz que isso que estou fazendo é fugir, pode até ser, mas quem decide sou eu. Eu estava de férias, agora as férias são dele. Da mesma forma que insisti em uma forma dele poder me pagar o que devia sem que tivéssemos que nos ver, insistirei em continuar sem encontrá-lo durante suas férias. Eu disse isso antes, "te dar espaço é a única coisa que posso fazer por você", continuo acreditando nisso.

Não sendo isso o suficiente, Edgar ter voltado pra minha vida esta fazendo com que meus sentimentos estejam atormentados. Minha raiva fez com que eu pedisse pra que ele não falasse comigo por uma semana. Nem um dia depois eu já estava me arrependendo e pedindo pra que ele voltasse a falar comigo. Falei que queria me apoiar nele, apesar de não poder. Ele disse que eu não só podia como devia e prometeu que conversaríamos. No entanto, a conversa nunca aconteceu. E nos desentendemos de novo. Dessa vez acho que vou simplesmente tomar um atalho mais rápido e voltar à proposta inicial de não falar com ele. Fui eu que desisti, não fui? Posso muito bem mudar de ideia e ficar quietinha aqui no meu canto. Não é como se essa fosse a primeira vez que eu tivesse que passar por isso. Nem a primeira, nem a última.

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