sábado, 20 de maio de 2017

O Próximo Passo

Já faz um tempo que meu trabalho tem pedido mais de mim do que eu estou acostumada. Isso por querer ajudar demais, e ainda ter que ouvir reclamações por estar ajudando. Bem, que posso dizer? Parece que, nos dias de hoje, pedir ajuda é o mesmo que ter que se humilhar. Eu entendo bem essa sensação, pois quando era mais nova sempre preferi fazer tudo sozinha do que ter que pedir ajuda. É um ciclo longo e demorado aprender a pedir ajuda. Mas com treino e persistência, se consegue.
Minha psicóloga me questionou sobre qual seria meu próximo passo após eu ter lhe contado como a última vinda daquela pessoa para a cidade foi. Vira e mexe, pessoas, situações e comentários me fazem lembrar dele. Como no dia que fomos coletar dados de divórcio e reparei no nome do casal que estava se divorciando: Luciana e Jorge. O divórcio saiu em Fevereiro. Ele foi embora em Março. Pra mim, funcionou muito bem. É como se algo tivesse se quebrado por dentro, e ao contrário do que eu pensei, fez muito bem. Como meu caro amigo Gilson me disse certa vez, enquanto eu ainda sofria, “você já sobreviveu à dores mais fortes”. E ele tem razão. Não importa quão importante ele tenha sido na minha vida durante o período em que esteve nela, este período chegou ao fim. Não do jeito que eu queria, mas agora, ele será como tantas outras pessoas que passaram pela minha vida e que verei muito raramente e só quando a pessoa quiser. E me lembro das pessoas que cuidam tão bem de mim quando eu vou pro Rio de Janeiro. É, ele será assim. Provavelmente.
Meu próximo passo tem a ver com minha busca pessoal por Deus. Com meu desejo de poder fazer massagens nas pessoas e ganhar um pouco de dinheiro com isso, além de trazer alívio pras pessoas. Tem a ver com meu pai e meu irmão conseguirem se sentir melhor a respeito da minha mãe, ao ponto que consigam, como eu, falar dela e pensar nela sem ficarem com os olhos marejados. Com poder arrumar meu quarto ao ponto de que ele pareça um lugar habitável o bastante para uma pessoa humana normal. Com ver as pessoas que eu gosto de tempos em tempos pra ir no cinema ou mesmo que seja só pra conversar sem precisar me preocupar (muito) com o dinheiro ou com o tempo. Tem a ver com ir na praia num fim de semana e não chover, já que ainda estou me devendo esse prêmio por ter conseguido terminar o curso de massagem. Com escolher outra meta, talvez estudar pro Enem e passar com uma boa nota pra que eu consiga ao menos pensar em estudar no ano que vem sem me sentir muito culpada por querer isso. Talvez, quem sabe, começar uma academia quando o IBGE se mudar, seja lá pra onde, afinal, vamos nos mudar. E tem a ver com querer ser feliz com a pessoa que me ama, pois apesar de não saber até onde poderemos ir, nem até onde conseguiremos ir, eu quero ser feliz com ele, pois nós dois merecemos isso. Como quando falei para aquele rapaz que também era jovem, mesmo que eu seja apenas uma ponte, ele se mostra disposto a tentar. Então, por que não?
O próximo passo é só mais um passo de uma longa jornada e de uma longa busca. Se essa busca vai acabar algum dia, eu não sei. Provavelmente no dia de minha morte, pois como a humana que sou, morrerei. Um dia. Qualquer dia. Mas não hoje. Hoje eu estou indo atrás da minha felicidade. E este é meu próximo passo.

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